ÁREA: Nanociência e Nanotecnologia

TÍTULO: TROCA CATIÔNICA EM NANOTUBOS DE TIO2

AUTORES: Macêdo, J.N. (UFPI) ; Costa, L.N. (UFPI) ; Rocha, J.M. (UFPI) ; Silva Filho, E.C. (UFPI) ; Matos, J.M.E. (UFPI)

RESUMO: O presente trabalho procura desenvolver um estudo prático sobre troca iônica, tendo como material de partidao o TiO2 da Degussa (P-25), obtida comercialmente. Os nanotubos de TiO2 foram sintetizado no LIMAv a partir do método hidrotermal. A troca iônica com o objetivo de substituir os cátions Na+ ou H+ (presentes no interior das lamelas dos tubos) por cátions Co2+ (a partir do Co(NO3)2.6H2O, Ag+ (a partir do Ag2SO4). O material obtido foi caracterizado por Espectroscopia RAMAN e DRX. A inserção dos referidos cátions pode resultar aos nanotubos, uma excelente capacidade catalítica.

PALAVRAS CHAVES: método hidrotermal; nanotubos; troca catiônica

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, um grande avanço vem sendo registrado no desenvolvimento de métodos de síntese de materiais nanoestruturados. Estes métodos vêm permitindo o desenvolvimento de nanopartículas de metais de transição (Pt, Au, Ag, Fe, Co, etc.) com diferentes formas, bem como o desenvolvimento de óxidos metálicos com diferentes nanoestruturas [AHMADI (1996); LEITE (2004)]. Muitos dos óxidos metálicos, entre eles os titanatos nanoestruturados podem ser facilmente obtidos através de uma síntese hidrotérmica alcalina, desenvolvida por Kasuga e colaboradores (KASUGA et al., 1999). Os principais estudos têm direcionado atenção em relação à superfície das partículas, e isto tem rendido informações importantes sobre a relação entre estrutura da superfície e o comportamento dos óxidos. Conforme descrito na literatura [RAO et al., 1989], a superfície dos óxidos metálicos consiste de cátions (Mn+) e ânions (O2-), e normalmente possuem grupos OH [CHANDRADASS et al. (2005); ZOU et al. (2004)]. A existência desses grupos pode favorecer a formação de uma segunda camada de outro óxido ou incorporação de uma partícula metálica, e o empilhamento das camadas se da com os cátions de compensação entre as lamelas. Com isso em mente, o presente trabalho visa a obtenção de nanotubos a partir do método hidrotermal e a troca iônica nos mesmos, substituindo cátions Na+ ou H+ por cátions Co2+ (a partir do Co(NO3)2.6H2O) e Ag+ (a partir do Ag2SO4).

MATERIAL E MÉTODOS: As condições de síntese já predefinidas, realizada pelo método hidrotermal, a partir do TiO2 - P25 (mistura dos cristais, de morfologia denominada de anatase e rutilo,) que foram tratados com NaOH 10 mol L-1, à temperatura de reação de 140 °C (para troca com Co(NO3)2.6H2O e Ag2SO4) e tempo de 120h. Uma quantidade proporcional de 0,5 g de dióxido de titânio foi adicionada a 50 ml de NaOH em um reator de Teflon; em seguida o mesmo foi levado para a ultrassom por 10min, e para o agitador magnético por 30min, em seguida à estufa Odontobrás, para a reação por um tempo de 24h. Por fim o material foi lavado com água destilada desprezando o sobrenadante, centrifugado-o (Centrífuga da Fanem R = 05000 F = 03968 T = 5min) por várias vezes, realizando secagem deste (em temperatura de 100 oC) para a primeira caracterização no espectro Raman e DRX, antes da troca catiônica. Após a obtenção dos nanotubos foi feita a troca iônica com Co2+, Ag+ e Fe3+, numa proporção de 0,1 g de nanotubos sintetizados anteriormente, para 1,0 g de Co(NO3)2.6H2O e a mesma proporção para Ag2SO4, utilizando em cada amostra cerca de 50 mL de água como solvente. As soluções foram postas em agitação por um período de 24h à temperatura ambiente e em seguida lavadas com água destilada, desprezando o sobrenadante. O precipitado resultante de nanotubos de TiO2 foi seco e caracterizado por Espectroscopia Raman, marca Bruber, modelo Senterra.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Figura 1 mostra o gráfico obtido na caracterização do material por Espectroscopia Raman, para confirmar a estrutura cristalina antes e após a troca, dopado com Co(NO3)2.6H2O e com Ag2SO4. A figura 1 mostra os resultados da espectroscopia Raman para os nanotubos de titanato, apresentando picos típicos que se localizam em torno de 284 cm-1, 445 cm-1 e 700 cm-1 e de menor intensidade 835 cm-1 confirmando que houve formação deste a partir do TiO2. Para os nanotubos após a troca com prata e cobalto, observa-se o deslocamento das bandas, nos dois espectros, como também, o desaparecimento da banda em torno de 900 cm-1, caracterizando assim, a substituição dos cátions Na+ ou H+ por cátions Co2+ e Ag+, sendo que a de maior intensidade foi na troca com cobalto.

Figura 1.

Espectro Raman dos nanotubos de TiO2 antes e depois da troca catiônica.

CONCLUSÕES: A síntese realizada para troca catiônica, com cobalto e prata, partindo dos parâmetros adotados no presente trabalho, foi um sucesso, sendo que com os nanotubos sintetizados constatou-se a troca bem sucedida. O trabalho, ainda em andamento, tem por objetivo realizar mais análises de caracterização, investigar a capacidade catalitica, e futuramente o potencial dos nanotubos em degradação de correntes como Rodamina B (Rh. B).

AGRADECIMENTOS: Agradeço ao Programa Institucional de Base de Iniciação Científica – PIBIC / CNPq - por ter possibilitado a realização da pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LEITE, E.R. Encyclopedia of Nanoscience and Nanotech. vol. 6,ed. By H.S. Nalwa), Am. Scientific ublisher, Los Angeles, 2004.
KASUGA, T., HIRAMATSU, M., HOSON, A., SEKINO, T., NIIHARA, K. Titania Nanotubes Prepared by Chemical Processing. Advanced materials. v.11, p.1307–1311, 1999.
RAO, C.N.R. Transition metal oxides. Physical Chemistry. v.40, p.291-326, 1989.
CHANDRADASS, J.; BALASUBRAMANIAN, M. Sol–gel processing of alumina–zirconia minispheres. Ceramics International v.31, p.743-48, 2005.