53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ambiental

TÍTULO: EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O ENSINO E SUAS RELAÇÕES

AUTORES: Chagas da Silva, N. (IFMT-CAMPUS CONFRESA) ; Auxiliadora de Almeida, M. (IFMT-CAMPUS CONFRESA) ; Santos Silva, K.C. (IFMT-CAMPUS CONFRESA)

RESUMO: O saber ambiental emerge em oposição à racionalidade moderna que fragmenta o homem e natureza. Deste modo o presente trabalho objetivou identificar como o ambiente é abordado no processo de ensino-aprendizagem pelos professores do 1º e 2º ano do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT- Campus Confresa). A metodologia insere foi o método qualitativo, sendo utilizados instrumentos básicos como, a entrevista estruturada e semiestruturada e aplicação de questionários. Nesse sentido, a educação ambiental exige mudanças epistemológicas, visando um aprender a conhecer a partir de um repensar o já pensado.

PALAVRAS CHAVES: Educação ambiental; Ensino – aprendizagem; Professores.

INTRODUÇÃO: A Educação Ambiental vem sendo construída com diversos conceitos e abordagens, mas que coincidem na intenção em construir outro ser humano, que possa estar mais integrado à natureza e em si mesmo, diferindo em si no caminho e na forma de se construir o processo educacional, isso nos remete a uma necessária reflexão sobre o desafio para mudar as formas de pensar e agir sobre a questão ambiental. Foi a partir da Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tibilisi (EUA) que se iniciou em nível global esse processo de repensar as relações homem e natureza (JACOBI, 2003). Sendo assim, é necessário pensar em um conjunto de atores do universo educativo em todos os níveis, potencializando o engajamento dos diversos sistemas de conhecimento e a sua capacitação numa perspectiva interdisciplinar, os educadores tem um papel essencial e decisivo na inserção da educação ambiental no cotidiano escolar, qualificando os alunos para um posicionamento crítico face à crise socioambiental. Tendo como foco a transformação de hábitos e práticas sociais e a formação de uma cidadania ambiental, que os mobilize para a questão da sustentabilidade no seu significado mais abrangente (JACOBI, 2005). Trata-se de promover o crescimento de uma sensibilidade maior das pessoas face aos problemas ambientais, nesse contexto, acredita-se que as práticas educativas devem apontar para propostas pedagógicas centradas na mudança de hábitos, atitudes e práticas sociais, e participação dos educandos. Portanto o presente trabalho teve como objetivo identificar como o ambiente é abordado no processo de ensino-aprendizagem pelos professores do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em Química, oferecido pelo IFMT- Campus Confresa.

MATERIAL E MÉTODOS: Trata se de uma pesquisa ao qual foi utilizado o método qualitativo, para LUDKE e ANDRÉ (1998), a pesquisa qualitativa permite um contato direto com o contexto, com a situação a ser estudada, com as interações cotidianas e busca na subjetividade dos atores envolvidos (e que são autores) a percepção da realidade. Sendo utilizados instrumentos básicos como a entrevista estruturada, semiestruturada e aplicação de questionários. As entrevistas ocorreram no período 15 de Fevereiro á 19 de Março do ano 2013, sendo sujeito da pesquisa professores do 1º e 2º ano do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em Química do IFMT - Campus Confresa. Nas entrevistas estruturadas ocorreram apenas perguntas fechadas, feitas da mesma maneira e na mesma ordem a todos os professores, visando às obtenções de dados sociais e culturais. Nas entrevistas semiestruturadas foram utilizadas perguntas pautadas em questões que são relacionadas á compreensão de ambiente, sua relevância no processo de ensino-aprendizagem, as formas de abordagem em sala de aula e suas dificuldades inerentes. Dê tal modo, que não foram aplicadas rigidamente e isso fez com que os professores entrevistados falassem o que foi proposto, expondo as informações que detém e julgam importantes, de modo que seja a verdadeira razão da entrevista.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram entrevistados 11 professores, que encontram-se na faixa de 24 a 46 anos, sendo classificados em (A), (B), (C), (D), (E), (F), (G), (H), (I), (J), (L). Conforme a Tabela 1 todos os professores entrevistados possuem formação específica na área em que atuam, com tempo de docência que varia de 1 a 25 anos. Os resultados obtidos mostram que os professores veem o ambiente como um sistema completo, do qual o ser humano faz parte assim como suas atividades, e engloba todos os meios sendo essencial à vida, é o lugar determinado ou percebido onde os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação, no qual falta muito trabalhar o meio ambiente, principalmente a sustentabilidade. Quando questionados como o ambiente é abordado em sala de aula 55% dos professores disseram que de forma contextualizada destacando as importâncias inerentes, 27% focando os problemas ambientais e 18% focando a natureza. Neste contexto os professores notam certas dificuldades em trabalhar a educação ambiental com os alunos. O gráfico 1 apresenta os resultados onde , 64% afirmaram não terem dificuldades, enquanto que 36% dos professores afirmaram terem encontrado dificuldades, sendo que ate mesmo em algumas praticas relacionada sobre o ambiente. Outro aspecto relevante que foi colocado em pauta: se ocorriam algumas interações entre eles e outros professores da mesma instituição que atuam, ou ate mesmo fora da mesma, com relação à educação ambiental, 73% afirmaram não haver interação e 27% dos entrevistados afirmaram que ocorrem interações, com projetos voltados ao meio ambiente e que são colocados em praticas com participações de professores e alunos.

Tabela 1

Formação e tempo de docência dos professores entrevistados.

Gráfico 1

Dificuldades dos professores em trabalharem a educação ambiental.

CONCLUSÕES: É importante enfatizar que o ambiente é o lugar percebido, onde os elementos naturais e sociais estão em relação de interação. Por isso, somente através de um conhecimento eminentemente interdisciplinar pode-se assimilar plenamente o equilíbrio dinâmico do ambiente, que é o foco da educação ambiental, uma vez que a vida é percebida em seu sentido pleno de interdependência dos elementos da natureza. Assim, o conceito de ambiente situa-se numa categoria não apenas biológica, mas que constitui uma racionalidade social, configurada por comportamentos, valores e saberes.

AGRADECIMENTOS: Ao IFMT- Campus Confresa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GADOTTI, M. 2009. Educar para a sustentabilidade. São Paulo: Ed, L.

JACOBI, P. R. 2005. Educação Ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 233-250, maio/ago.

LUDKE, M. & ANDRÉ. M. E. D. A. 1998. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU.