53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: Avaliação das atividades antibacteriana e antioxidante e dos teores de fenóis e flavonóides em extratos orgânicos de Wilbrandia ebracteata

AUTORES: Oliveira Silva, R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL) ; Martins Queiroz, A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS) ; Andrea Lima Cardoso, C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL) ; Gomes Coelho, R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL)

RESUMO: A espécie Wilbrandia ebracteata, conhecida como taiuiá, é muito utilizada na medicina popular como purgativa, no tratamento da sífilis, úlceras gástricas e furúnculos. Visando contribuir no estudo desta espécie vegetal o objetivo do trabalho foi quantificar os fenóis e flavonóides e determinar as atividades antioxidante e antibacteriana dos extratos hexânico, acetato de etila e etanólico obtidos, separadamente, de folhas, ramos e raízes. As análise dos resultados mostraram que os extratos das folhas foram os que apresentaram maiores teores de fenóis e flavonóides e também o maior percentual de inibição frente ao radical livre DPPH e maior halo de inibição para as bactérias testadas.

PALAVRAS CHAVES: Wilbrandia ebracteata; radical livre; antibacteriana

INTRODUÇÃO: Wilbrandia ebracteata é uma espécie da família Cucurbitaceae que habita a parte austral do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), leste do Paraguai e nordeste da Argentina (CROVETTO, 1960). Assim como outras plantas denominadas taiuiá a W. ebracteata é citada na medicina popular como purgativa, no tratamento da sífilis, úlceras gástricas, furúnculos. Atualmente, seu uso popular se restringe ao tratamento de doenças reumáticas, lesões gástricas e lesões da pele. Alguns estudos in vivo e in vitro comprovaram atividades antiinflamatória, analgésica, antiulcerogênica e antiviral das raízes de W. ebracteata (PORTO, 1974; PIO CORRÊA, 1978; PEREIRA et al., 1992).

MATERIAL E MÉTODOS: A espécie foi coletada na cidade de Aquidauana- MS. A identificação foi realizada por Arnildo Pott e as exsicatas das amostras estão depositadas no Herbário da UFMS em Campo Grande. O material vegetal in natura foi triturado. Foram preparados extratos das folhas, ramos e raízes. As amostras, separadamente, foram colocadas em contato com hexâno, acetato de etila e etanol, sequêncialmente, para extração de seus constituintes. Efetuou-se a separação por filtração simples e os extratos obtidos foram secos em capela. Os extratos (0,05g) foram diluídos em etanol para realização dos testes. Para determinação da atividade antibacteriana foram usadas seis cepas de bactérias Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Salmonela tifi, Enterococcus faecalis e Shigella flexonela empregado o método da difusão em Agar (BAUER et al., 1966) empregando os extratos na concentração de 2000 µg/mL. Para determinação de flavonóides, empregando a concentração de 2000 µg/mL foi utilizado cloreto de alumínio 10% e leitura 415nm (LIN; TANG, 2007) e para fenóis foi empregada a mesma concentração do teste de flavonóides e foi utilizado reagente Folin-Ciocalteau (1:10 v/v) com leitura 760nm (DJERIDANE et al., 2006). Na atividade antioxidante foram utilizadas três concentrações e empregou-se como reagente o DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazila) com leitura em 517nm (MOKBEL; HASHINAGA, 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos mostram que os teores fenóis foram maiores que os teores de flavonóides (Figura 1), sendo que o extrato etanólico das folhas foi o que apresentou o maior teor de fenóis (347,40 mg/g) e de flavonóides (280,55 mg/g). Os maiores percentuais de inibição foram obtidos para os extratos etanólico (96,83%) e acetato de etila (96,43%) das folhas. O extrato hexânico dos ramos não apresentou atividade antioxidante (Figura 2). Os extratos de raízes e ramos apresentaram halos de inibição de 10 mm para P. aeruginosa, S. tifi, E. faecalis e S. flexonela. Estes extratos apresentaram halos de inibição de 14 mm para E. coli, e 12 mm para S. aureus. Todos os extratos das folhas apresentaram halos de inibição de 14 mm para E. coli e de 12 mm para as bactérias S. aureus, P. aeruginosa, S. tifi, E. faecalis e S. flexonela independente do solvente empregado no preparo dos extratos.

Figura 1

Teores de fenóis e flavonóides dos extratos de Wilbrandia ebracteata.

Figura 2

Atividade antioxidante dos extratos de Wilbrandia ebracteata.

CONCLUSÕES: Os extratos que obtiveram os maiores teores de fenóis e flavonóides também apresentaram maior atividade antioxidante e antibacteriana. Nas diferentes partes da planta os extratos hexânicos foram os que apresentaram menores percentuais de inibição e também os menores teores de fenóis. Provavelmente a atividade antioxidante dessa planta está diretamente relacionada à quantidade de fenóis presente nas amostras. Todos os extratos apresentaram halo de inibição para as bactérias testadas, sendo que os maiores halos de inibição foram obtidos para E. coli.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BAUER, A.W.; KIRBY, W.M.; SHERRIS, J.C; TURCK, M. Antibiotic susceptibility testing by a standardized single disk method. American Journal Clinical Pathology, v. 45, p. 493-496, 1966.
CROVETTO, R.M. Revisión critica del género Wilbrandia (Cucurbitaceae). Darwiniana, v.12, n.1, p.17-42, 1960.
DJERIDANE, A.; YOUSFI, M.; NADJEMI, B.; BOUTASSOUNA, D.; STOCKER, P.; VIDAL, N. Antioxidant activity of some Algerian medicinal plants extracts containing phenolic compounds. Food Chemistry, v. 97, p. 654-660, 2006.
LIN, J-Y.; TANG, C-Y. Determination of total phenolic and flavonoid contents in selected fruits and vegetables, as well as their stimulatory effects on mouse splenocyte ploriferation. Food Chemistry, v.101,p.140-147,2007.
MOKBEL, M. S.; HASHINAGA, F. Evaluation of the antioxidant activity of extracts from buntan (Citrus grandis Osbeck) fruit tissues. Food Chemistry, v. 94, p. 529-534, 2006.
PEREIRA, B.M.R.; GONÇALVES, L.C.; PEREIRA, N.A. Abordagem farmacológica de plantas recomendadas pela medicina folclórica como antiofídicas III – atividade antiedematogênica. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 73, p.85-86, 1992.
PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. v.6 Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1978.
PORTO, M.L. Flora Ilustrada do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: Iheringia, 1974.