53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ambiental

TÍTULO: IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS EM UMA ÁREA DE OCUPAÇÃO NO MUNICÍPIO DE MARABÁ – PA

AUTORES: Martins Carvalho, M.B. (UFPA) ; Silva Lima, N. (UEPA) ; Arrais Furtado, C.T. (UEPA) ; Evangelista Brito, C. (UEPA) ; Cardoso Pereira, I. (UEPA) ; Tavares Leal, C.E. (UEPA) ; Lima Nunes, G. (UEPA) ; Anjos de Sousa, F. (UEPA)

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo a verificação da importância da educação ambiental para a gestão dos recursos hídricos no bairro da paz, em de Marabá-Pará. A pesquisa foi realizada com aplicação de um questionário composto de sete questões. Quando questionados sobre a forma de abastecimento de sua residência, 65,5% afirmou que utilizam poço tubular e 37% de outras formas, quanto ao desenvolvimento de projetos de educação ambiental para a comunidade, todos afirmaram que nunca houve, no entanto, a empresa responsável pela coleta do lixo orientou os moradores por meio da entrega de folders com algumas informações sobre o descarte do lixo. Concluiu-se então que a educação ambiental no que se trata de recursos hídricos, não está devidamente inserida no contexto da comunidade.

PALAVRAS CHAVES: educação ambiental; saneamento; recursos hídricos

INTRODUÇÃO: Segundo Rebouças (2013), a “Gestão de recursos hídricos” corresponde a ações integradas que tem por finalidade regular, controlar e proteger os recursos hídricos embasando-se nas normas da legislação vigente. É implantada com projetos e ações de promoção e recuperação das águas, e também a sua preservação e manutenção das bacias hidrográficas levando em conta a qualidade desses recursos. No Brasil a Política Nacional de Recursos Hídricos é pautada na Lei Nº 9.433, de 8 de Janeiro de 1997. Filho e Castro (2005) explicam que é notório que cerca de 50 tipos de infecções podem ser transmitidos por diversos caminhos envolvendo as excretas humanas. As doenças relacionadas com as excretas juntas à nutrição inadequada, exercem uma terrível influência na morbidade e mortalidade nos países em desenvolvimento, principalmente em crianças. Surtos de enfermidades como: febre tifoide, cólera, disenteria, hepatite infecciosa e inúmeros casos de Verminose, são transmitidos pela disposição indevida dos esgotos. Os autores mencionam ainda quanto a questão das fossas sépticas, ressaltando que sem duvida o tratamento dos esgotos domésticos nas fossas sépticas quando praticado em áreas com a ausência de esgoto pode proporcionar níveis adequados de serviço para a disposição de excretas em pequenas comunidades, porém, em áreas urbanas de maior porte, sob certas condições hidrogeológicas um número elevado de fossas expõem um risco de migração direta de bactérias, vírus e nutrientes para aquíferos subjacentes e fontes vizinhas de águas subterrâneas. Frequentemente, esse é o efeito da falta de espaço nas zonas densamente povoadas onde são instalados poços escavados ou tubulares particulares para substituir ou aumentar as fontes de água.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada por meio da aplicação de um questionário contendo sete questões referentes ao tema em questão, participaram da referida pesquisa, 40 famílias que residem na área de ocupação escolhida para o estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A ocupação que tem por nome “bairro da paz”, existe desde 2007, segundo informações dos moradores, estes dispõe de energia elétrica, no entanto, não possuem fornecimento de água, sistema de saneamento, nem posto de saúde local. Com base nos questionários aplicados às famílias chegou-se aos seguintes resultados: quando perguntados sobre a forma de abastecimento de sua residência, 65,5% afirmou que utilizam poço tubular e 37% afirmou se utilizar de outras formas, pegando água em vizinhos, na maioria dos casos por não ter condições de construir um poço. Ao serem questionados quanto a qualidade da água utilizada por eles, 15% responderam ruim, 82,5% boa e 2,5% considera ótima. Quanto a água utilizada para a ingestão, 92,5% utiliza água do abastecimento (poços), 2,5% água mineral e 5% de outras formas. No caso do sistema de esgotamento sanitário, 100% se utiliza de fossas sépticas; no caso dos que se utilizam de poço, questionou-se qual a distância estimada entre este e o sistema de esgotamento sanitário, 17,5% respondeu menos de 15m, 80% de 15 a 25m e 2,5% de 26 a 30m, sendo que o valor mínimo recomendado, corresponde a 30m. Outro questionamento, foi quanto a destinação do lixo, onde as famílias informaram que a quase um ano, o serviço foi regularizado, porém, anteriormente este era queimado, jogado em lixões ou transportados com o auxílio de carroças pagas pela comunidade juntamente com a associação de moradores. Ao serem questionados quanto o desenvolvimento de projetos de educação ambiental para a comunidade, todos afirmaram que nunca houve, no entanto, a empresa atualmente responsável pela coleta do lixo orientou os moradores por meio da entrega de folders com algumas informações sobre o descarte do lixo.

CONCLUSÕES: Por meio desta investigação, pode-se perceber que a educação ambiental no que se trata de recursos hídricos, não está devidamente inserida no contexto dessa comunidade, devido principalmente à ausência de projetos voltados para essas questões e ainda a falta de estrutura adequada, tais como: fornecimento de água de qualidade e saneamento básico adequado. Outra questão relevante foi quanto à percepção das famílias sobre a qualidade da água de seu abastecimento, onde a maioria considera adequada, quando esta pode dispor de diversos contaminantes devido à proximidade com as fossas sépticas.

AGRADECIMENTOS: Às famílias que contribuíram na elaboração da pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REBOUÇAS, Fernando. Gestão de recursos hídricos. Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/gestao-de-recursos-hidricos/. Acessado em: 06 de Julho de 2013.

FILHO, D’artagnan Gomes Nascimento; CASTRO, Denise Aleluita. Influência das Fossas Sépticas na Contaminação do Manancial Subterrâneo por Nitratos e os Riscos Para os que optam pelo Autoabastecimento como Alternativa dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água. Disponível em: http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes23/II-376.pdf. Acessado em: 06 de Julho de 2013.