53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: Estudo comparativo dos teores de ácidos orgânicos em polpas de frutas industrializadas e "in natura"

AUTORES: Paes, (UESB) ; Barreto Junior, W.B. (UESB) ; Libarino, C.S. (UESB) ; Vieira, J.B. (UESB) ; Luz, Y.A.M. (UESB) ; Cardoso, K.M. (UESB) ; Oliveira, C.M.R.M. (UESB) ; Santos, M.L.P. (UESB) ; Santos, J.S. (UESB)

RESUMO: O consumo de suco nos últimos anos vem aumentando consideravelmente, devido a hábitos alimentares cada vez mais saudáveis, sendo as frutas excelentes fontes de nutrientes. Muitas dessas frutas são produzidas em determinadas épocas do ano apresentando-se um longo período de escassez no mercado. Como a maioria das frutas não podem ser armazenadas, uma alternativa foi a produção de polpas pré industrializadas, que são congeladas e armazenadas, as quais poderão ser comercializadas no período de entressafra. Com isso objetivou-se neste trabalho realizar um estudo comparativo dos ácidos orgânicos entre frutas e suas polpas indústrias. As frutas e polpas utilizadas foram, umbu e maracujá que foram analisadas por CLAE, em que o ácido cítrico demonstrou comportamento diferente entre as frutas.

PALAVRAS CHAVES: polpas industrializadas; frutas ; comparação

INTRODUÇÃO: O consumo de sucos de frutas no Brasil vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, devido principalmente aos hábitos da vida moderna e à constante busca por uma alimentação saudável, já que as frutas, além de possuíram sabores atrativos são fontes fundamentais de nutrientes para dieta humana. Os sucos são consumidos e apreciados em todo mundo, não só pelo seu sabor, mas também por serem fontes naturais de nutrientes. Os mesmos são fontes de carboidratos, vitaminas, minerais e outros componentes importantes. Os sucos de frutas são ricos, principalmente, em ácido ascórbico (CASTRO, M.V, 2007). Essa vitamina hidrossolúvel participa da síntese de colágeno, atua como antioxidante facilita a absorção de ferro no trato intestinal e promove a prevenção e cura de resfriados (COUTO, M.A. L et al, 2010). Porém, os teores de ácidos orgânicos contidos nas polpas são diferentes para cada variedade de fruta. Como, por exemplo, o maracujá, que apresenta elevada quantidade de ácido cítrico. Para emprego industrial, o ácido cítrico é fabricado pela fermentação aeróbica do açúcar bruto ou do açúcar do milho e seu maior emprego é como acidulante em bebidas carbonatadas e alimentos (SHUI, G.; LEONG, L. P.; J, 2002). O ácido ascórbico é usado como índice de qualidade nutricional dos produtos derivados de frutas e vegetais porque, comparado a outros nutrientes, esta vitamina é mais sensível à degradação (ÖZKAN, M.; AYSEGÜL, K. CEMEROGLU, B.2004). Além disso, a exposição à luz e à cocção interferem negativamente na sua conservação, e o acréscimo de açúcar também reduz o teor vitamínico (ORNELLAS,L. 2007). Assim sendo, com este estudo objetivou-se quantificar e comparar o teor dos ácidos orgânicos em polpas de frutas industrializadas e respectivas frutas de variedades diferentes.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de polpas industrializadas de maracujá, e umbu, foram obtidos em 2 mercados diferentes e as frutas no Ceasa de Vitória da Conquista- BA. Os padrões de ácidos orgânicos utilizados neste trabalho foram: Ácido ascórbico 99% de pureza (Ecibra), Ácido cítrico 99,9% de pureza (Belga Química), Ácido fumárico 99% (Dinâmica), Ácido tartárico 99% (Vetec). A água utilizada foi obtida do sistema Milli-Q (Millipore). A determinação dos ácidos tartárico, fumárico, ascórbico e cítrico foi realizada em um cromatógrafo líquido de alta eficiência CLAE, composto de uma bomba série 200, válvula de amostragem, "loop" de 20 μL e um detector Serie 200 UV/VIS, Perkin Elmer (USA). Para a separação cromatográfica foi utilizada uma coluna de fase reversa C18 (250 x 4,6 mm, 5μm). A fase móvel utilizada para separação dos ácidos foi uma solução aquosa de H2O/CH3OH (94:6), com pH ajustado para 2,1 com ácido fosfórico. A identificação foi feita através dos tempos de retenção, espectros de absorção e co- cromatografia quando necessário. A quantificação foi realizada por curva de padronização externa com 5 pontos para cada ácido orgânico. As maiores concentrações dos padrões para elaboração das curvas foram 0,004; 0,15; 0,2 e 0,5 mg/mL-¹ para os ácidos fumárico, tartárico, ascórbico e cítrico, respectivamente. Todas as amostras e a fase móvel foram filtradas em um filtro de seringa 0,45 μm (Chromafil Xtra 25 mm de diâmetro e 0,2 mm de diâmetro de poro). As amostras de polpas foram homogeneizadas com auxílio de um bastão de vidro, diluídas com fase móvel (1/9), filtradas e injetadas no cromatógrafo. Após determinações dos ácidos cítricos, ascórbico, tartárico e fumárico nas polpas de frutas, foram feitas as comparações entre polpas "in natura" e industrializadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos para a comparação das polpas de umbu estão apresentados no gráfico 1. Na polpa de umbu industrializado, observou-se uma concentração de ácido cítrico, cinco vezes maiores do que aquelas encontradas nas frutas. Isso pode ser um indício da adição do ácido cítrico como conservante. No gráfico 2 pode-se observar uma maior concentração de ácido cítrico nas frutas de maracujá em relação as polpas industrializadas, que pode ter ocorrido devido a perda desse ácido durante o processamento da polpa.

Concentrações de ácidos orgânicos em frutas e polpas de frutas.

Representação de dois gráficos onde um é a comparação de ácidos orgânicos em frutos de umbu e polpas de umbu e o outro de maracujá e polpas do mesmo.

CONCLUSÕES: A partir da quantificação e comparação do teor dos ácidos orgânicos em polpas industrializadas e da fruta "in natura", os achados deste estudo indicam que tanto os sucos naturais quanto as polpas de frutas possuem de forma geral teor elevado de ácido cítrico na polpa de maracujá e de ácido tatárico na polpa de umbu, sendo que os demais ácidos foram encontrados em menor concentração.

AGRADECIMENTOS: Agradeço primeiramente a Deus, aos meus amigos e professores do laboratório de química I, que contribuíram para que esse projeto fosse realizado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. CASTRO, M.V.; OLIVEIRA, J.P.; JUNIOR, M.J.; ASSUNÇÃO, E.A.; BRASIL, A.P.; RABELO, F.L.; VALE, C.H. Análise Química, Físico-Quimica e Microbiológica de Sucos de Fruta Industrializados. Diál. ciênc. Ano V, n. 12, dez. 2007
2. COUTO, M.A.L.; CANNIATTI-BRAZACA, S.G. Quantificação de vitamina C e capacidade antioxidante de variedades cítricas. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 30(Supl.1): 15-19, maio 2010
3. ORNELLAS, L.H. Técnica Dietética: Seleção e preparo de alimentos. 8.ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
4. ÖZKAN, M.; AYSEGÜL, K.; CEMEROGLU, B. Effects of hydrogen peroxide on the stability of ascorbic acid during storage in various fruit juices. Food chem., v. 88, p. 591-597, 2004
5. SHUI, G.; LEONG, L. P.; J. Chromatogr., A. 2002, 977, 89.