53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Alimentos

TÍTULO: Bebida Láctea Fermentada Com Adição de Polpa de Murici

AUTORES: Lima Christichini, J.P. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Martins de Paula Mota, M. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Lima da Cruz, D.T. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Niesciur Lopes, O. (IFMT - CAMPUS CONFRESA)

RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo elaborar formulações de bebida láctea fermentada com adição de polpa de murici em três diferentes concentrações de polpa de murici (10, 15 e 20%). Foram realizados testes sensoriais de ordenação de preferência e aceitação para determinar se as amostras tiveram boa aceitação. As amostras foram analisadas estatisticamente nos quesito cor, sabor, textura e globalmente. Também foi realizado cálculos de rendimento de massa do queijo, soro e da polpa de murici. Pelos resultados estatísticos observou-se que a formulação contendo 50% de soro de leite e 15% polpa de murici foi a amostra que teve melhor aceitação.

PALAVRAS CHAVES: Murici; Bebida lactica; Análise Sensorial

INTRODUÇÃO: O soro de queijo é o liquido residual obtido a partir da coagulação do leite destinado a fabricação de queijos ou de caseína. É considerado o principal subproduto da indústria de laticínios e em sua composição existe boa quantidade de excelentes nutrientes como a lactose e proteína de elevado valor biológico, tornando-se uma excelente fonte de proteínas a um baixo custo. Devido a grande oferta de soro de queijo no Brasil, suas características nutricionais, potencial poluidor e baixo custo torna o soro uma importante matéria-prima para a produção de bebida láctea. (ALMEIDA, 2001) Para o desenvolvimento de uma nova bebida láctea fermentada diferenciada, foi adicionada na formulação tradicional a polpa de murici, um fruto pequeno, esférico, muito nutritivo e muito comum no cerrado brasileiro. A formulação desta bebida láctea de murici justifica-se devido o soro do queijo ser um subproduto muito nutritivo e às vezes é despejado sem tratamento direto no meio ambiente, além do murici ser um fruto nutritivo e sabor agradável, resultando em uma bebida com sabor característico e nutritivo. O objetivo do presente trabalho é a elaboração de uma nova bebida láctea fermentada com diferentes concentrações de polpa de murici(10%,15% e 20%), sendo a formulação de 50% de soro de queijo.

MATERIAL E MÉTODOS: Neste trabalho foram desenvolvidas três formulações de bebida láctea fermentada sabor murici, com adição de 10, 15 e 20% de polpa de murici. A todas as formulações foi adicionado leite em pó desnatado na mesma proporção, para que os produtos finais se adequassem à legislação vigente e açúcar refinado. Para a avaliação sensorial das formulações em questão, foi realizado um teste de aceitação com uma escala hedônica de nove pontos (variando de “desgostei extremamente”, escore 1, a “gostei extremamente”, escore 9), com provadores não- treinados de ambos os sexos, sendo eles alunos, professores e servidores do Instituto Federal de Mato Grosso Campus Confresa. As amostras foram apresentadas em copos plásticos descartáveis brancos (capacidade de 50mL), codificadas e aleatorizadas, em cabines individuais. Entre cada amostra foi oferecido um copo de água mineral à temperatura ambiente para limpar a boca, evitando influência de uma amostra para outra.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos resultados obtidos na avaliação sensorial foi realizada a ANOVA, verificando-se que houve diferença significativa (P<0,05) entre as formulações testadas. Realizou-se então o teste de Tukey, para verificar se as formulações diferiram entre si (Tabela 1). Comparando-as em relação ao atributo cor, as amostras A1 e A2 diferem entre si, entretanto entre as amostras A1 e A3, A2 e A3 não há diferença estatística entre elas a p≤ 0,05. Avaliando o atributo sabor as amostras A1 e A2, A2 e A3 são estatisticamente iguais diferem entre si, entretanto as amostras A1 é diferente de A3 a nível de 5% de significância. No atributo textura, a formulação apresentou diferença entre as amostras A1 e A2 , A1 e A3, sendo A2 e A3 iguais estatisticamente. Na avaliação global do produto, as amostras A2 e A3 são iguais entre si e se diferem de A1. Teste de Ordenação de Preferência No teste de ordenação de preferência, uma série de amostras é apresentada para que seja ordenada de acordo com a preferência do julgador. Os julgadores tiveram que atribuir o número 1 para a amostra “menos preferida”, 2 para a “intermediária” e 3 para a amostra” mais preferida”. A Figura 1 apresenta a porcentagem de julgadores que atribuíram notas 1,2 e 3 para as três formulações que mais se destacaram Percebe se pelos gráficos que 25% atribuíram nota 1, 30% nota 2 e 45% nota 3 para a formulação de 50% de soro com 15% de polpa de murici. Rendimento do Queijo Foram realizados cálculos para determinar o rendimento do queijo e da polpa de murici. Para cada formulação de bebida láctea, foi utilizado 15 litros de leite integral pasteurizado para obtenção do queijo e soro. O rendimento de massa foi cerca de 1,470 Kg. A quantidade de soro obtida foi aproximadamente 10 litros.

Tabela 1

Comparação das médias das notas atribuídas pelos julgadores à formulação

Figura 1

Teste de Ordenação de Preferência.

CONCLUSÕES: O preparo das amostras de bebida láctea fermentada com adição de polpa de murici permitiu a verificação por meio de análises sensoriais e cálculos estatísticos se foram bem aceitas pelos provadores. As amostras foram analisadas estatisticamente nos quesito cor, sabor, textura e globalmente. Pelos estudos realizados conclui se que as amostras de 50% de soro com 15% de polpa de murici foi a mais bem aceita e preferida pelos julgadores. Mas sendo necessário a realização de outros testes sensoriais para tal comprovação.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos primeiramente ao financiador do projeto (IFMT) e aos organizadores do evento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALMEIDA, K. E. DE; BONASSI, I. A.; ROÇA, R. DE O. Características Físicas e
Químicas de Bebidas Lácteas Fermentadas e Preparadas com Soro de Queijo Minas
Frescal. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 21(2): 187-192, maio-ago. 2001.