53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O Uso de Pilhas de Limão na Perspectiva Inclusiva

AUTORES: Neto, J.N.A. (IFPA) ; Damasceno, T.V. (IFPA) ; Palheta, K.S.F. (IFPA) ; Gomes, B.S. (IFPA) ; Bezerra, R.S. (IFPA) ; Silva, S.O. (IFPA) ; Mourão, K.Q. (IFPA)

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo central facilitar o ensino de eletroquímica, através da construção de uma pilha de limão, a qual será construída em sala de aula. Para isso, foi feito um estudo de caso, aplicando a ideia em uma escola situada no município de Belém-PA, bairro da Marambaia, aplicando-se o trabalho em uma turma de Educação de Jovens e Adultos, quarta etapa, juntamente com um pequeno questionário, que nos auxiliou na pesquisa de aprendizagem. Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios, mostrando bom índice de aproveitamento e participação dos educandos, como o trabalho foi de construção em sala, a maioria dos alunos fizeram muitas perguntas e favoreceu a ideia do trabalho que frisa uma perspectiva inclusiva.

PALAVRAS CHAVES: pilha de limão; aprendizagem; inclusão

INTRODUÇÃO: Conceitua-se inclusão social como “o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se prepararem para assumir seus papeis na sociedade...” (SASSAKI, 2006). Em função da visão de um ensino numa perspectiva inclusiva, pode-se perceber que ainda há muito para ser feito para melhorar a qualidade da educação, pois segundo SASSAKI (2006) “educação de qualidade é aquela que atende às necessidades de cada aluno, respeita o estilo de aprendizagem de cada aluno, propicia condições para o atingimentos de objetivos individuais”. Pensando desta maneira é possível criar estratégias que possam ajudar o aluno da EJA através do ensino de química, sobretudo ensino médio, para que se possa ter uma educação mais valiosa e com uma qualidade suprema, buscando expandir o máximo possível o universo de conhecimento dos alunos, fazendo com que eles tenham um maior desejo da procura desse conhecimento. Lecionar para alunos da EJA pode ser uma experiência complexa para qualquer professor que tenha pouco preparo para lidar com esses alunos, que geralmente são trabalhadores, empregados e desempregados que não tiveram acesso aos estudos. Nesse sentido, ARROYO (2001) assinala: “ainda chama a atenção para o discurso escolar que os trata, a priori, como os repetentes, evadidos, defasados, aceleráveis, deixando de fora dimensões da condição humana desses sujeitos, básicas para o processo educacional.” Logo, as propostas de ensino da EJA devem estar comprometidas com a formação humana e para isso é necessário entender quem são esses sujeitos e quais processos pedagógicos deverão ser desenvolvidos para atender suas necessidades e objetivos.

MATERIAL E MÉTODOS: o trabalho foi dividido em dois momentos, no qual primeiramente a turma foi dividida em 4 grupos, cada grupo com o seu material da prática. Em seguida, a pilha foi construída no decorrer da aula expositiva com o intuito da prática nos amparar como instrumento auxiliar de ensino e assim pode-se trabalhar com o a assunto da eletroquímica dentro de sala de aula tendo como foco principal os alunos da EJA, seguido de demonstração de como preparar materiais didáticos práticos como os experimentos de pilha e eletrólise. Atualmente existe uma diversidade de pilhas muito grande. Elas podem variar em diferentes aspectos: forma, tamanho, sistemas de oxidação e redução, capacidade de carga, etc. Como podemos observar com o experimento a seguir: Uma forma de obter diferentes operações nesta pilha, onde se podem utilizar materiais de baixo custo e de fácil acesso a qualquer pessoa, é quando se substitui a solução de HCl a 1M, por suco de frutas (cítricas de preferência), refrigerante(coca-cola), vinagre, sal de frutas, entre outras. Onde podemos finalizar, pegando o fio de cobre fino junta-los aos eletrodos e conectá-los a algum equipamento eletrônico como radio ou relógio de parede. o procedimento seguido em sala de aula, consistiu em utilizar moedas de cinco centavos e placas de zinco como eletrodos furando o limão com os eletrodos e usando fio condutor de cobre para interligar aos outros limões e usou-se um voltímetro para verificar a passagem de corrente elétrica. Em seguida foi passado um questionário aos 15 alunos da turma com três perguntas, com o intuito de buscar a importância do ensino por meio da atividade realizada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com base nos dados do questionário, observou-se um bom índice de aproveitamento no aprendizado do conteúdo. Além disso, a participação dos discentes se deu de forma quase unânime. A primeira pergunta que se refere a compreensão do conteúdo tendo a prática como referência, foram computados 93,33% das respostas sendo positivas, denotando que a experiência pôde ajudá-los de maneira concreta. A segunda questão diz respeito a viabilidade da prática em sala de aula, mostrando também, bons resultados, com aproveitamento de 86,66% das respostas positivas. Um fator a ser apontado nessa pergunta foram duas sugestões deixadas pelos alunos, uma construtiva e outra sugerindo o não uso de práticas em sala de aula. A sugestão construtiva, foi a respeito de diversificar mais o uso das pilhas, ou seja, não usar apenas a pilha de limão, e sim outras pilhas de frutas também como a de laranja. O outro aluno deixou como comentário para não utilizar práticas e sala de aula, pois a mesma acaba no fundo sendo apenas uma perda de tempo, mostrando que esses alunos, talvez devido o tempo ausente da escola esteja "preso" ao ensino tradicional. A terceira pergunta diz respeito a acessibilidade dos materiais utilizados pelo docente em sala de aula, com todos afirmando que os materiais são de fácil acesso.

Questionário aplicado aos alunos

Questionário aplicado aos educandos, com o intuito de buscar a importância do ensino por meio de aulas práticas.

CONCLUSÕES: Observou-se que os alunos aprovaram o uso da pilha de limão no ensino de eletroquímica, pois os resultados apresentados foram bastante satisfatórios, o que mostra que o uso de materiais encontrados no cotidiano, pode ser um bom instrumento auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, tais iniciativas devem partir do docente, pois o mesmo deve estar sempre renovando sua prática pedagógica, como tratou-se de um público diferenciado, os estudantes da EJA, precisa-se de metodologias alternativas de aprendizagem, para que esses alunos tenham bom aproveitamento no ensino de química.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a Deus pela força e pela oportunidade de estudar e pela força contínua, incentivando-nos sempre a seguir em frente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARROYO, Miguel. A Educação de Jovens e Adultos em tempos de exclusão.
Alfabetização e Cidadania. São Paulo: Rede de Apoio à Ação Alfabetizadora do
Brasil (RAAAB), n.11, abril 2001.
SASSAKI, R. K. Inclusão Construindo uma sociedade para todos. In: R. K. Sassaki, Inclusão Construindo uma sociedade para todos (pp. 39-40-133). Rio de janeiro: WVA, 2006.