53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA AGUA DISTRIBUIDA EM SANTANA DISTRITO DE PARAÍSO DO TOCANTINS.

AUTORES: Vieira, J.T. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Alves, M. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Vieira, G. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Silva, E.H. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Soares, G. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS)

RESUMO: Com o objetivo de avaliar a qualidade da água que abastece o Distrito de Santana foram analisadas amostras de água do sistema público de abastecimento (SAA), na entrada e saída da rede de distribuição, fontes alternativas de abastecimento (SAC e SAI) durante o ano de 2012. Baseado nos parâmetros: coliformes totais, coliformes termotolerantes, cloro residual, turbidez, o sistema SAA encontra-se em concordância com os parâmetros estabelecidos pela Portaria no 518/2004, já o sistema SAC e SAI apresentaram contaminações microbiológicas. Em relação às ações de Vigilância Sanitária, observa-se a necessidade de implantação de um programa educativo para alertar e conscientizar a população sobre os riscos que a água sem tratamento representa para a saúde humana.

PALAVRAS CHAVES: qualidade da água; pH; vigilância sanitária

INTRODUÇÃO: A água é essencial á vida e desenvolvimento do ser humano. Ela deve atender a todas as necessidades fisiológicas, da população com um mínimo de qualidade (MATTOS e SILVA, 2002). A água necessária para suprir a população provém de mananciais de superfície ou subterrâneos. A qualidade microbiológica da água para o consumo humano é de suma importância, seja ela de abastecimento, de poço, de mina ou comercializada como água mineral, pois a água pode ser um veículo causador de infecções ao homem (KOTTWITZ e GUIMARÃES, 2001). O uso de água subterrânea contaminada, não tratada ou inadequadamente desinfetada foi responsável por 44% dos surtos de doenças de veiculação hídrica entre 1981 e 1988 (AMARAL et al., 2003). O Ministério da Saúde do Brasil, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária estabelece a Portaria nº 518 de 25 de março de 2004 que define água potável como sendo água para o consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos atendem ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos á saúde (BRASIL, 2006). O decreto nº 5.540, de 4 de maio de 2005, estabelece que os responsáveis pelo abastecimento de água terão de incluir, nos boletos de cobrança do serviço, informações sobre a procedência, qualidade da água, riscos de possíveis contaminações para a saúde humana e as medidas de correção para a garantia da qualidade do produto. Esta iniciativa tem por objetivo assegurar uma melhor qualidade de vida á população (BRASIL, 2005). A vigilância da qualidade da água para consumo humano consiste no conjunto de ações adotadas pelas autoridades de saúde pública para garantir que a água consumida pela população atenda ao padrão e normas estabelecidas na legislação vigente e para avaliar os riscos que a água consumida representa à saúde humana.

MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo que teve como objetivo analisar os dados referentes ao cadastro dos sistemas de abastecimento de água, o controle (dados fornecidos pela prestadora) e as ações de vigilância no período de janeiro a dezembro de 2007. O Programa de Vigilância e Controle da Qualidade da Água para Consumo Humano desenvolvido no município, é realizado pela Secretaria Municipal de Saúde, através da Coordenadoria de Vigilância Sanitária, que dispõe de uma equipe formada por dois técnicos de nível superior, cinco de nível médio, e um coordenador. Consiste na coleta de amostras de água para análises físico-químicas e microbiológicas, onde são verificados os seguintes parâmetros: Coliformes totais, coliformes termotolerantes, turbidez, cloro residual. As análises são realizadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN. Os instrumentos de coleta incluíram formulários de cadastro, frascos estilizados pra coleta microbiológica e físico química. Os pontos de coleta estão distribuídos na rede de distribuição e são coletados nos mesmos pontos em que a prestadora coleta. São realizadas 17 coletas em sistema de abastecimento de água – SAA, 05 em sistemas de abastecimentos coletivos – SAC, e 03 em sistemas de abastecimentos individuais – SAI, totalizando 25 amostras mensais. Os resultados das análises são encaminhados à Vigilância Sanitária Municipal, em média, após vinte a trinta dias da data da entrega das amostras. Estes laudos são analisados e quando os mesmos se se encontram fora dos padrões exigidos pela legislação em vigor, é realizada a recoleta. Persistindo análises fora dos padrões, é encaminhada ao responsável pela prestadora uma solicitação para adequações que se fizerem necessária.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O período correspondente ao estudo foi compreendido entre os meses de janeiro a dezembro de 2007. Observou-se que a turbidez média de 1,60, sendo a mínima de 0,4 e máxima de 10,9 para o cloro residual a média foi de 0,81, sendo o mínimo de 0,3 e o máximo de 1, 2. Ausência de coliformes totais e termotolerantes para o sistema de abastecimento de água - SAA, presença de 60% de coliformes totais e 33% de coliforme termotolerantes para o sistema alternativo coletivo – SAC e 69% para coliformes totais e 39% para coliformes termotolerantes.As soluções alternativas coletivas (SAC e SAI) se diferenciam dos sistemas de abastecimento de água (SAA), pois a distribuição da água pode ou não ocorrer por meio de rede canalizada, independentemente de ambas as formas de suprimento serem coletivas. A turbidez elevada influencia nos processos usuais de desinfecção, atuando como escudo aos microorganismos patogênicos minimizando a ação do desinfetante. Águas insuficientemente tratadas, sem garantia do residual de cloro, ou infiltrações podem permitir o acúmulo de sedimentos, matérias orgânicas e promover o desenvolvimento de bactérias incluindo aquelas do grupo Coliformes que não E. Coli ou termotolerantes (Bastos et al, 2000). A presença do cloro em concentrações suficientes é fundamental como agente bactericida, sendo notória a eficiência da cloração na redução de doenças de veiculação hídrica (Freitas et al, 2002).

CONCLUSÕES: Os resultados físico-químicos e microbiológicos do sistema de abastecimento de água - SAA demonstram concordância com os parâmetros estabelecidos pela portaria 518. Água sem tratamento consumida pela população apresentou contaminação microbiológica. Sendo assim, observa-se a necessidade de implementação do programa educativo, para alertar e conscientizar a população que consome água sem tratamento sobre os riscos e perigos para a saúde humana.

AGRADECIMENTOS: IFTO campus Paraíso do Tocantins Vigilãncia Sanitária Municipal de Paraíso do Tocantins

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMARAL, L.A., NADER FILHO, A.; ROSSI JUNIOR, O.D.; FERREIRA, F.L.A.; BARROS,L.S.S.. Água de consumo humano como fator de risco á saúde em propriedades rurais. Rev. Saúde Pública, ago. 2003,v.37,nº.4.p 510-514.

KOTTWITZ, L. B. M; GUIMARÃES, I. M. Avaliação da qualidade microbiológica da água consumida pela população de Cascavel, PR. Rev. Higiene Alimentar, v.17, nº 113, 2003.

MATTOS, M. L. T. SILVA, M. D. Controle da qualidade microbiológica das águas de consumo na microbacia hidrográfica Arroio Passo do Pilão. Ministerio da Agricultura, Pecuária e abastecimento, Pelotas-RS, dez 2002.

SILVA, R.L.B.; BARRA, C.M.; MONTEIRO, T.C.N. BRILHANTE, O.M.. Estudo da contaminação de poços rasos por combustíveis orgânicos e possíveis conseqüências para a saúde pública no Município de Itaguaí, Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, v.18, nº.6, p. 1599-1607, nov/dez 2002.

SOUZA, R. M. G. L.; PERRONE, M. A. Padrões de Potabilidade da Água (Pro Água. Programa Estadual de Vigilância da Qualidade da Água para consumo Humano). Disponível em: www.cetesb.sp.gov.br. Acesso em: 08 de agosto de 2005.

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BRASIL. Comentários sobre a Portaria MS n.º 518/2004: subsídios para implementação / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005. saúde.gov.br/bvs

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BASTOS, R. K. X.; BEVILACQUA, P.D.; NASCIMENTO, L. E. do; et al. Porto Alegre: Anais do Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2000, p27.

REITAS, V.P.S.; BRÍGIDO, B. M. ; BADOLATO,M.I.C.; et al. Padrão físico químico da água de abastecimento público da região de Campinas. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 61(1):51-58, 2002.