53º Congresso Brasileiro de Quimica
Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS METANÓLICOS DE Aniba canelilla (Lauraceae)

AUTORES: Osório, M.I.C. (INPA) ; Pedroza, L.S. (UEA/INPA) ; Fachin-espinar, M.T. (UEA/INPA) ; Silva, D.R. (INPA-UFAM) ; Nunez, C.V. (INPA)

RESUMO: Aniba canelilla é uma espécie da família Lauraceae, popularmente conhecida como preciosa, o seu chá é utilizado como digestivo e anti-inflamatório. Os extratos de Aniba canelilla foram avaliados quanto à capacidade antioxidante pelo método de sequestro do radical livre 2,2-difenil-1-picril- hidrazila (DPPH) e Ferro3+/Fenantrolina. A atividade antioxidante dos extratos metanólicos das cascas apresentou melhor equivalência de atividade antioxidante com DPPH e Fe3+/Fenantrolina.

PALAVRAS CHAVES: Aniba canelilla; atividade antioxidante; DPPH

INTRODUÇÃO: A família Lauraceae é constituída por 30 gêneros, com distribuição nas regiões tropicais e subtropicais (MARQUES, 2001). Dentre os gêneros de maior destaque tem-se Aniba, que possui algumas espécies exploradas por serem produtoras de óleos essenciais, agregando valor econômico ao serem utilizadas na preparação de fitoterápicos, e pelas indústrias de cosméticos e perfumes (ALCÂNTARA, 2010; MELO et al, 2006). Das espécies do gênero Aniba, podemos destacar a espécie Aniba canelilla, utilizada na medicina popular como digestivo e anti-inflamatório (MAIA, 2001). Uma vez que no mecanismo de inflamação há diversas etapas de oxidação-redução, torna-se importante avaliar as espécies vegetais usadas como anti-inflamatórias quanto à sua atividade antioxidante. Antioxidantes são substâncias que, presentes em pequenas concentrações, retardam ou previnem o processos oxidativos (HALLIWELL,1995). O desequilíbrio entre as espécies oxidantes e antioxidantes é conhecido como estresse oxidativo e está associado a numerosas doenças degenerativas e ao processo normal de envelhecimento (LEE et al., 2004). Desse modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antioxidante dos extratos metanólicos das folhas, galhos e cascas de Aniba canelilla.

MATERIAL E MÉTODOS: As folhas e galhos e cascas da espécie Aniba canelilla foram coletados na reserva Ducke Manaus/AM em julho/2008, os materiais vegetais foram secos em temperatura ambiente, moídos e extraídos com os solventes Hexano e Metanol, três extrações utilizando banho de ultrassom por 20 minutos e para a evaporação dos solventes utilizou-se o rota-evaporador. A avaliação da atividade antioxidante foi realizada utilizando os ensaios quantitativos com 2,2-difenil-1-picril- hidrazila (DPPH) e com Fe3+/Fenantrolina. Os extratos metanólicos foram testados na concentração de 0,5 mg/mL. Para o procedimento utilizando DPPH como agente oxidante adiciona-se 990 µL da solução de DPPH e 10 µL da solução dos extratos (concentração 0,5 mg/mL), a leitura foi realizada após 30 minutos em espectrofotômetro em um comprimento de onda de 517 nm, para o procedimento usando Fe3+ como agente oxidante, utilizou-se 980 µL de fenantrolina e acrescentou-se 10 µL de uma solução padrão de Fe3+ e 10 µL das amostras a serem analisadas. A leitura foi realizada após 1 hora em espectrofotômetro em um comprimento de onda de 508 nm. Os ensaios foram realizados em triplicata usando o ácido ascórbico como padrão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O presente estudo avaliou os extratos metanólicos das folhas, galhos e cascas de Aniba canelilla quanto à atividade antioxidante e os resultados obtidos mostram uma boa atividade para todos os extratos. A resposta do ensaio é dada em termos de equivalente em ácido ascórbico e quanto mais próximo de 1, maior a atividade antioxidante. Os resultados obtidos mostram uma equivalência com o ácido ascórbico variando entre 1,3 e 1,9, sendo o extrato metanólico das cascas, o que apresentou a maior equivalência com o ácido ascórbico para os dois ensaios realizados, possuindo uma equivalência de 1,3 para o DPPH e 1,4 para Fe3+ (Tabela 1), indicando assim, a presença de compostos com grande atividade antioxidante. Esta atividade antioxidante é bastante relacionada aos compostos fenólicos, que podem ser flavonoides, porém não se excluem outras classes químicas, como os carotenoides, que também podem estar presentes nos vegetais (MELO, 2008). Estudos mais aprofundados são necessários para se identificar os compostos bioativos responsáveis pela atividade antioxidante nesses extratos vegetais.

TABELA 1. Atividade antioxidante das folhas, galhos e cascas



CONCLUSÕES: Os extratos metanólicos de Aniba canelilla apresentaram uma elevada atividade antioxidante diante dos ensaios com o radical livre DPPH e Fe3+ /Fenantrolina, destacando-se o extrato das cascas. O fracionamento fitoquímico deste está em andamento para tentar isolar a(s) substância(s) responsável(is) pela atividade.

AGRADECIMENTOS: PPBio/CNPq, CT-AGRO/CNPq, FAPEAM, CENBAM/CNPq/MCTI.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALCÂNTARA, J. M.; YAMAGUCHI, K. K. L.; VEIGA-JUNIOR, V. F. Composição química de óleos essenciais de espécies de Aniba e Licaria e suas atividades antioxidante e antiagregante plaquetária. Quim. Nova, 33(1): 141-145, 2010.

HALLIWELL, B. et al. The characterization of antioxidants. Food Chem. Toxicol., 33(7): 601-617,1995.

LEE, J.; Koo, N.; MIN, D. B.. Reactive oxygen species, aging, and antioxidative nutraceuticals. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety. 3: 21-33, 2004.

MAIA, J. G S.; ZOGHBI, M. G.B.; ANDRADE, E. H. A.. Plantas aromáticas na Amazônia e seus óleos essenciais. Série Adolpho Ducke. Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.

MARQUES, C. A. Importância da família Lauraceae Lindl. Floresta e Ambiente 8(1): 195-206, 2001.

MELO, C. T.; MONTEIRO, A. P.; LEITE, C. P.; ARAUJO, F, L.; LIMA, V. T.; BARBOSA-FILHO, J. M.; FONTELES, F. M. M.; VASCONCELOS, S. M.; VIANA, B. G. S.; SOUZA, F. C.. Anxiolytic-like effects of (O-methyl)-N-2,6-dihydroxybenzoyl- tyramine (riparin III) from Aniba riparia (Ness) Mez (Lauraceae) in mice. Biol Pharma Bull. 29: 451-454, 2006

MELO, E. A.; MACIEL, M.I.A.; LIMA, V. L. A. G.; NASCIMENTO, R. J. Capacidade antioxidante de frutas. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, 44(2), abr./jun., 2008.