53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO: APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA POR MEIO DOS JOGOS DE TABULEIRO

AUTORES: Vasconcelos, T.B. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Vasconcelos, T.B. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Lima, R.M. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI)

RESUMO: A educação atual, em geral, está num momento de crise já que o modelo tradicional de ensino não atende, em muitos casos, às novas exigências dos alunos. Diante disto tem-se buscado novas metodologias de ensino e, entre elas, encontram-se os jogos. Estes permitem o desenvolvimento cognitivo, favorecem o processo de socialização, despertam o interesse dos alunos, entre outros. Nesta pesquisa buscou-se construir dois jogos de fácil confecção que foram aplicados em turmas do Ensino Médio. Um dos principais resultados observados foi que com o uso dos jogos os alunos se interessam muito mais pelo momento educacional, o que foi comprovado pela verificação da aprendizagem depois da utilização deste recurso. Conclui-se, então, que os jogos permitem uma aprendizagem mais significativa.

PALAVRAS CHAVES: Educação; Jogos; Aprendizagem

INTRODUÇÃO: Atualmente é grande a discussão sobre a má qualidade do ensino. Desta forma, existem muitas pesquisas atuais sobre metodologias de ensino mais eficiente do que o modelo tradicional. Isso significa que a escola deve ser repensada. Conforme Libânio, “A escola de hoje não pode limitar-se a passar informação sobre as matérias a transmitir o conhecimento do livro didático” (LIBÂNIO, 2004, p. 52). Está sendo trabalhado nesta pesquisa o uso de jogos de caráter educativo, pois estes desenvolvem as habilidades importantes para o processo de aprendizagem tais como criatividade e raciocínio rápido e, ao mesmo tempo, possuem o caráter de diversão e entretenimento, facilitando, assim, a aprendizagem. O aluno desenvolve-se biopsicossocioculturalmente por meio do jogar (FERREIRA, 2010, p. 5). Estão sendo priorizados os jogos de tabuleiro, pois estes podem ser feitos pelos próprios alunos e envolvem materiais de baixo custo. Diante de tudo isto, a ideia central desta pesquisa é que o uso de jogos de tabuleiro no Ensino de Química facilita o processo de aprendizagem porque como os jogos têm o caráter de diversão despertarão o interesse dos alunos e estes, estando mais interessados, terão a aprendizagem significativa. Muitas vezes, o ensino da Química é abordado de modo no qual os alunos não criam ânimo para aprendê-la(SILVA; ALMEIDA; BRITO, 2011, p. 1). Para tornar o ensino-aprendizagem de Química simples e agradável, deve-se investir nos procedimentos didáticos alternativos, em que os alunos poderão adquirir conhecimentos mais significativos (COSTA; MIRANDA, s.d., p. 2). É importante destacar que a construção das aprendizagens significativas implica a vinculação do que o aluno já sabe com os conhecimentos novos e a participação ativa do sujeito (PELIZZARI et al., 2002, p.40).

