53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O Uso das Redes Sociais nas Aulas de Estágio Supervisionado na cidade de Barreiras-BA

AUTORES: Cavalcanti, E.L.D. (UFBA) ; Almeida, T.A. (UFBA)

RESUMO: As Tecnologias da Informação e Comunicação têm a cada dia ocupando seu espaço no ambiente escola, visto que há uma crescente adesão dos indivíduos a essas novas ferramentas tecnológicas. O texto apresenta as experiências vivenciadas no estágio supervisionado com relação ao uso das redes sociais no processo de ensino e aprendizagem. O grupo criado na rede social Facebook®, proporcionou momentos de interação professor/aluno, além de se mostrar para muitos uma ferramenta útil nos estudos diários, apesar das dificuldades que poucos alunos ainda possuem com relação a computador e internet.

PALAVRAS CHAVES: Redes Sociais; Tecnologia da informação ; Erros conceituais

INTRODUÇÃO: A educação escolar atualmente tem se deparado com novas formas de ensino e aprendizagem eficientes e mais eficazes. As tecnologias se encaixam fortemente nesse cenário, porém, ainda pouco exploradas. Pois, mantém-se ainda a convicção de que o papel da escola é “educar”, e em todos os níveis caracteriza-se em transmitir um conjunto organizado e sistematizado de conhecimentos diversos, além de valores e padrões de comportamento social. Sendo assim, a missão de execução desses objetivos é dada ao professor (MORAN et al.,2000). Avançando com os estudos a cerca das Tecnologias da Informação e Comunicação- TIC, percebe-se um novo pensamento sobre a inserção das TIC no meio escolar se desenhando, graças ao crescente movimento das redes sociais na internet. A internet trouxe diversas mudanças para a sociedade, uma delas é a possibilidade aberta de expressão e socialização (MORAN et. al., 2000; SOUZA et. al., 2012). Nesse contexto Arroio e Giodan (2006), afirmam que as atividades com caráter lúdico, como as que permeiam nessa atmosfera de tecnologia associada à educação, podem despertar e motivar a aprendizagem. Sendo assim, as experiências vivenciadas no período abrangente do estágio supervisionado, nos possibilitou trabalhar com ferramentas tecnológicas, bem como um grupo na rede social Facebook®. Desse modo, esse trabalho teve como objetivo cooperar com o processo de ensino e aprendizagem a partir da socialização dos conhecimentos obtidos em sala de aula. Nesse espaço interativo foi possível assistir a vídeos, realizar exercícios, tirar dúvidas dentre outras funções disponíveis nesse ambiente online.

MATERIAL E MÉTODOS: Durante as primeiras semanas do estágio supervisionado, foi pedido aos estudantes que disponibilizassem o e-mail da turma, para que assim, fossem enviados os materiais utilizados em aula e também atividades. Contudo, os mesmos se manifestaram com novas ideias, dentre elas, a aceita por todos da classe surgindo, o grupo “Química 3º,3 - Thamara Araújo”na rede social Facebook®, que segundo os alunos é a mais acessada por todos da turma. Inicialmente o espaço era reservado para colocar a disposição materiais como, slides das aulas, lista de exercícios, gabaritos, tabelas entre outras. Após o período de adaptação e adição de membros ao grupo que chega hoje a trinta e três (33) pessoas, as postagens passaram a ser mais interativas, sendo assim, divididas em: vídeos do YouTube®, questões individuais e texto de revisão, todos esses relacionados com o tema (Princípios da Química Orgânica e hidrocarbonetos) estudados em sala de aula. Como coleta de dados da participação e interação dos alunos com os materiais disponibilizados no grupo foi aplicado um questionário para compreender a utilidade desse espaço, ou seja, conhecer o que os alunos estão visualizando, fazendo downloads, discutindo e ainda o que os próprios estudantes gostariam que fosse publicado no grupo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A análise dos questionários (28 respondidos), nos mostra que 25 alunos demonstraram satisfação como a criação do grupo e os seus conteúdos disponibilizados. Quando perguntados que notas dariam para a utilidade do grupo em seus estudos, os alunos atribuíram notas entre 8 e 10 para a utilidade do grupo. Abaixo podemos observar algumas respostas dos alunos com relação a essa utilidade: “Gosto de ler tudo que é postado, pois relembro as aulas” (aluno 2). “Tudo, pois se não entendemos o assunto, através dos vídeos e atividades podemos compreender melhor o assunto” (aluno 3). Com a criação do grupo “Química 3º,3 - Thamara Araújo”, notamos que houve interação dos alunos com a ferramenta proposta de acordo com cada postagem realizada, mapeando o número de visualizações e mediando possíveis discussões/comentários dos estudantes no grupo, como podemos observar a partir de um dos post (um figura de uma molécula orgânica para os alunos darem sua nomenclatura) publicado, no qual, há 26 visualizações e 39 comentários, evidenciando o interesse dos alunos em participar na resolução da questão proposta pelo professor. Além dos estudantes participarem da resolução pontual da questão, outras dúvidas foram surgindo com relação ao conteúdo ministrado e com isso o professor pôde também sanar possíveis erros conceituais dos alunos. Podemos evidenciar que, apesar de poucos alunos terem avaliado a ferramenta como não positiva, com nota atribuída entre 3 e 5, a avaliação não se trata da ferramenta, ou do grupo em questão, ou seja, não é porque o aluno reprova o ambiente virtual, mas sim por falta de acessibilidade encontrada na região oeste da Bahia, como por exemplo, ter internet em casa, no qual muitos bairros da cidade de Barreiras não contemplam esse item básico.

CONCLUSÕES: A participação no grupo “Química 3º,3 - Thamara Araújo” foi voluntária e as atividades, vídeos, curiosidades entre outras não contribuiriam diretamente para o sucesso ou insucesso dos alunos na disciplina, ou seja, não eram atividades que valeriam notas por exemplo. O uso da tecnologia da informação e comunicação - TIC, como redes sociais ou grupos online mostra-se de grande valia para finalidades educativas, uma vez que grande parte da população faz uso dessa ferramenta, porém ainda há problemas com acesso a internet em cidades do interior da Brasil.

AGRADECIMENTOS: Ao Colégio Estadual Antonio Geraldo pela parceria com a Universidade com relação aos Estágios

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARROIO, A.; GIODAN, M. O Vídeo Educativo: Aspectos da Organização do Ensino. Química Nova na Escola, v 24, p.8-11, novembro 2006.

MORAN,J.M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Ed. 10 Campinas: Papirus, 2000

SOARES, I. O. A Mediação Tecnologia nos Espaços Educativos: uma perspectiva educativa. Comunicação & Ciência, v 12, n 1, p.31-40, São Paulo, abril 2007.