53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ambiental

TÍTULO: CADEIA PRODUTIVA DE AGREGADOS DE CONSTRUÇÃO EM MINERADORA NO MUNICÍPIO DE OURÉM –PARA

AUTORES: Martins Carvalho, M.B. (UFPA) ; Lima da Silva, R.T. (UFRA) ; Ribeiro Coutinho, P.W. (UFRA) ; Oliveira Neto, C.F. (UFRA) ; Souza Lima, L.G. (UFRA) ; Evangelista Brito, C. (UEPA) ; Silva Lima, N. (UEPA) ; Arrais Furtado, C.T. (UEPA) ; Anjos de Sousa, F. (UEPA) ; Tavares Leal, C.E. (UEPA)

RESUMO: Neste trabalho serão apresentados os principais aspectos inerentes a extração e beneficiamento de agregados de construção de uma mineradora, localizada no município de Ourém – Pará, objetivando um melhor entendimento das diversas etapas do processo desde a sua extração como material bruto, até a sua comercialização, e verificar questões relacionadas a impactos ambientais em decorrência da atividade realizada. Em virtude de alguns fatores observados no local como: a deposição de rejeitos e a ausência de práticas de reflorestamento torna-se imprescindível a elaboração de um programa de conservação do solo, acompanhado de reflorestamento com espécies nativas unidas a um monitoramento da área, para que seja possível a longo prazo minimizar os impactos ocorridos no local.

PALAVRAS CHAVES: Impactos Ambientais; mineração; agregados de construção

INTRODUÇÃO: BERTOLINO et al. (2009) explica que os petrechos naturais empregados como agregados na construção civil consistem em rochas consolidadas e sedimentos como areias e cascalhos. A produção de brita, que se dá a partir de extração de uma rocha, envolve atividades que provocam impactos negativos no meio ambiente. Estas práticas são temporárias, evidenciando a adoção de medidas de controle ambiental para que seus impactos sejam reversíveis podendo apresentar benefício socioeconômico. A atividade em questão envolve especificidades quanto ao processo e tecnologias de exploração, beneficiamento, disposição de rejeitos e comercialização. A falta de planejamento e preocupação na explotação dos agregados desde seus primórdios deixa clara a importância do uso devido e ocupação do solo, bem como a necessidade de planejamento quanto a questões locacionais deste tipo de indústria, suscita ainda a necessidade de definição de ações públicas e privadas, objetivando que seja evitado no futuro os erros cometidos anteriormente (SILVA, 2005). A Pesquisa foi realizada em Ourém, município do interior do estado do Pará, a 182 km da capital (Belém), este pertencente à mesorregião Nordeste Paraense e microrregião do Guamá. Segundo o IBGE (2012) a população estimada é de 16.601 habitantes, área territorial de 562,387 km², PIB per capita de 3.523,62 em 2010, com densidade demográfica de 29 hab/km². Neste trabalho serão apresentados os principais aspectos inerentes a extração e beneficiamento de agregados de construção de uma mineradora, localizada no município de Ourém – Pará, objetivando um melhor entendimento das diversas etapas do processo desde a sua extração como material bruto, até a sua comercialização, e verificar questões relacionadas a impactos ambientais em decorrência da atividade.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa aqui relatada é exploratória e qualitativa, trata-se de um estudo de caso e ocorreu entre o segundo semestre de 2012 e o primeiro semestre de 2013. Na mineradora, onde ocorre à extração e comercialização de agregados para construção civil, realizaram-se diversas visitas, com registros de imagens e observações, e uma entrevista, objetivando formular a cadeia produtiva do material (seixo) produzido neste local e verificar questões relacionadas a impactos ambientais em decorrência da atividade ali realizada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Inicialmente é aberta uma depressão com cerca de 10 m de profundidade, agredindo assim a vegetação e o solo; com uma escavadeira é retirado o seixo que se encontra em diferentes tamanhos e formas, misturado a outros materiais e colocado em caminhões, seguindo para a lavagem; estima-se que de um volume de 32m³ retirado, 14m³ a 16m³ é aproveitado na produção. O material é despejado no silo, que é um recinto de madeira com uma inclinação, recebe então, fortes jatos d’agua; no final desse processo, tem-se como resíduo um material argiloso chamado de “melechete”, que é encaminhado a uma barragem onde é acumulado por não ter utilidade, este por sua vez traz como impacto a poluição visual e a ocupação do espaço que poderia ser reaproveitado para outros fins, como práticas de reflorestamento. A água utilizada para a lavagem do seixo é retirada de dois igarapés localizados na bacia do rio Guamá. Observou-se a remoção de parte da vegetação próxima aos igarapés, de modo a facilitado o acesso à área da extração, evidenciando a devastação em função da mineração. Após receber os jatos d’agua, o seixo cai em uma grande peneira vibratória onde ocorre a seleção do seixo distinguindo-o como: seixo fino, seixo médio, pedrisco e culhão, este ultimo fica retido na peneira vibratória e vai para o britador retornando em seguida para lavagem e peneiração, assumindo sua forma de produto final. Quanto à área desmatada a empresa informou que é estimado em 2.000 m² não havendo monitoramento da área. O tempo de atividade no local corresponde a cerca de 10 anos, e anteriormente havia apenas mata nativa. A produção média diária da empresa, chega a 400m³, e o principal mercado consumidor, é a Capital do estado, sendo comercializado com indústrias dos setores de construção.

CONCLUSÕES: Em virtude de alguns fatores observados no local como: Remoção da vegetação para a retirada do seixo; degradação da paisagem; diminuição da infiltração de água no solo, devido à compactação gerada pelo uso de maquinas pesadas; danos à microbiota do solo, devido a maior exposição do solo às intempéries, decorrente da remoção da vegetação, entre outros torna-se imprescindível a elaboração de um programa de conservação do solo, acompanhado de reflorestamento com espécies nativas unidas a um monitoramento da área, para que seja possível a longo prazo minimizar os impactos ocorridos no local.

AGRADECIMENTOS: A mineradora que consentiu a pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BERTOLINO, L. C.; PALERMO, N.; BERTOLINO, A. V. F. A. 2009. Manual de Agregados para Construção Civil. Ed. Salvador Luiz M. De Almeida, Adão Benvindo da Luz, Rio de Janeiro. CETEM/MCT. Disponível em: http://www.cetem.gov.br/publicacao/livros/Manual%20de%20Agregados%20-1a%20Edicao(Adao%20e%20Salvador).pdf. Acesso em: 06 de março de 2012.

IBGE. 2012. Ourém-PA. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?codmun=150540. Acesso em: 05 de março de 2013.

SILVA, J. A. P. 2005. A Mineração de Brita na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Departamento de Engenharia de Minas. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral, Ouro Preto/MG.