ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: Atividade antioxidante de extratos etanólicos Ruta graveolens.

AUTORES: Alves, B.H.P. (IFG /CÂMPUS ITUMBIARA) ; Santos, V.F. (IFG /CÂMPUS ITUMBIARA)

RESUMO: Ruta graveolens (arruda) é uma planta conhecida por apresentar atividade analgésica, anti-hemorrágica, antiinflamatória, calmante, estimulante, repelente, vermicida, entre outras. Esta pesquisa consistiu em analisar a atividade antioxidante dos extratos etanólicos de Ruta graveolens. As extrações foram realizadas pelos métodos de infusão das folhas secas e através do extrator de lipídeos com folhas frescas e secas. A atividade antioxidante foi determinada pelo radical livre estável 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) seguindo o método descrito por Lima (2008). A espécie apresentou atividades antioxidantes confirmadas através dos cálculos de CE50, o extrato etanólico da folha seca apresentou a maior atividade antioxidante, inibindo 30,27% dos radicais DPPH.

PALAVRAS CHAVES: Extratos foliares; atividade antioxidante.; Ruta graveolens

INTRODUÇÃO: Atualmente, ainda é possível perceber, com relativa frequência o uso de plantas no tratamento de doenças. Essa prática, eficaz ou não, é tradicional e utilizada há milhares de anos. Em busca de melhores condições de vida, o homem necessitou recorrer à natureza para obter fontes de alimentação e proteção à saúde e a partir de suas observações e experiências, sofreu um processo biológico evolutivo descobrindo, nas plantas, o tratamento de injurias e doenças (MIGUEL; MIGUEL, 1999). Além das propriedades medicinais, há o interesse pela busca de compostos que possuam ação antioxidante, pois estes apresentam efeitos benéficos, principalmente contra o envelhecimento precoce (LIMA, 2008). Este trabalho focalizou o estudo e a análise da atividade antioxidante da Ruta graveolens L., conhecida popularmente por sua versatilidade, é usada por apresentar propriedades fitoterápicas e condimentares. Apesar da espécie em questão ser bastante conhecida e utilizada no país, uma busca bibliográfica realizada em sites de pesquisa com as palavras- chaves: arruda, Ruta graveolens, composição química da Ruta graveolens e atividade antioxidante de Ruta graveolens, indicam que até o presente momento, poucos estudos científicos referentes aos constituintes químicos e a potencial ação antioxidante da planta são encontrados na literatura. Com isso, percebe-se a relevância cientifica em se realizar a caracterização química desta espécie vegetal. O trabalho tem como objetivo geral, avaliar a atividade antioxidante dos extratos etanólicos das folhas secas e frescas de Ruta graveolens (arruda).

