53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Mini-Projeto - Chuva Ácida: uma experiência de educação científica para a ESCOLA PÚBLICA NO ENSINO MÉDIO

AUTORES: Patricia de Lima Sampaio, M. (UFMT) ; Denardi, A. (UFMT)

RESUMO: Este trabalho apresenta a experiência do mini- projeto, Chuva Ácida proposto como atividade da disciplina de Projetos de Ensino de Química, e foi aplicado no Miniprojetos de Educação Científica no município de Cuiabá, para alunos da rede pública do ensino médio. O objetivo desse mini- projeto foi propiciar ao aluno relacionar a teoria e prática com abordagem investigativa e contextualizada da química sobre um tema de relevância social, de forma a melhorar a educação científica. O referencial para elaboração do projeto pautou-se nos estudos de Zabala, relacionado aos estudos da educação química. A avaliação dos resultados demonstram ampla aceitação pela participação no mini-projeto, equívocos sobre conceitos químicos relacionados ao tema, os quais foram superados no processo.

PALAVRAS CHAVES: experimentos investigativ; Projetos de Ensino de Quí; chuva acida

INTRODUÇÃO: Muito se fala em construtivismo na educação como um referencial para propiciar aprendizagem significativa na escola. No entanto, segundo a OCNEMQ (2006) pouco ou quase nada mudou nas escolas. Isso foi evidenciado ao se ver os planos e materiais didáticos fortemente presentes nas escolas. As dificuldades e novas exigências para o trabalho do professor são muitas mas, o modelo tradicional de ensino persiste. De acordo com os PCNs (1998), o ensino de Química tem se reduzido à transmissão de informações, definições e leis isoladas, sem qualquer relação com a vida do aluno exigindo deste quase sempre a pura memorização restrita a baixos níveis cognitivos. Para melhorar esse cenário uma das alternativas é a utilização do método de Zabala (1998), associados à educação química. Para esse autor, aprender vai além de copiar ou reproduzir a realidade, mas, sim, relacionar o conhecimento já existente aos novos provocando rupturas, ou modificando-os e/ou estabelecendo novas relações. Esse método caracteriza e ajuda a organização do conhecimento em conceitos, procedimentos e atitudes, que nesse caso passou por um estudo de base construtivista em estreita consonância à educação química. Essa metodologia foi favorável, pois possibilitou o entendimento de elementos importantes do processo ensino/aprendizagem. O projeto teve 90% aceitação e verificou-se cerca de 80% de acertos nas questões de avaliação propostas. Este foi um dos fatores que demonstraram avanços no conhecimento químico.

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi realizado no laboratório da UFMT/Depto de Química, área de ensino, para 17 alunos da 3ª série do Ensino Médio da Escola Francisco Ferreira Mendes no município de Cuiabá/MT. O projeto de extensão contou com uma carga horária de 12 horas realizados em etapas,a saber: elaboração de apostilas e instrumentos de avaliação, 2ª etapa - operacionalização do Projeto e 3ª etapa Avaliação Coletiva do Projeto. A fase da operacionalização do projeto foi dividido em 3 momentos pedagógicos. Esses momentos pedagógicos, foram adaptados do método de Zabala por Denardi(2013). Esses contribuíram para elaboração da apostila, para conduzir o desenvolvimento e a comporem o instrumento de registro do processo. O primeiro momento consistiu em levantar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tópico Chuva Ácida, identificação de fatores que causam a chuva ácida e/ou explicações macro e microscópica do assunto. Nessa fase foi utilizado um vídeo, e mediado por perguntas. O segundo momento foram propostos atividades experimentais investigativas com simulação do fenômeno. Esta fase oportunizou aos alunos, organizados em grupos, a levantarem e testarem hipóteses, com apoio em observações, registros discussão e analises dos fenômenos. Essa fase recebeu apoio dos monitores. No terceiro momento, foram propostos questões de avaliação, estilo do ENEM, sobre os tópicos estudados, para verificar o que os alunos conseguiram aprender. E no final os alunos avaliaram o projeto através de questionários que levantaram questões sobre o conteúdo, os ministrantes, as limitações e pontes fortes do projeto. Todo o processo foi registrado por dois auxiliares de pesquisa com o uso dos instrumentos de avaliação. Os instrumentos analisaram a apostila, o conhecimento dos alunos e a postura do professor

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante o desenvolvimento do projeto foi possível observar e confirmar através dos registros as dificuldades sobre os conceitos e a evolução da construção do conhecimento a respeito das reações, dos fatores que causam a chuva acida e o conceito de pH. Na realização do experimento de simulação da chuva acida em sistema fechado, os alunos ficaram surpresos com os efeitos visíveis das reações, de combustão do enxofre e da chuva ácida sobre as flores. Na indagação sobre o que se transformou e por que ocorreu a transformação apresentavam dificuldades em explicar o que ocorreu com os reagentes e produtos. Isso demonstra a dificuldade em ultrapassar os aspectos perceptivos, o que dificulta a transição entre os níveis fenomenológico e atômico molecular, MORTIMER(1995). No teste de acidez com indicadores ácido base e na introdução do uso da escala de pH vários alunos demonstraram uso mecânico da escala ao dizerem: “acido é para direita ou para a esquerda? Uma vez detectado os problemas de compreensão estes foram esclarecidos com a mediação. Foram demonstrados e explicados os conceitos e propriedades das substancias sobre: reagentes, produtos, reação completa e incompleta, fatores que interferem na reação, o conceito de pH, acidez e basicidade, e as propriedades acido-base em outros contextos.

CONCLUSÕES: Os resultados obtidos com a aplicação do projeto favoreceu a concretizar de forma eficaz o exercício da teoria e pratica possibilitando a autora e acompanhantes do mini projeto a vivenciarem uma experiência inovadora em termos de docência e contribuiu para a superação dos conhecimentos prévios do senso comum e a ajudar o aluno a entender a natureza da Ciência Química com seus métodos, suas linguagens, códigos, explicações que promovem a alfabetização cientifica no contexto real de problemas.

AGRADECIMENTOS: A PROCEV pela aprovação do projeto de extensão: Miniprojetos de Educação Científica, para as escolas públicas no Município de Cuiabá.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ______Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio de Química.SEB/MEC. Brasilia.(2006).
_____PCNs Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. SEB/MEC/DF.Brasilia.(1998).
DENARDI,A Instrumentos de avaliação do processo ensino aprendizagem.de Ciências: Zabala e a Educação Química em três momentos pedagógicos.UFMT/Cuiabá/MT,(2013).
ZABALA,A. A prática educativa – como ensinar. Ed.Artmed.1998.
MACENO, N.G, GUIMARÃES,O.M.A Inovação na Área de Educação Química. QNEsc Vol.35, N°1,p.48-56,Fev.2013.
MORTIMER,E.F, MIRANDA,L.C.Transformações concepções de estudantes sobre reações químicas.O Aluno em foco.QNEsc.nº2,novembro,1995.