ÁREA: Química Tecnológica

TÍTULO: PERFIL DO LEITE COMERCIALIZADO NO MUNICIPIO DE ÁGUAS BELAS– PE

AUTORES: Júnior, N.L. (UFRPE) ; Costa, L.A.C. (UFRPE) ; Silva, D.M.S. (UFRPE) ; Filho, J.S.S. (UFCG) ; Silva, E.O. (UFRPE) ; Assis, A.S. (UFRPE) ; Silva, W.L. (UFRPE)

RESUMO: No estado de Pernambuco, a pecuária encontra-se em evidência pelas diversas bacias leiteiras, tendo como destaque a prática da produção de leite e a valorização do seu produto no mercado consumidor. Para conhecer as características econômicas e tecnológicas do município foram aplicados questionários com produtores de leite. O perfil em estudo foi: transporte do leite; produção diária de leite; tipo de ordenha (manual ou mecânica); preço médio do litro de leite; análise físico-química do leite e vacinação. A produção de leite representa uma atividade pecuária econômica importante por gerar recursos financeiros e empregos para o município. O objetivo do trabalho é conhecer o perfil socioeconômico e tecnológico do leite comercializado no município de Águas Belas – PE.

PALAVRAS CHAVES: Perfil; Leite; Comercializado

INTRODUÇÃO: O leite é um dos alimentos mais completos em termos nutricionais e fundamentais para dieta humana, e constitui um excelente substrato para o desenvolvimento de uma grande diversidade de microrganismos, inclusive os patogênicos. Daí a qualidade do leite ser uma constante preocupação para técnicos e autoridades ligadas à área de saúde, principalmente pelo risco de veiculação de microrganismos relacionados com surtos de doenças de origem alimentar (LEITE et al., 2000; TIMM., 2003). O principal conceito de qualidade é que não há como melhorá-la depois que o leite deixa a fazenda, assim, é de suma importância melhorar as condições sanitárias nos sistemas de produção, e ainda avaliar as características físico-químicas do leite que estão relacionadas com a qualidade do produto que deixa a propriedade e chega à indústria ou ao consumidor (FONSECA e SANTOS, 2000; MARTINS et al., 2007). Segundo Rossi (1994), a refrigeração do leite é imprescindível para qualidade do leite e soluções deste tipo às vezes não são aplicadas por motivo técnico ou econômico. A preocupação com a qualidade do leite é objeto de estudo nos diversos centros de pesquisa, pois as variações ocasionadas no leite diminui seu valor econômico. No estado de Pernambuco, a sustentação econômica dos produtores rurais em sua maioria é proveniente da produção do leite, produto comercializado em sua maioria para produção de queijos, estabelecimentos comerciais e laticínios. Esta pesquisa teve como objetivo conhecer o perfil socioeconômico e tecnológico do leite comercializado no município de Águas Belas – PE, através de dados obtidos com aplicação de um questionário.

MATERIAL E MÉTODOS: O estudo do perfil (aspectos tecnológicos e econômicos) da produção de leite foi desenvolvido entre os meses de maio e junho de 2012, no momento foram visitados 44 produtores de leite, localizados na zona rural do município de Águas Belas – PE. Para obtenção dos dados foram realizadas visitas aos produtores de leite e na ocasião procedeu a aplicação do questionário, abordando diversos aspectos, como: transporte do leite; produção diária de leite; tipo de ordenha (manual ou mecânica); preço médio do litro de leite; análise físico-química do leite e vacinação. Após a coleta dos dados, os mesmos foram analisados para calcular as médias e elaboração de gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os resultados obtidos na visita aos 44 produtores de leite da zona rural, é possível observar na Figura 1, os variados meios de transporte utilizados pelos produtores de leite. Destes, 50% (22 produtores) utilizam a carroça de burro como meio de transporte de leite, 22,7% (10 produtores) dos produtores utilizam a moto, 13,6% (06 produtores) carregam o leite manualmente, 6,8% (03 produtores) transportam o leite de carro, 4,5% (02 produtores) utilizam a carroça de mão e 2,3% (01 produtor) transportam o leite de bicicleta. A Figura 2, mostra em termos percentuais o tipo de ordenha utilizada pelos produtores, onde 2,27% dos produtores de leite trabalham com a ordenha mecânica na sua propriedade, este percentual equivale apenas a 01 produtor. Os outros 97,73% produtores de leite ainda utilizam a ordenha manual, que corresponde a 43 propriedades. A produção média do leite é 31,9 L/dia, considerando uma produção de 30 dias/mês, tem o volume de 957 L/mês. O preço médio do leite é R$ 0,88 (oitenta e oito centavos). Com relação à importância das análises físico-químicas, 100% dos produtores de leite declararam realizar apenas o teste do alizarol, teste qualitativo que tem o intuito de verificar a acidez do leite. A importância das medidas profiláticas é essencial para boa qualidade do leite. As vacinas aplicadas pelos produtores são: febre aftosa e brucelose em 100% (44 produtores) dos casos, além destas vacinas apenas 54,5% (24 produtores) vacinam contra a raiva, 31,8% (14 produtores) vacinam contra tuberculose e 4,5% (02 produtores) vacinam contra carbúnculo sintomático.

Figura 1

Transporte utilizado pelos produtores de leite.

Figura 2

Ordenha utilizada pelos produtores de leite.

CONCLUSÕES: A produção e o fornecimento de leite representam uma atividade pecuária economicamente importante para zona rural do município de Águas Belas - PE, por gerar recursos financeiros para as famílias. Para atestar se o leite é de boa qualidade são necessárias análises físico-químicas e microbiológicas. Neste trabalho foi observado que 100% os produtores realizam um único teste, a análise de alizarol. A ordenha necessita de melhorias em 97,73% dos casos, porque o processo ainda é mecânico. Um fator positivo foram às vacinas de febre aftosa e brucelose, aplicadas em 100% das propriedades.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FONSECA, L. F. L.; SANTOS, M. V. Qualidade do leite e controle de mastite. São Paulo: Lemos, 2000.
LEITE JR, A. F. S.; TORRANO, A. D. M.; GELLI, D. S. Qualidade microbiológica do leite tipo C pasteurizado, comercializado em João Pessoa, Paraíba. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 14, n. 74, p. 45-49, 2000.
MARTINS, P. R. G. et al. Produção e qualidade do leite em sistemas de produção da região leiteira de Pelotas, RS, Brasil. Ciência Rural, v. 37, n. 1, p. 212-217, 2007.
ROSSI, E.A.; OLIVEIRA, J.S.; FARIA, J.B.. Efeito da concentração de água oxigenada na eficiência do sistema lactoperoxidase ativado em leite. Ciência e Tecn. de Alimentos, Campinas, 14(2):178-88, 1994.
TIMM, C. D. Avaliação da qualidade microbiológica do leite pasteurizado integral, produzido em micro-usinas da região sul do Rio Grande do Sul. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 17, n. 106, p. 100-104, 2003.