MATERIAL E MÉTODOS: A presente pesquisa foi realizada na cidade de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada com 69 alunos de uma mesma escola. Destes, 08 eram do Proeja e 61 eram do Ensino Médio regular. Foram utilizados para coleta de dados um questionário com 11 questões e folhas de atividades que permitiram conhecer o grau de conhecimentos dos alunos com relação os conteúdos de Química antes e depois da aplicação dos jogos. A início foi passado uma folha de atividades, depois foi construído e aplicado o jogo, e para finalizar foram distribuídos o questionário e a folha de atividades final. O questionário aplicado na pesquisa foi avaliado por uma pedagoga. As folhas de atividades aplicadas com o intuito de verificar a aprendizagem antes e após a aplicação dos jogos tinham o mesmo grau de dificuldade e número de questões. Na turma de Proeja foi aplicado o jogo Banco Periódico, e nas turmas do Ensino Médio regular o jogo Revisão Divertida. As perguntas do jogo Banco Periódico foram elaboradas com o objetivo de os alunos aprenderem de forma dinâmica os aspectos fundamentais da tabela periódica. No jogo Revisão Divertida, as perguntas foram divididas em três blocos: Química Geral, Físico-Química e Química Orgânica. Nos três blocos foram colocadas questões de conteúdos que são comumente cobrados em vestibular, mas também questões de conteúdos importantes para a vivência dos alunos. Para aplicar os jogos com sucesso, é importante planejar corretamente. Para isto, os elementos centrais a serem analisados são: objetivo, público, materiais, tempo, espaço, dinâmica e relação com o conteúdo, papel do professor, avaliação da atividade e continuidade (MACHADO, 2012, p. 20-21).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os alunos escolhidos aleatoriamente, destas três turmas, A, B e C, responderam a um questionário comum. Os estudantes A são alunos do 3ọ ano do Ensino Médio no turno da tarde, os estudantes B são alunos do 3ọ ano do turno da manhã e os estudantes C são alunos do PROEJA. Quando se questionou aos alunos quais recursos eles gostariam que fossem usados nas aulas de Química, a maioria dos alunos da turma A e B responderam jogos, seguido da experimentação e apresentação em slides respectivamente. Já na turma de Proeja a maioria dos alunos respondeu experimentação, seguida de jogos e apresentação em slides (Gráfico 1). Pode-se perceber, desta forma, que os alunos querem uma aula na qual eles possam participar ativamente e será isto que vai possibilitar uma aprendizagem significativa (PELIZZARI et al., 2002, p. 40). Com relação a verificação da aprendizagem dos alunos o teste de diferenças entre médias foi utilizado como método de análise das atividades aplicadas. Desta forma, pode ser visto que o t calculado foi maior que o t tabelado em todas as turmas analisadas e então aceita-se a hipótese da pesquisa com 95% de certeza, de que a quantidade de acertos após a aplicação do jogo foi maior que a quantidade de acertos antes de aplicação do jogo. Assim, pode ser percebido que em todas as turmas confirmou-se a hipótese central desta pesquisa, que os jogos causam o desenvolvimento cognitivo permitindo e facilitando a aprendizagem. Isto vem sugerir que os jogos, por aumentar o prazer em aprender, podem melhorar a qualidade da educação (FERREIRA, 2010, p. 1). Isto reforça o fato que os jogos permitem o desenvolvimento intelectual, além de facilitar o processo de socialização o que irá permitir a ocorrência da aprendizagem (BARROS, 1996).

Gráfico 1

Os recursos didáticos que os estudantes gostariam que fossem usados nas aulas de Química.

CONCLUSÕES: Pode-se concluir que a grande maioria dos discentes gostaria de continuar aprendendo Química por meio dos jogos e gostaram dos jogos desenvolvidos nesta pesquisa pois esteste recurso possibilita muitos fatores como a socialização e participação ativa que facilitam a aprendizagem. Conclui-se, também, que os jogos promovem uma melhor aprendizagem, de acordo com a análise quantitativa dos resultados dos alunos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARROS, Célia Siva Guimarães. 1996. Psicologia e Construtivismo. São Paulo: Ática, 208p.

COSTA, Noberto Souza; MIRANDA, Dinaldo das Graças Pinheiro. 2012. Professor de Química: formação, competências/habilidades e posturas. Disponível em: http://www.ufpa.br/eduquim/formdoc.html. Acesso em: 19 jan. 2012, 14h 25 min.

FERREIRA, Palloma Silva. 2010. O uso de jogos como instrumento de aprendizagem. Só pedagogia. Disponível em: http://www.pedagogia.com.br/artigos/usodejogosnaaprendizagem/index.php?pagina=6. Acesso em: 21 dez. 2011, 20h 15 min.

LIBÂNEO, José Carlos. 2004. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa.

MACHADO, Luciane F. Rios. 2012. Utilização de modelos moleculares de garrafas Pet para o ensino de hodrocarbonetos no nível Médio. Campos dos Goytacazes, RJ: Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

PELIZZARI, Adriana et al. 2002. Teoria da Aprendizagem Significativa segundo Ausubel. Rev. PEC, v. 2, n. 1, p. 37-42.

SILVA, N. C.; ALMEIDA, A. C. B.; BRITO, A. C. F. Dificuldade em aprender Química: uma questão a ser abordada no processo de ensino, 2011. Disponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2011/trabalhos/6/6-265-11151.htm. Acesso em: 23 jun. 2012.