53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Alimentos

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DO MEL DE ABELHAS PROVENIENTES DO ESTADO DO PARÁ

AUTORES: Souza, R.F. (UEPA) ; Gomes, P.W.P. (UEPA) ; Souza, S.D. (UEPA) ; Barbosa, W.C. (UEPA)

RESUMO: A presente pesquisa teve como objetivo avaliar algumas características e parâmetros bioquímicos do mel de abelhas do estado do Pará, as amostras foram coletas e avaliadas qualitativamente correspondendo ao resultado esperado, onde o conteúdo de proteínas encontradas no mel 0,04 a 0,14% (média = 0,07 ± 0,02%), Os açúcares redutores totais, açúcares redutores e sacarose variaram de 65,9 a 79,0% (média = 75,74 ± 3,64%), 64,0 a 75,7% (média = 72,24 ± 3,24%) e 1,8 a 5,2% (média = 3,31 ± 1,05%), respectivamente, e Os conteúdos de frutose e glicose determinados variaram entre 26,9 a 44,7% (média = 37,32 ± 5,12%) e 21,5 a 44,4% (média = 34,87 ± 6,88%). Portanto, o mel é considerável de boa qualidade e de bom manejo para comercialização do mesmo.

PALAVRAS CHAVES: Mel; Parâmetros Bioquímicos; Estado do Pará

INTRODUÇÃO: O mel produzido a partir do néctar das flores por abelhas é um alimento natural, contendo em proporções equilibradas, quantidades de minerais, ácidos e principalmente, açúcares. A composição do mel de abelha é influenciada pelo aspecto químico, geográfico e climático, e está diretamente relacionada com a origem floral, condições do solo, aspectos de processamento e armazenamento (BARONI et al, 2009; GULER et al, 2007). Por estes fatores a caracterização dos diferentes méis torna-se de grande relevância, uma vez que isto permitirá a orientação técnica para especificar padrões de qualidade e assim evitar a ocorrência de adulterações. As pesquisas com méis de abelhas buscam estabelecer um monitoramento adequado para o estabelecimento de ações de controle de qualidade e confiabilidade visando à geração de méis mais competitivos em um mercado cada vez mais exigente. As informações a respeito dos parâmetros de qualidade dos méis produzidos no Estado do Pará, ainda são raras, no entanto, são fundamentais para que se possa estabelecer um controle de qualidade. Desta forma, este trabalho teve como objetivo determinar as características bioquímicas (açúcares redutores e totais, glicose, frutose, proteínas e atividade diastásica) de méis de abelha provenientes de do Estado do Pará.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo foi realizado com dez amostras de mel de abelha produzidos em diferentes microrregiões do Estado do Pará. Os parâmetros bioquímicos analisados foram: açúcares redutores, sacarose, glicose, frutose, atividade diastásica e proteinas. As metodologias de quantificação destes parâmetros seguiram recomendações da AOAC (1997), Bogdanov, Martin, Lüllmann (1997) e Ministério da Agricultura e do Abastecimento (BRASIL, 2000).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O conteúdo de proteínas encontrado variou de 0,04 a 0,14% (média = 0,07 ± 0,02%) Essa característica não apresenta valores de referência estabelecidos nas legislações vigentes. Os valores para proteínas obtidos são semelhantes aos resultados observados por Arruda et al. (2004) que registrou variação de 0,118 a 0,254% . A atividade diastásica das amostras de méis variou de 10,9 a 61,2 Gothe (média = 26,7 Gothe). Estes valores estão em conformidade com o mínimo estabelecido pela norma brasileira e européia que é de 8,0 Gothe. Estes valores são próximos aos registrados por Sodré et al. (2007) em amostras de méis do Estado do Ceará, que obtiveram uma variação de 5,3 a 43,39 (escala de Gothe) com valor médio de 16,48 (escala de Gothe). Os açúcares redutores totais, açúcares redutores e sacarose variaram de 65,9 a 79,0% (média = 75,74 ± 3,64%), 64,0 a 75,7% (média = 72,24 ± 3,24%) e 1,8 a 5,2% (média = 3,31 ± 1,05%), respectivamente. Destas características, apenas açúcares redutores totais não existe valor estabelecido nas legislações vigentes (BRASIL, 2000 e CODEX, 2001). Todas as amostras estão dentro do limite estabelecido pela legislação internacional, que estabelece um mínimo de 60%. Para os valores de sacarose, todas as amostras não excedem o valor máximo (6%) permitido pela Legislação Brasileira (BRASIL, 2000). Os conteúdos de frutose e glicose determinados variaram entre 26,9 a 44,7% (média = 37,32 ± 5,12%) e 21,5 a 44,4% (média = 34,87 ± 6,88%), respectivamente. Para estes parâmetros não há valores de referência estabelecida tanto na Legislação Nacional quanto na Legislação Internacional. Estes valores observados para frutose e glicose estão próximos aos determinados por Devillers et al. (2004) que obtiveram para frutose uma variação de 37,9 a 42,59 %.

CONCLUSÕES: Podemos concluir que os méis estudados são de qualidade, possuem tratamento e manejo adequado, boa maturidade e frescor, pois os resultados dos parâmetros bioquímicos estavam dentro dos padrões preconizados pelo Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel (Ministério da Agricultura e do Abastecimento) e legislação internacional CODEX ALIMENTARIUS.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARRUDA, C.M.F. et al.; Características físico-químicas de amostras de méis de Apis mellifera L. 1758 (HYMENOPTERA, APIDAE) da região da Chapada do Araripe, município de Santana do Cariri, Estado do Ceará. Boletim de Indústria Animal, v.61, n.2, 141-150, 2004.

AOAC - Association of Official Analytical Chemists. Official methods of analysis. Washington, 1997, 1170p.

BRASIL. Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000. Estabelece o regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 23 out. 2000. Seção 1, p.16-17.

BOGDANOV, S.; MARTIN, P.; LÜLLMANN, C. Harmonised Methods of the European Honey Commission. Apidologie, Paris, Extra Issue, p.1 - 59, 1997.

BARONI, M. V. et al.; Determination of Volatile Organic Compound Patterns Characteristic of Five Unifloral Honey by Solid-Phase Microextraction−Gas Chromatography−Mass Spectrometry Coupled to Chemometrics. Journal of Agricultural Food Chemistry, v.54, n.19, 7235–7241, 2006.

CODEX, Revised Codex Standard for Honey. CODEX STAN 12-1981. Codex Alimentarius Commission. FAO/OMS. Rome, Italy. 7 pp. (2001). Disponivel:
http://www.codexalimentarius.net/web/standard_list.do?lang=en, acesso em 03/08/2009.

DEVILLERS, J. et al.; Classification of monofloral honeys based on their quality control data. Food Chemistry, v.86, n.2, 305–312, 2004.

GULER, A. et al.; Determination of important biochemical properties of honey to discriminate pure and adulterated honey with sucrose (Saccharum officinarum L.) syrup. Food Chemistry, v.105, 1119–1125, 2007.

SODRÉ, G. S. et al.; Determination of chemical elements in africanized Apis mellifera (hymenoptera: apidae) honey samples from the State of Piauí, Brazil. Química Nova, v 30, n.4, 920-924, 2007