53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: JOGOS LÚDICOS ADAPTADOS DE BAIXO CUSTO NO ENSINO DE QUÍMICA.

AUTORES: Souza, S.C. (UEPB) ; Silva, M.F. (UEPB) ; Sousa, A.M. (UEPB) ; Marques, J.V. (UEPB) ; Oliveira, D. (UEPB) ; Dantas, I.N. (UEPB) ; Santos, R.O. (PMJP/PM) ; Trajano, L.L. (UEPB)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo analisar o efeito causado pelos jogos lúdicos adaptados de baixo custo em conteúdos de química para alunas com deficiência visual através de um estudo quanti-qualitativo. A coleta de dados baseou-se em aplicação de questionários e entrevista semi-estruturada com alunas deficientes visuais da cidade de João Pessoa/PB, obtendo uma pesquisa mais detalhada e de inteira responsabilidade com o conteúdo elaborado a fim de avaliar melhor o processo de ensino e aprendizagem. Diante das análises realizadas, as entrevistadas asseguraram que os jogos lúdicos são de grande acessibilidade e criatividade, pois o Cego só aprende ‘pegando’ e 'apalpando as coisas', conforme palavras de uma aluna entrevistada e uma das grandes dificuldades é a falta de materiais adequados.

PALAVRAS CHAVES: Jogos lúdicos, ; Conteúdos de Química, ; Deficiência Visual.

INTRODUÇÃO: Nos últimos dois séculos houve uma grande expansão da educação especial, no entanto a inclusão é um processo lento, com avanços e retrocessos, isto se dá porque os seres humanos são de natureza complexa e com heranças antigas, com muitos preconceitos e diversas maneiras de entender o mundo. A deficiência visual e seus vários significados encontram-se introduzidos na própria história da humanidade. A mudança de atitudes da sociedade para com a pessoa cega se deu, da mesma forma, em função da organização social à qual estão submetidas. A pessoa cega tem sido na maioria das vezes, excluída da sociedade e, de um modo geral, os estigmas se fazem presentes nos grupos minoritários (Amiralian, 1986; Amaral, 1995 Anache, 1994). Quando nos referimos ao termo “Aula de Química” logo imagina-se modelos atômicos, misturas coloridas, grandes laboratórios, fórmulas e símbolos – itens que são efetivamente importantes e indispensáveis para a maioria dos alunos – como as ferramentas necessárias para compreender a disciplina. Mas para alunos com deficiência visual é necessária a elaboração de uma aula diferente, utilizando recursos didáticos diferenciados, que são essenciais para a compreensão do conteúdo e complementar sua aprendizagem. Para alunos com deficiência visual, utiliza-se principalmente a grafia Química Braille, bem como materiais a exemplos de: palitos, canudos, bola de isopor, pedaços de madeira e papel EVA, recursos que possibilitem as reproduções de modelos atômicos, diagrama de Pauling, átomos e moléculas, tipos de ligações e outros.

MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa de campo foi desenvolvida segundo abordagens quantitativas e qualitativas do processo de ensino e aprendizagem, realizada com alunas com deficiência visual na cidade de João Pessoa-PB, buscando identificar as especificações no processo de inclusão das mesmas e sua interação na sala de aula através de jogos lúdicos de baixo custo nas aulas de química. Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram questionários, entrevistas e discussão envolvendo todos participantes da pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com as amostras obtidas, verificamos que as alunas envolvidas na pesquisa afirmaram de forma unânime que os jogos lúdicos de baixo custo adaptados de química para deficientes visuais auxiliam muito na compreensão de todos os alunos da turma e não só a dos que possuem a deficiência visual por apresentarem melhor compreensão dos assuntos aumentando assim, o nível de entendimento. As entrevistadas responderam que sabem das dificuldades que os professores apresentam para confeccionar esses tipos de aulas pois demanda tempo, materiais e habilidade de uma certa forma. Com base em Sá (1994), a falta de visão, a priori, é percebida como ponto frágil e vulnerável, detonando atitudes e expectativas extremas que "coisificam" as pessoas não videntes. Essas e outras barreiras são quase intransponíveis e podem obstaculizar o acesso dos deficientes visuais ao mercado de trabalho. Ao conseguirmos vencer tais imposições, a deficiência será assimilada com naturalidade e seremos considerados aparentemente "normais" como todos.

CONCLUSÕES: O uso de recursos didáticos ligados a percepção tátil pode trazer diversas vantagens à aprendizagem dos alunos deficientes visuais e percebe-se que através de materiais básicos e de baixo custo é possível desenvolver recursos didáticos adaptados para ensinar conteúdos de Química para esses alunos. Deste modo, no ensino a alunos com deficiência visual, como em qualquer outra necessidade educadora especial é importante a presença do professor, tanto no processo educacional quanto no uso de recursos que permitam aos alunos um melhor desempenho e uma aprendizagem mais significativa.

AGRADECIMENTOS: A todos que participaram de forma direta e indiretamente na elaboração deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMARAL, L. A. Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércules). São Paulo: Robe Editorial, 1995.

AMIRALIAN, M. L. T. M. Psicologia do excepcional. São Paulo: EPU, 1986.

ANACHE, A. A. Educação e deficiência: estudo sobre a educação da pessoa com "deficiência" visual. Campo Grande: CECITEC/UFMS, 1994.