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de folhas foram coletadas, no mês de Setembro de 2011, Janeiro e Fevereiro de 2012 em residências no município de Itumbiara- GO, uma parte foi levada a extração imediatamente após as coletas e outra parte foi colocada para secagem em estufa a 36ºC por aproximadamente 72 horas, triturada e acondicionada em freezer até a realização das extrações. Realizou-se a determinação de umidade por diferença de peso e o teor de umidade foi expresso por porcentagem. As extrações foram realizadas por extrator de lipídeos e por infusão. Para o extrator foram utilizados 250 mL de etanol e aproximadamente 5 g de folhas secas e frescas, o tempo de extração foi de 8 horas; para a infusão foi utilizado 100 g de folhas secas com 250 mL de etanol. Os extratos obtidos foram rotaevaporados. Foram realizadas 5 diluições emmetanol para cada extrato, nas concentrações de 600, 480, 360, 240, 120 e 60 µg/mL. Destas soluções foram retirados 0,3 mL de cada concentração para reação com 2,7 mL da solução previamente preparada de DPPH em tubos de ensaio. Foi feito um branco nas mesmas condições, com todos os reagentes, exceto a amostra. Posteriormente foram feitas as leituras a cada 15 minutos durante 1 hora no comprimento de onda de 517 nm, em um espectrofotômetro Shimatzu UV- 160 1 PC, conforme LIMA (2008). Foram utilizadas as equações 1 e 2 para o cálculo da porcentagem de DPPH remanescente, porcentagem inibitória de DPPH e concentração de inibição de 50% do DPPH (CE50). % DPPHrem = {[DPPH] am /[DPPH]bran}*100(equação 1; % I = 100 - %DPPH REM (equação 2). De acordo com Chang et al. (2001), quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra, menor será a sua CE50(concentração de inibição de 50% do DPPH) e maior a sua atividade antioxidante.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nas extrações pelo extrator de lipídeos foram obtidos os extratos etanólicos das folhas secas e frescas de Ruta graveolens com os respectivos rendimentos 1260 µg/mL e 800 µg/mL . A infusão alcoólica foi realizada com as folhas secas devido à conservação pela atuação regressiva na ação enzimática e a maior quantidade de princípios ativos em relação à folha fresca (COSTA et.al, 2005). Os rendimentos dos extrativos por infusão foram inferiores a extração por extrator de lipídeos, se comparado a quantidade de folhas utilizada, cerca de 20 vezes maior, apresentando o rendimento de 13170 µg/mL. Para a análise da atividade antioxidante, foi construída uma curva de calibração do DPPH (Figura 1), que permite determinar a concentração desse radical em função do tempo da reação. Essas concentrações foram usadas para o cálculo da % de inibição do radical DPPH. Os resultados obtidos de cada amostra, pelas absorvâncias em cada tempo seguem na tabela 1. De acordo com Chang et al. (2001), quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra, menor será a sua CE50 (concentração de inibição de 50% do DPPH) e maior a sua atividade antioxidante. Os valores demonstrados na tabela anterior indicam que o extrato etanólico da folha seca apresentou o menor valor de CE50, apresentando a maior atividade antioxidante dentre os extratos analisados. A elevada atividade antioxidante das folhas secas, em detrimento às folhas frescas, pode ser explicada pelo melhor rendimento dos extratos, devido à redução da degradação enzimática e a consequente minimização das perdas de princípios ativos (COSTA et al, 2005).

FIGURA 1- Curva de Calibração do DPPH



Tabela 1- Valores* da % DPPH remanescente, porcentagem de inibição e c



CONCLUSÕES: Os extratos etanólicos das folhas secas atingiram um melhor rendimento de extratos em relação a extração da folha fresca, devido ao alto teor de umidade, que favorece a perda de princípios ativos pela volatilização devido à variação de temperatura. A espécie apresentou atividades antioxidantes confirmadas através dos cálculos de CE50 e comparadas com outras espécies já analisadas. O extrato alcoólico (por extrator de lipídeos) da folha seca foi o que melhor solubilizou substâncias com princípios antioxidantes, apresentando o menor valor de concentração de inibição de 50% de DPPH.

AGRADECIMENTOS: IFG /Câmpus Itumbiara PIBIC/IFG Laboratório de Produtos Naturais- IQUFU

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHANG, Shang-Tzen; WU, Jyh-Horng; WANG, Sheng-Yang; KANG, Pei-Ling; YANG, Ning-Sun; SHYUR, Lie-Fen.; Antioxidant activity of extracts from Acacia confusa bark and heartwood. J. Agric. Food Chem., v. 49, p. 3420-3424, 2001.
COSTA, Larissa. C. B.; CORRÊA, Ricardo. M.; CARDOSO, Julio. Cesár. W.; PINTO, José. Eduardo. B. P.; BERTOLUCCI, Suzan. K. V.; FERRI, Pedro. H. Secagem e fragmentação da matéria seca no rendimento e composição do óleo essencial de capim-limão. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.4, p.956-959, 2005.
LIMA, Rafaela Karin de. Óleos essenciais de Myristica fragrans Houtt. e de Salvia microphylla H. B. K.: caracterização química, atividade biológica e antioxidante. Tese (Doutorado) – Programa de Pós- graduação em Agroquímica, Universidade Federal de Lavras, Lavras – MG, 2008.
MIGUEL, Marilis Dallarmi; MIGUEL, Obdúlio Gomes. Desenvolvimento de fitoterápicos. São Paulo: Probe Editorial,1999.