53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE LÚDICA PARA O ENSINO DE FUNÇÕES ORGÂNICAS NO ENSINO MÉDIO

AUTORES: Furtado, N.J.S. (UFPI) ; Silva, J.P.R. (IFPI) ; Lima Neto, S.M. (IFPI) ; Silva, J.C. (IFPI) ; Nascimento, B.T.D. (IFPI) ; Veras, L.S. (IFPI) ; Silva, V.K.P. (IFPI) ; Santos, E.C. (IFPI)

RESUMO: O objetiva deste trabalho foi mostrar uma proposta de atividade lúdica (o jogo educativo DomiFunçõesOrgânicas-DFO) para o ensino de Funções Orgânicas, verificando o perfil da aprendizagem química adquirida pelos estudantes. Aplicou-se um questionário diagnóstico, depois usou-se o DFO e em seguida aplicou-se um segundo questionário. O questionário diagnóstico forneceu os seguintes resultados para aprendizagem adquirida: 01(46,66%), 02(50%), 03(43,33%), 04(46,66%), 05(33,33%). Após a introdução do DFO nas aulas foram obtidos os resultados segintes: 01(93,33%), 02(96,66%), 03(90%), 04(80%), 05(76,66%). A proposta lúdica (jogo DFO) mostra ser uma ferramenta didático pedagógica dinâmica, atrativa e eficiente para aprendizagem de conceitos, nomenclatura, fórmulas estruturais e grupos funcionais.

PALAVRAS CHAVES: Funções Orgânicas; Atividade Lúdica; Avaliação da Aprendizagem

INTRODUÇÃO: A utilização de atividades lúdicas (ex: jogos) em aulas de Química destaca-se por ser uma solução para o sentimento de rejeição que muitos estudantes manifestam durante a abordagem de conteúdos que exigem memorização. Nesse sentido, o lado lúdico do jogo torna-se um instrumento motivador para aprendizagem de conhecimentos químicos, pois propõe estimulo ao interesse do estudante, fazendo com que ele recrie ou mesmo refaça o ensinado (FREIRE, 2001, p. 24). Um jogo é conside-rado educativo quando mantém um equilíbrio entre duas funções: a lúdica e a educativa (CUNHA, 2012). O lado lúdico está relacionado ao caráter de diversão e prazer que um jogo propicia. A educativa se refere à apreensão de conhecimentos, habilidade e saberes. O jogo educativo está voltado para o ensino de conceitos e/ou conte¬údos, organizado com regras e atividades programadas, sendo, em geral, realizado na sala de aula ou no laboratório. DomiFunçõesOrgânicas é uma proposta de jogo educativo para o ensino de Funções Orgânicas (Identificação e Nomenclatura), que possuem regras adaptadas nas do dominó tradicional, sendo isso uma forma de facilitar a compreensão das regras do jogo educativo pelos estudantes. Nesse contexto, o DFO surge como uma ferramenta didático-pedagógica importante para superar as dificuldades de ensino-aprendizagem encontradas na disciplina de Química Orgânica no Ensino Médio. Sobre essas bases se fundamenta o presente estudo onde objetiva-se mostrar uma proposta de atividade lúdica (o jogo DFO) para o ensino de funções orgânicas, verificando o perfil da aprendizagem química adquirida pelos estudantes.

