53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: ESTUFA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE QUÍMICA POR MEIO DA RECICLAGEM DE UMA LATA DE TINTA DE 18 LITROS

AUTORES: Falcão, B.G. (E.E.E.F.M MONS. PEDRO ANÍSIO) ; Lorenzo, J.G.F. (IFPB) ; Santos, M.L.B. (IFPB)

RESUMO: O presente trabalho tem por propósito descrever a construção de uma estufa alternativa de baixo custo para utilização em escolas públicas, contribuindo para a realização de aulas práticas e aperfeiçoando o processo de ensino-aprendizagem da disciplina química. Um dos objetivos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (PIBID/IFPB) é o de construir materiais alternativos para utilização em aulas experimentais, visando despertar o interesse científico de alunos. O equipamento alternativo, construído a partir da reciclagem de uma lata de tinta 18 litros, apresenta baixo custo e um desempenho satisfatório.

PALAVRAS CHAVES: MATERIAIS ALTERNATIVOS; ENSINO DE QUÍMICA; ESTUFA ALTERNATIVA

INTRODUÇÃO: A química é uma disciplina que apresenta um caráter experimental, porém essa característica não é aplicada no ensino de química por alguns professores, principalmente de escolas públicas, que por muitas vezes se prendem a aulas teóricas, devido a fatores como: falta de equipamentos de laboratório, falta de espaço físico adequado, carga horária da disciplina, pouco tempo para o planejamento e montagem das práticas, deficiência na formação do professor, etc. Quando utilizamos de métodos alternativos para facilitar a compreensão e o ensino de Química, a disciplina torna-se mais acessível à imaginação dos alunos, pois traz à tona a contextualização do objeto de ensino com a realidade. A utilização de atividades experimentais ou práticas pode propiciar nos alunos envolvidos no processo, a construção de seu conhecimento de maneira efetiva (GIORDAN, 2003). As atividades experimentais no ensino de química configuram-se com o um fator importante no processo de ensino aprendizagem, quando aplicadas de forma direcionadas e planejadas a fim de se obter resultados satisfatórios (GALIAZZI e GONÇALVES, 2004). Com a escassez dos recursos naturais, somada aos impactos ambientais, a preservação do meio ambiente passou a ter importância e urgência (LAVORATO, 2004). Sendo assim, com o intuito de minimizar esses fatores e estimular a atividade experimental, procuramos produzir uma estufa alternativa, a partir de materiais reutilizáveis e de baixo custo. Além do propósito da construção alternativa com o intuito de aprimorar o ensino de química, a reciclagem e a reutilização de objetos são estimuladas, promovendo a conscientização do alunado para com as questões ambientais e a construção de uma sociedade sustentável.

MATERIAL E MÉTODOS: Os materiais utilizados na estufa alternativa foram em sua maioria materiais reciclados, minimizando assim os custos e tornando-se mais viável em relação aos modelos comerciais. As etapas da construção da estufa alternativa são: 1. Elimine toda tinta ou argamassa da lata com auxílio de uma espátula. Caso tenha dificuldades adicione vinagre para amolecer a massa; 2. Lave a lata e em seguida lixe toda sua superfície. Fure dois buracos: um na lateral para o encaixe do bocal da lâmpada e outro no teto da lata para fixação do termômetro; 3. Pinte toda a superfície externa da lata com a tinta-spray de preferência preta. Espere secar por um dia; 4. Por fim, fixe o bocal na lateral da lata. Recorte folhas de papel de alumínio, para facilitar a reflexão dos raios da lâmpada e cole na superfície interna da lata. Cole a tampa de feltro no buraco superior e em seguida coloque o termômetro. Os materiais, bem como o custo financeiro da estufa alternativa foram: - Lata de tinta ou argamassa de 18 litros (reaproveitada); Bocal de lâmpada com tomada (reaproveitado); Lâmpada de 100 Watts (reaproveitada); Termômetro (reaproveitado); Fita dupla face (R$ 2,00); Lixa de ferro (R$ 1,80); Tampinha de feltro (R$ 0,50); Papel alumínio (R$ 4,00); Cola super bonder (R$ 6,00); Tinta preta spray (R$ 12,00); Algodão (R$ 1,00). Não houve custo de mão-de-obra, pois os próprios bolsistas trabalharam na sua confecção.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com a intenção de comprovar a eficácia do material alternativo desenvolvido, foram colhidas e secadas amostras de óxido de ferro (Fe2O3.nH2O(s)) realizada a prática experimental: “Determinação simples de Oxigênio dissolvido em água”, na turma do 2º Ano do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Pedro Anísio Bezerra Dantas, na qual se examinou a quantidade de oxigênio presente nas águas de três rios do município de João Pessoa – PB, contextualizando a prática extraclasse voltada para o ensino de Química Ambiental. Obteve-se considerável êxito no desempenho da estufa alternativa quando comparada à estufa comercial, em circunstâncias semelhantes, a estufa alternativa produziu resultados próximos ao da estufa comercial no que tange a secagem do papel de filtro e da amostra de ferrugem, comprovando a eficácia desse material, bem como a importância da sua utilização do mesmo em laboratórios de escolas públicas. No que diz respeito à eficácia quantitativa da estufa alternativa, fez-se um teste comparando a variação de temperatura no interior da estufa em função da utilização de três lâmpadas incandescentes de potências iguais a 40, 60 e 100W, atingindo temperaturas eficientes para a secagem de compostos.









CONCLUSÕES: A prática laboratorial com o uso de materiais alternativos enriquece de maneira significativa o processo de ensino-aprendizagem, principalmente no que tange as ciências experimentais, superando a carência de materiais e ausência de laboratórios em escolas, instigando alunos e professores no uso e na reciclagem de alguns materiais, promovendo o ensino contextualizado e manutenção saudável do meio ambiente e por fim, proporcionando a construção de uma consciência crítica do homem para com o seu desenvolvimento sustentável.

AGRADECIMENTOS: O presente trabalho foi realizado com o apoio da CAPES – Projeto PIBID, entidade do Governo Brasileiro voltada para a formação de recursos humanos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GALIAZZI, M. C.; GONÇALVES, P. F., A natureza pedagógica da experimentação: uma pesquisa na licenciatura em química. Revista Química Nova, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 326-331, 2004.
GIORDAN, M. Experimentação por simulação. Textos LAPEQ, USP, São Paulo, n. 8, junho 2003. Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Diretrizes Curriculares de Química para o Ensino Médio - SEED-PR, 2009.
LAVORATO, M. L. A., A importância da educação ambiental para o Brasil e o Mundo, 2004.