53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Alimentos

TÍTULO: Avaliação do consumo de refrigerantes pelos adolescentes e jovens do município de Pontes e Lacerda.

AUTORES: Cunha, A.L. (IFMT - FO/PL) ; Brilhante, A. (IFMT - FO/PL) ; Maciel, J.P. (IFMT - FO/PL) ; Andrade, J.K. (IFMT - FO/PL) ; Villarroel, S. (IFMT - FO/PL)

RESUMO: Vários estudos endossam a hipótese que o consumo de refrigerantes causa obesidade, diabetes mellitus entre outras doenças, já a OMS, enfatiza que existem evidências suficientes para desencorajar o consumo de refrigerantes para uma alimentação saudável. Apesar da disponibilidade de alimentos saudáveis no lanche escolar, os jovens têm preferência por alimentos não benéficos, tendo ainda o aumento da oferta de alimentos em grandes quantidades se tornando mais acessíveis o consumo de refrigerantes em relação a outras bebidas não alcoólicas. Nota-se que os adolescentes são os maiores consumidores, sendo um dado que pode causar alarde. O poder público pode interferir por meio de programas de educação alimentar associado à fácil oferta de alimentos mais saudáveis para esta faixa econômica.

PALAVRAS CHAVES: Refrigerante; Consumo; Adolescente

INTRODUÇÃO: O consumo alimentar de adolescentes caracteriza-se pela presença de alimentos gordurosos e de alta densidade energética (ESTIMA et.al., 2011). Vários estudos endossam a hipótese que o consumo de refrigerantes causa obesidade, diabetes mellitus entre outras doenças, porém, não existem testes clínicos que confirmem isso, já a OMS, enfatiza que existem evidências suficientes para desencorajar o consumo de refrigerantes para uma alimentação saudável (ROMBALDI, et.al., 2011). Apesar da disponibilidade de alimentos saudáveis no lanche escolar, os jovens têm preferência por bolachas, batatas fritas, pizzas, refrigerantes e chocolates (CARMO et.al., 2006). Citando ainda Carmo et.al.(2006), afirmam que a ingestão energética excessiva pode ser proveniente do aumento da oferta de alimentos em grandes quantidades, podendo repercutir sobre o aumento da prevalência de excesso de peso. Os refrigerantes são produtos industrializados não alcoólicos, bebidas com gás, com sabores variados; e alto poder refrescante. Seu consumo aumentou muito no Brasil e ao redor do mundo nos últimos anos (LIMA; AFONSO, 2009; KORAB; PIĘTKA, 2012, citados por DÜSMAN et.al., 2013). O consumo de alimento ricos em açúcar (refrigerantes) é motivo de preocupação pelos efeitos danosos que estes podem causar quando consumidos de forma desarmoniosa em relação ao conjunto da alimentação (CARMO et.al., 2006), isso se torna um fator ambiental importante no comportamento alimentar das pessoas, sendo os EUA, México e Brasil, os três maiores países produtores e consumidores de refrigerantes (SANTIAGO & KOBAYASI, 2008). Este trabalho faz parte do projeto Ciência e Cidadania tem por finalidade avaliar o consumo de refrigerante pelos adolescentes do município de Pontes e Lacerda.

MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia utilizada se baseia no trabalho de Carmo et.al.(2006), formulando um questionário para avaliar a frequência de consumo, a quantidade de doses diárias (uma dose equivalente a 200 mL do refrigerante), o tipo de refrigerante, renda familiar, sexo, idade, local de consumo. Aplicação do questionário para uma amostra da população de jovens, com idade mínima de 14 anos e idade máxima de 22 anos de Pontes e Lacerda, se deu no período de 01/07 a 10/07/2013. Os indivíduos eram parados no centro da cidade e lhes era perguntando se gostariam participar da pesquisa, assim, os que concordavam respondiam ao questionário.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Da amostra de pessoas entrevistadas, 88% consomem refrigerantes, enquanto pessoas que não consomem equivalem a 12%. 43,18% dos consumidores são mulheres e 58,82% são homens. Relacionando esses dados com a idade dos entrevistados adolescentes entre 14 a 16 anos representam 34,1% dos que consomem refrigerante diariamente, nessa mesma faixa etária não foram encontrados adolescentes que não consomem refrigerantes. Já os entrevistados de 17 á 19 anos totalizam 42,2% dos que consomem refrigerantes diariamente e 66,6% dessa classe não consomem. Entre os de 20 a 22 anos, 22,7% consomem refrigerante sendo que 33,4% não consomem. Dos consumidores, 50% possuem uma renda familiar entre 1 a 4 salários mínimos, 36,36% possuem renda de 5 a 8 salários mínimos e 13,64% possuem mais de 8 salários mínimos. Os dados mostram também que 45,46% dos entrevistados consomem de 1 a 3 doses diárias, 43,18% consomem de 4 a 6 doses e 11,36% consomem mais de 6 doses. 90,9% das pessoas preferem o refrigerante comum, o restante prefere diet ou zero. Também foi feita uma relação entre a preferencia dos sabores, 47,73% optam pelo sabor cola, 22,73% pelo guaraná enquanto outros sabores totalizam 29,54%. O local de preferencia de consumo são eventos, casa, escola/faculdade e trabalho com porcentagem equivalente entre ambos. Nota-se que os adolescentes são o grupo com maior índice de consumo de refrigerante, neste ponto a interferência do poder publico seria de vital importância com o a instituição de programa de alimentação e aumentando a oferta de alimentos mais saudáveis abaixando o preço e tornando-os mais acessíveis.

CONCLUSÕES: Observa-se que os maiores consumidores de refrigerante são adolescentes de 14 a 16 anos com renda de 1 a 4 salários, apresentando consumo diário. Nenhum dos entrevistados dessa idade deixam de consumir. Os de 17 a 22 anos apresentam consumo mais controlado. O alto consumo pelos adolescentes está relacionado à suas preferencias alimentares e a disponibilidade de produtos mais acessíveis para a faixa econômica em questão de acordo com Carmo et.al.(2006). Cabe ao governo propor ideias para evitar o consumo de alimentos energéticos, oferecendo alimentos saudáveis, mais baratos e acessíveis.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARMO, Marina Bueno do; TORAL, Natacha; SILVA, Marina Vieira da; SLATER, Betzabeth. Consumo de doces, refrigerantes e bebidas com adição de açúcar entre adolescentes da rede pública de ensino de Piracicaba, São Paulo. Revista Brasileira Epidemiologia 2006; 9(1): 121-30.
Acesso: 01/07/2013. Disponível:<http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v9n1/10.pdf >.

DÜSMAN, Elisângela; BERTI, Alessandra Paim; SOARES, Lilian Capelari; VICENTINI, Veronica Elisa Pimenta. Citotoxicidade e mutagenicidade de refrigerantes sabor cola e uva, em células de medula óssea de roedor. Food Sci. Technol, Campinas, 33(1): 122-126, Jan.-Mar. 2013. Acesso: 01/07/2013. Disponível:<http://www.scielo.br/pdf/cta/v33n1/aop_cta_5872.pdf>.

ESTIMA, Camila Chermont P.; PHILIPPI, Sonia Tucunduva; ARAKI, Erica Lie; LEAL, Greisse Viero S.; MARTINEZ, Marcelle Flores; ALVARENGA, Marle dos Santos. Consumo de bebidas e refrigerantes por adolescentes de uma escola pública. Revista Paulistana Pediatra 2011; 29(1):41-5. Acesso: 01/07/2013. Disponível:<http://www.scielo.br/pdf/rpp/v29n1/07.pdf>.

ROMBALDI, Airton José; NEUTZLING , Marilda Borges; SILVA, Marcelo Cozzensa da; AZEVEDO, Mario Renato; HALLAL Pedro Curi. Fatores associados ao consumo regular de refrigerante não dietético em adultos de Pelotas, RS. Revista de Saúde Pública 2011; 45(2):382-90.
Acesso: 01/07/2013. Disponível:<http://www.scielo.br/pdf/rsp/v45n2/1664.pdf>.

SANTIAGO, José Roberto Ferreira e KOBAYASI, Shoiti. Efeito da dilatação gástrica em ratos submetidos à ingestão de água gaseificada sobre a função metabólica hepática. Acta Cir. Bras. [online]. 2008, vol.23, n.5, pp. 412-416. Acesso: 01/07/2013.
Disponível:< http://www.scielo.br/pdf/acb/v23n5/04.pdf>.