MATERIAL E MÉTODOS: O DFO (jogo educativo) foi uma proposta de atividade lúdica desenvolvida pelos bolsistas do PIBID em Química do IFPI-Parnaíba. O campo desta pesquisa foi o Colégio Senador Chagas Rodrigues (em Parnaíba-PI) e os sujeitos foram 30 estudantes pertencentes à turma da 3ª série A, turno manhã da referida escola. Esta pesquisa durou 06 horas aula e foi realizada entre os dias 20 a 27 de Setembro de 2012. O jogo DFO foi regido por 10 regras, sendo composto por 28 pedras com informações sobre conceitos, nomenclatura, fórmulas estruturais e grupos funcionais. Essas pedras foram confeccionadas com materiais de baixo custo (ex: papelão, papel adesivo, papel de caderno de desenho e etc.). Os estudantes participantes deste estudo ajudaram a confeccionar as pedras de 5 DFO que, posteriormente, foram utilizados pelos mesmos. O conteúdo de Funções Orgânicas já tinha sido ministrado na turma (com o método tradicional), e a metodologia para avaliar a aprendizagem dos estudantes foi dividida em três partes: A primeira foi a aplicação de um questionário diagnóstico (30 minutos), a segunda situou-se no uso do DFO (05 horas) onde a turma foi divida em grupos de 4 pessoas para jogar DFO. Já a terceira foi à aplicação de um segundo questionário (30 minutos), no qual buscou conhecer o perfil da aprendizagem adquirida após a introdução do DFO. Os dois questionários aplicados continham 05 questões objetivas todas referentes aos conteúdos de Funções Orgânicas (Identificação e Nomenclatura). Os acertos foram considerados aprendizagem adquirida e os erros como aprendizagem não adquirida. Na primeira e terceira etapa os resultados para cada questão do questionário foram expressos percentualmente tomando como referência uma amostra de 30 (100%) estudantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O questionário diagnóstico revelou os seguintes resultados: 01(46,66%), 02(50%), 03(43,33%), 04(46,66%), 05(33,33%), isso mostrou que os conteúdos de Funções Orgânicas abordados sem o uso do DFO não foram eficientes para aquisição de uma aprendizagem química significativa. Observou-se que nenhuma questão do questionário revelou índice de aprendizagem superior a 50%, corroborando que o uso do método tradicional de ensino não atraiu a atenção dos estudantes e nem proporcionou uma aprendizagem sólida aos mesmos. Após a introdução do DFO os estudantes obtiveram-se resultados positivos, pois as 05 questões do questionário revelaram os seguintes índices de aprendizagem: 01(93,33%), 02(96,66%), 03(90%), 04(80%), 05(76,66%). Isso mostra que o lado lúdico do jogo, somado a suas regras fáceis estimularam os estudantes na construção de novos conhecimentos químicos, dentro do conteúdo de Funções Orgânicas. O menor índice de aprendizagem (76,66%) foi marcante na questão 5ª, esta exigia um conhecimento mais aprofundado sobre funções orgânicas, mesmo assim esse menor percentual é positivo quando comparado a outras metodologias de ensino. Uma outra razão que pode ser dada a esse menor índice está relacionada a pouca participação durante a etapa de execução do jogo, dos 07 estudantes (23,33%) que erraram a 5ª questão do questionário. No geral, os resultados obtidos com o uso do DFO (proposta lúdica) foram superiores ao do questionário diagnóstico (método tradicional), provando a eficiência positiva do DFO no ensino de Funções Orgânicas no Ensino Médio. Nesse contexto, os resultados obtidos corroboram os de Santos e Michel (2009), Oliveira e Soares (2005) sobre as aplicações de atividades lúdicas para os conteúdos de química a serem ministrados em aulas do Ensino Médio.

CONCLUSÕES: Os resultados insatisfatórios do questionário diagnóstico estão relacionados às metodologias tradicionais de ensino adotadas durante as aulas. Os estudantes desenvolvem uma aprendizagem química mais significativa com o uso de atividade lúdica (o jogo DFO). As aprendizagens obtidas após a introdução do DFO foram todas superiores a 76% na turma de Ensino Médio que participou deste estudo. O jogo DFO mostra ser uma metodologia didático pedagógica: dinâmica, atrativa e eficiente para aprendizagem de conceitos, nomenclatura, fórmulas estruturais e grupos funcionais.

AGRADECIMENTOS: A CAPES, PIBID em Química do IFPI-Parnaíba e ao CSCR

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Revista Química Nova na Escola, n. 2, p. 92-98, Maio 2012.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática educativa. 19 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.

OLIVEIRA, A. S.; SOARES, M. H. F. B. Simulação de um júri para discussão de um problema ambiental. Revista Química Nova na Escola, n. 21, maio 2005.

SANTOS, A. P. B.; MICHEL, R. C. Vamos jogar SueQuímica? Revista Química Nova na Escola, n. 31, agosto 2009.