53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Abordagem Lúdica do Conteúdo de Misturas para alunos do Ensino Fundamental: Ação PIBID Química UFPE/CAA.

AUTORES: Souza, A.S. (UFPE) ; Silva, J.E. (UFPE) ; Gomes, E.O. (UFPE) ; Silva, A.S. (UFPE) ; Sa, R.A. (UFPE)

RESUMO: As dificuldades dos alunos em relacionar a Química com o seu cotidiano, é nítida. Esta problemática pode ser superada através da utilização de atividades lúdicas. Aulas contextualizadas, utilizando pinturas, massa de modelar e desenhos despertam o interesse e a construção de um conhecimento mais crítico. Este trabalho teve como objetivo analisar, através das atividades lúdicas uma sequência didática que abordou o conteúdo de misturas no 9° ano do Ensino Fundamental. O trabalho foi de suma importância, pois além de demonstrar aos alunos do Ensino Fundamental a química de uma forma diferenciada, procura instigar os docentes a fazerem uso destas atividades didáticas no ensino- aprendizagem, como também para motivar os alunos no estudo da química.

PALAVRAS CHAVES: Misturas; Ensino; Lúdico

INTRODUÇÃO: Segundo ZANON e PALHARINI (1995), as preocupações em relação à formação em Ciências ao longo do Ensino Fundamental já vêm de longo tempo e continuam aumentando na área de Educação Química. CHASSOT (1992), diz que o conhecimento químico deve permear toda a área de ciências de 5ª a 8ª séries, e não se restringir a um semestre isolado, no final do primeiro. O ensino de química tem passado por momentos de intensa reflexão, devido aos elevados índices de reprovação e evasão, pois as aulas de química são vistas como algo maçante, com memorização de conceitos e fórmulas apresentados nos livros (CALLEGARIO e BORGES, 2010). A utilização de novas técnicas e metodologias, visando aproximar a química e o estudante, tem semeado uma série de propostas didáticas, nas quais, vem sendo utilizadas com a intenção de atrair a atenção dos alunos ao conteúdo ministrado nas salas de aulas (FERREIRA, et al., 2011). A ideia do ensino despertado pelo interesse do estudante passou a ser um desafio à competência do docente. O interesse daquele que aprende passou a ser a força motora do processo de aprendizagem, e o professor, o gerador de situações estimuladoras para a mesma. É nesse contexto que o uso de atividades lúdicas com desenhos, pinturas e massa de modelar, ganha espaço como instrumento motivador para o ensino-aprendizagem de conceitos e conteúdos químicos, à medida que propõe estímulo ao interesse do estudante aliando o conteúdo ao lúdico e a química (CUNHA, 2012). Este trabalho teve como objetivo analisar, através das atividades lúdicas uma sequência didática (SD) que abordou o conteúdo de misturas no 9° ano do Ensino Fundamental. Proporcionando uma interação da química e uma metodologia diferenciada que pode ser implementada nas aulas de químicas.

MATERIAL E MÉTODOS: A SD, baseada em MÉHEUT, M (2005), envolveu cinco etapas: 1ª Aula contextualizada do conteúdo utilizando data show e debate com os alunos objetivando identificar as concepções prévias sobre a temática. 2º Oficina Didática Lúdica com grupos de 6 alunos, utilizando materiais do cotidiano (cartolinas, tintas, massa de modelar, lápis de cor e pincéis). 3ª Resolução de questionamentos proposto pelos alunos, monitor e professor utilizando atividades lúdicas. 4ª Exposição do material didático produzido e discussão dos conceitos abordados. 5ª Resolução de questões (Q1 a Q7) que abordou de uma forma contextualizada, interdisciplinar envolvendo situações problemas do cotidiano dos alunos. Objetivando com isso, instigar os alunos a responderem aos questionamentos. Como também, terem uma visão geral da temática que estava sendo proposta. Pois, tratava-se de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental que estavam tendo o primeiro contato com a Química. A SD foi aplicada a 31 alunos do 9° ano de uma Escola Pública da cidade de Caruaru-PE, com duração de 6 horas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A SD iniciou a partir da exposição contextualizada e interdisciplinar do conteúdo de misturas, fazendo uma relação com o cotidiano dos alunos. Procurando instigá-los a participar da discussão com exemplos do seu dia-a-dia. Foi mostrado que, por exemplo, a água que bebemos, os alimentos e a poluição, estão relacionados com as misturas. Consequentemente, percebeu-se uma maior interação entre alunos e professor, tornando a aula mais agradável. A abordagem inicial foi interessante, pois sendo alunos do 9º ano, o seu contato com esta ciência ainda era recente. Este diagnóstico inicial foi de suma importância para a continuidade e êxito deste trabalho. Observou-se, com a oficina, em que cada grupo fez uma abordagem do conteúdo utilizando o lúdico, que o envolvimento dos alunos era nítida. Por exemplo, quando foram instigados a conceituarem “misturas” no seu dia-a-dia, mostraram, a partir de desenhos, exemplos da cozinha arroz e feijão, café com leite. Enquanto outros utilizaram a massa de modelar para visualizar o conceito. Em relação aos tipos de misturas e processos de separação, foi observado que todos os grupos demonstraram compreender o que estava sendo abordado. Pois, a partir de pinturas, esquemas com massa de modelar ou uso de grãos foi possível verificar o êxito da tarefa. Conceitos mais específicos relacionados às misturas homogêneas foram abordados pelo professor. As análises dos questionários demonstraram que as expressões lúdicas apresentadas por todos os grupos, foram de suma importância para compreensão dos conceitos explorados pela oficina didática. Enfatizando que a química quando é abordada a partir de ferramentas didáticas que visam à aprendizagem e estímulos dos alunos, deixa de ser uma ciência abstrata, pura e “chata”.

CONCLUSÕES: As dificuldades dos alunos em relacionar a Química com o seu cotidiano, é nítida. Esta problemática pode ser superada através da utilização de atividades lúdicas. Aulas contextualizadas, utilizando pinturas, massa de modelar e desenhos despertam o interesse e a construção de um conhecimento mais crítico. O trabalho foi de suma importância, pois além de demonstrar aos alunos do Ensino Fundamental a química de uma forma diferenciada, procura instigar os docentes a fazerem uso destas atividades didáticas no ensino-aprendizagem, como também para motivar os alunos no estudo da química.

AGRADECIMENTOS: A CAPES e ao PIBID Química UFPE/CAA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CALLEGARIO, L.J. e BORGES, M.N. Aplicação do vídeo “Química na Cozinha” na sala de aula. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 15, 21 a 24 de julho de 2010. Caderno de resumos. Brasília: 2010.

CHASSOT, A.I. Para que(m) é útil o nosso ensino de química. Espaços da Escola. Ijuí: UNIJUÍ, n. 5, p. 43-51, 1992

CUNHA. M. B.; Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Revista Química Nova na Escola, vol. 34, n° 2, p. 92-98, 2012.

FERREIRA. W. M.; Silva. A. C. T.; As fotonovelas no ensino de química. Revista Química Nova na Escola, vol. 33, n° 1, 2011.

ZANON, Lenir B.; PALHARINI, Eliane M. A Química no Ensino Fundamental de Ciências. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 2, p. 15-18, Nov. 1995.