53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE PRÉ-FORMULAÇÕES COSMÉTICAS NÃO IÔNICAS DO ÓLEO DE BABAÇU (Orbignya phalerata MART.)

AUTORES: Vale, R.C. (UEMA) ; Menezes, L.C. (UEMA) ; Cardoso, W.S. (UEMA) ; Costa, M.C.P. (UEMA)

RESUMO: Emulsão é um sistema termodinamicamente instável resultante da mistura de dois líquidos imiscíveis entre si. Podem ser classificadas em: emulsão água em óleo (A/O) e óleo em água (O/A) (ALMEIDA, 2010). O babaçu (Orbignya phalerata Mart.), palmeira nativa do Maranhão, vem sendo tradicionalmente explorado para o aproveitamento da amêndoa na produção de óleo (CHORILLI, 2009). Visando o aproveitamento deste recurso natural, foram desenvolvidas pré-formulações não iônicas a partir do óleo de babaçu para aplicações cosméticas, seguidas da avaliação de suas propriedades físico-químicas.

PALAVRAS CHAVES: Cosméticos; Emoliente; Lipídeos

INTRODUÇÃO: Emulsão é um sistema termodinamicamente instável resultante da mistura de dois líquidos imiscíveis entre si e uma terceira fase contendo agente emulsificante (BREUER, 1985). De acordo com a natureza da fase externa, contínua ou ainda conhecida como dispersante podem ser classificadas em: emulsão água em óleo (A/O) a que contém água como fase dispersa sob a forma de pequenas partículas (maior que 0,1 mm) na fase oleosa e óleo em água (O/A) a emulsão composta pela dispersão de material oleoso/graxo na fase aquosa (SHARMA, 1985). São muito utilizadas em cosméticos, para aplicação tópica, assim como em preparações farmacêuticas administradas por diferentes vias de administração (PINHO, 1998), podendo ser incorporados em suas fases ativos hidrossolúveis e/ou lipossolúveis, dependendo de suas características e dos efeitos desejados (ALLEN JUNIOR, 2004). Na área cosmética não existe nenhum protocolo oficial padronizando os testes de estabilidade, pois estes devem ser adequados aos objetivos do formulador, da forma cosmética e dos constituintes da formulação. No entanto, com o intuito de direcionar as indústrias cosméticas e/ou os formuladores, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicou um Guia de estabilidade sugerindo parâmetros de avaliação e os testes de estabilidade (ANVISA, 2004). O babaçu (Orbignya phalerata Mart.), palmeira nativa do Maranhão, vem sendo tradicionalmente explorado para o aproveitamento da amêndoa na produção de óleo. Sendo assim, é de grande importância o estudo da utilização do óleo de Babaçu, vislumbrando a aplicabilidade na área cosmética, sinalizando o aproveitamento de recursos naturais com desenvolvimento sustentável e conseqüentemente desenvolvimento regional e contribuição social (CHORILLI, 2009).

MATERIAL E MÉTODOS: No desenvolvimento das pré-formulações foram utilizadas na fase oleosa agentes emulsificantes não iônicos, emoliente e conservante. Na fase aquosa os compostos utilizados foram agentes espessantes, umectante e conservante. O preparo das pré- formulações não iônicas inicia-se com o aquecimento das fases oleosa e aquosa, separadas, onde, logo após, a fase oleosa é vertida na fase aquosa, sob agitação com hélice mecânica e velocidade controlada, até resfriamento ambiente. A fim de verificar a estabilidades das pré-formulações diversas análises foram feitas, tais como: aspectos macroscópicos, testes de centrifugação, medidas do pH, avaliação de homogeneidade dos glóbulos por microscopia e testes de estabilidade acelerada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Por meio da análise macroscópica observou- se que não houve qualquer alteração, quanto ao aspecto geral das pré-formulações. O teste de centrifugação é de caráter eliminatório, o qual foi realizado nas pré- formulações preparadas, de modo que a separação de fases não ocorreu em nenhuma delas. Os valores de pH são mensurados a partir de 24 h e acompanhados quinzenalmente, foi constatado que os valores se mantêm na faixa de 5,1 a 5,4. Na avaliação da homogeneidade dos glóbulos por microscopia foi possível observar as fases dispersa e dispersante, e verificou-se também que não houve nenhuma alteração nos sistemas. O teste de estabilidade acelerada só mostrará algum resultado depois de certo tempo, pois precisa de acompanhamento cauteloso por certo período de tempo.

CONCLUSÕES: A partir do teste de centrifugação foram selecionados as pré-formulações e as análises realizadas mostraram que esses sistemas mantiveram-se no padrão de estabilidade.

AGRADECIMENTOS: Aos meus amigos que me ajudaram no desenvolvimento deste trabalho, em especial à Sunamita Nascimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BREUER, M.M. Cosmetics emulsions. In: BECHER, P. (ed.) Encyclopedia of emulsions technology. New York: Marcel Dekker, 1985. v.2, p.385-424.
PINHO, J.J.R.G.; STORPIRTIS S. Formação e estabilidade física das emulsões. Cosmet. Toiletries, v.10, n.6, p.44, 46, 50, 52, 54, 1998.
ALLEN JUNIOR, L.V. Manipulando emulsões. Int. J. Pharm. Compounding, 6, 168-176, 2004.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de estabilidade de produtos cosméticos. Brasília: ANVISA, 2008.
HORMESINO, C. M. Tese de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 1983.
M. M. ALMEIDA, C. R. R. C. LIMA, J. S. QUENCA-GUILLEN, E. MOSCARDINI FILHO, L. P. MERCURI, M. I. R. M. SANTORO, E. R. M. Kedor-Hackmann. Stability evaluation of tocopheryl acetate and ascorbyl tetraisopalmitate in isolation and incorporated in cosmetic formulations using thermal analysis. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 46, n. 1, jan./mar., 2010.
I.B.S.MORAIS, L.H. ANGELIS. BIOTENSOATIVOS: uma alternativa mais limpa para as indústrias de cosméticos.
1D.J.SILVA, J.L.GOMIDE, J.L COLODETTER. UTILIZAÇÃO DE SURFACTANTES, NA POLPAÇÃO KRAFT DE MADEIRA DE EUCALIPTO, COMO AUXILIAR NA REMOÇÃO DE EXTRATIVOS LIPOFÍLICOS.Árvore, Viçosa-MG, v.28, n.6, p.911-917, 2004.
M. CHORILLI , G.R. CAMPOS & P.M.L. BOLFARINI. Desenvolvimento e Estudo da Estabilidade Físico-Química de Emulsões Múltiplas A/O/A E O/A/O Acrescidas de Filtros Químicos e Manteiga de Karité. Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Pontifícia Universidade Católica de Campinas.Latin American Journal of Pharmacy (formerly Acta Farmacéutica Bonaerense)Lat. Am. J. Pharm. 28 (6): 936-40 (2009).
A.R.PIANOVSKI, A.F.G. VILELA, A.A.S. SILVA, C. G.LIMA, K.K. SILVA, V.F.M.CARVALHO,C.R.MUSIS, S.R.P. MACHADO, M. FERRARI. Uso do óleo de pequi (Caryocar brasiliense) em emulsões cosméticas: desenvolvimento e avaliação da estabilidade física Faculdade de Farmácia, Universidade de Cuiabá. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 44, n. 2, abr./jun., 2008.