53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Química Inorgânica

TÍTULO: ESTUDOS PRELIMINARES DO MINÉRIO DE COBRE DA REGIÃO DE SOSSEGO CARAJÁS.

AUTORES: Pereira, J.S. (UFPA) ; Cardoso, D.N.P. (UFPA) ; Gonçalves, S.G. (UFPA) ; Felipe, A.M.P.F. (UFPA)

RESUMO: O cobre puro é um bom condutor de eletricidade e, portanto, seu consumo cresceu extraordinariamente. Os minérios de cobre em sua maioria, não têm teores de cobre elevados o suficiente para serem utilizados eficientemente pelas indústrias em sua forma bruta. O objetivo do trabalho é a caracterização da amostra de minério primário, com o intuito de melhorar o processo de beneficiamento mineral. Foi coletada uma amostra da mina do sossego em Carajás e a caracterizou através da Difração de Raios-X e da Fluorescência. Os resultados mostraram que o mineral predominante é o quartzo, os teores de SiO2 e Al2O3 obtidos nas análises, são indicativos da presença de caulinita e também confirma que para ter a obtenção do cobre, é necessário a concentração do material.

PALAVRAS CHAVES: Minério; Sossego; Cobre

INTRODUÇÃO: Com o fim de reduzir a importação de cobre, a companhia Vale do Rio Doce (CVRD) realizou diversas atividades de exploração, descobrindo nos últimos 25 anos, áreas com reservas ou recursos de minério de Cobre como os de Salobo, Igarapé Bahia/Alemão, Sossego e recentemente Alvo Cristalino, Alvo Gameleira, Alvo Serra Leste, Alvo 118 e Liberdade (Cordeiro 1999 e Nardi ET AL. 2000). O depósito de cobre de Salobo é parte da província Mineral de Carajás (Docegeo 1988). Salobo faz parte dos platôs altos da serra do Carajás, da unidade morfoestrutural Planalto Dissecado do Sul do Pará. Eles constituem maciços residuais de topos aplainados e serras alinhadas em formas de cristais e picos. (Amaral ET AL.1988). Os minérios de cobre quando encontrados na natureza, em grande parte, não possuem teor de cobre elevado o suficiente para serem utilizados com eficiência pelas indústrias em sua forma bruta, e para elevar o seu teor relativo de cobre, precisam de uma concentração. A extração com a concentração permite o aproveitamento de depósitos de cobre de baixo teor, até 0,5% Cu. Com o esvaziamento das reservas de minérios de alto teor, de pequena existência de finos e liberação em granulométricas mais grosseiras, a pesquisa e o desenvolvimento na mineração têm se voltado para minérios bastante complexos, sob o ponto de vista dos seus aspectos físicos, mineralógicos e químicos. Para esses minérios, a caracterização tecnológica é uma etapa indispensável, tanto no controle das minas já em operação, na definição do planejamento da lavra, do melhor fluxograma de beneficiamento quanto no controle das minas já em opera. O trabalho objetivou caracterizar a amostra de minério primário através da Difração de Raio X e da Fluorescência.

MATERIAL E MÉTODOS: A determinação química da amostra requerida foi realizada por espectrometria de fluorescência de raios-X, utilizando espectrômetro WDS sequencial, modelo Axios minerals da marca PANatytical, com tubo de raios-X cerâmico, anodo de ródio(Rh) e máximo nível de potência 2,4 KW. A amostra foi analisada em dois modos de preparação: a) Disco fundido: 1 g de amostra + 6 g de fundente (tetraborato de Lítio – Li2B4O7), mistura fundida a 1000 °C por 10 min. b) Pastilha prensada: 3 g de amostra + 0,9 g de aglomerante (cera de parafina), mistura prensada com uma carga de 20 toneladas. As aquisições e tratamento dos dados foram realizados através do software SuperQ Manager da PANatytical. Os materiais foram submetidos a análises por DRX pelo método do pó (amostra total) e amostra orientada em lâmina de vidro, para identificar os minerais existentes. O aparelho utilizado foi o difratômetro modelo X´PERT PRO MPD (PW 3040/60) da PANalytical, com goniômetro PW3050/60 (θ/θ), tubos de raios X cerâmico e anodos de Cu (Kα1=1,540598 Å), modelo PW3373/00 com foco fino longo (2200 W- 60 kV), filtro Kb de níquel e Co (Kα1=1,789 Å), modelo PW3373/00 com foco fino longo (1800 W- 60 kV), O detector utilizado é do tipo RTMS, X Celerator. As condições de operação do equipamento foram: tensão e corrente do gerador de 40 kV e 40mA, respectivamente. Estas análises foram realizadas no Laboratório de difração de raios X do Centro de Geociências da UFPA. A aquisição dos dados foi realizada com software X Pert Data Collector, versão 2.1a, e o tratamento dos dados com software X Pert HighScore versão 2.1b, também da PANAnalytical, consultando o arquivo PDF (Powder Diffraction File)

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados encontrados nas análises de DRX foram identificados, tendo como principais os seguintes picos, para o nível 1: quartzo , caracterizado através dos picos 4,25 Å e 3,34 Å (20,89 e 26,66º 2θ, respectivamente) e a caulinita com picos típicos em 7,15 Å na posição 2θ=12,37º. O mineral Fraipontite a 7,07 Å e 3.53 Å, por sua vez, foi encontrado em pequenas proporções no material. A Figura 1 está relacionada ao difratograma de raios-X obtido. O resultado da análise química, apresentado na Tabela 2, mostra que SiO2 e Al2O3 são os componentes principais no material analisado, já que se trata de uma amostra de polpa bruta, não sendo submetida a nenhum processo de peneiramento para separar as frações correspondendo a 67,25% de quartzo e alumina. Os outros compo¬nentes somam ao percentual de 32,75%.

Difratograma de raios-X

a figura apresenta o Difratograma de raios-X e a interpretação

Fluorescência

a figura mostra os resultados de Fluorescência

CONCLUSÕES: De acordo com os resultados apresentados, a amostra estudada apresentou teores elevados de SiO2 e Al2O3 obtidos nas análises químicas por fluorescência de Raio X e indicativos da presença de caulinita. O trabalho também confirma que o cobre é encontrado em quantidades mínimas na natureza e que para a sua obtenção é necessário a concentração do material. Como a polpa de minério disponível é muito diluída (concentração menor que 2%) a massa a ser processada seria muito grande, necessitando de continuidade na pesquisa para a identificação e quantificação do elemento de interesse.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMARAL, E.V.; FARIAS N.F.; SAUERESSIG, R.; JÚNIOR, A.V.; ANDRADE V.L 1988. Jazida de Cobre Salobo 3A e 4ª, Serra dos Carajás, Pará. IN: DNPM (Ed.) principais depósitos minerais do Brasil, v.3, p.43-53.

CORDEIRO, A.A. de C. 1999. Pesquisa Mineral:Panorama atual da CVRD na Amazônia. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DA AMAZÔNIA, 6., Manaus. Boletim de resumos expandidos.... Manaus: SBG. P.80-83

DOCEGEO 1988. Revisão litoestratigráfica da província mineral de Carajás. IN: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 35, Belém. Anexo aos anais... Belém: SBG. p.11-54.

.
NARDI, R.; COSTA, R.S.; GONÇALVES, L.R.; TORO, C. 2000. Tecnologias para a produção de Cobre e suas aplicações aos minérios da região de Carajás. In: SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA MINERAL, 1, Carajás. CVRD, 25-27 de Abril de 2000. 12p.