Sabonete líquido: maior eficácia na ação anti-bactericida ou golpe de marketing?

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química

Autores

Fernandes, G. (COLÉGIO LUMIERE) ; Dupas, M. (COLÉGIO LUMIERE) ; Benini, L. (COLÉGIO LUMIERE) ; Gallotti, M. (COLÉGIO LUMIERE) ; Silva, T. (COLÉGIO LUMIERE) ; Palumbo, M. (COLÉGIO LUMIERE)

Resumo

A defesa do corpo é constituída pela pele e mucosas, que são defensoras de microrganismos e geralmente estão presentes na superfície da pele. É necessário que sejam utilizadas substâncias antissépticas para remoção destes, juntamente com a lavagem simples, assim é possível que haja uma descontaminação eficiente do tecido epitelial. Tanto o detergente quanto o sabão, possuem processos de limpeza semelhantes, ambos são derivados de ácidos sulfônicos, mas apresentam diferenças, como a matéria-prima básica, que no sabão é o óleo e a gordura e no detergente, o petróleo. Todo sabão é detergente e todo detergente é surfactante. O objetivo do trabalho é fazer um comparativo entre a ação do combate da proliferação de bactérias sob a atuação dos sabonetes, sabões, detergentes e sabonetes líquidos.

Palavras chaves

BACTÉRIA; SABÃO; DETERGENTE

Introdução

A importância da higienização se dá pelo fato de que os microrganismos são transmitidos por contato direto ou indireto. Esses microrganismos entram em contato com a pele, podendo causar infecções que constituem, na atualidade, um dos maiores problemas da saúde pública, acometendo de 5 a 10% dos pacientes internados em hospitais.(1) Para controlar essa disseminação de agentes infecciosos, a higienização das mãos é a principal medida de prevenção em serviços de saúde sendo realizada principalmente pela lavagem com água e sabão. (1) A produção de sabões e detergentes envolve a saponificação de óleos e gorduras que sofrem reação de hidrólise alcalina produzindo glicerol e sais desses ácidos graxos.(2) Este grupo de substâncias são formadas por moléculas anfifílicas que possuem uma cadeia apolar e uma extremidade polar, possuindo duas funções principais: diminuir a superfície de tensão da água e dissolver as moléculas apolares como a membrana de bactérias e outros microrganismos. Lembrando que esses compostos servem para ajudar a limpeza, mas não matam microrganismos em geral, apenas inibem a sua multiplicação.(3;4;5)

Material e métodos

MATERIAIS • 40 g de caldo de carne ( frango e gado) • 100 ml de água • amido de milho • copo • panela • colher • 1 pacote de gelatina incolor • 6 placas de petri, com o meio de cultura cobrindo o fundo • cotonetes • etiquetas • caneta • filme plástico . sabonete em barra . sabonete líquido . água destilada . medidor de pH . fita medidora de pH METODOLOGIA Dissolver o caldo de carne em 20 ml de água. Diluir o amido de milho nos 80 ml de água em um copo e adicionar no caldo, em fogo baixo mexer até formar uma massa/gel.(4) Dissolver o caldo de carne nos 100 ml de água, adicionar a gelatina, levar ao fogo baixo e mexer até derreter a gelatina, não deixar ferver. Cobrir o fundo das placas de petri ou as tampas do pote de margarina com o meio de cultura. Passar o cotonete nas paredes internas do vaso sanitário e esfregá-lo levemente sobre uma cultura de caldo de frango e uma cultura de caldo de carne; Com outro cotonete passar na garganta, entre os dentes e esfregar em mais um meio de cultura de cada tipo; Nos outros dois meios de cultura esfregar o cotonete sujo de terra; Armazenar os 6 meios de cultura na estufa de no máximo 36ºC, por três dias.Após as bactérias crescidas misturar aos meios de cultura os materiais a ser testados, esperar 24 horas e observar se ocorreu multiplicação das bactérias.(6) Para a realização do teste de pH (Potencial Hidrogeniônico), todos os sabonetes foram diluídos em água destilada, na concentração de 1 grama para cada 20 ml de água destilada.Foi utilizado um medidor de pH para a medição dos pHs dos sabonetes que foi calibrado utilizando-se soluções prontas e uma fita de medição de pH.(3)

Resultado e discussão

Os sabonetes em barra testados não foram eficientes como o esperado. Em todas as marcas testadas, colônias de bactérias cresceram, sendo comparáveis as colônias antes do uso do sabonete. Entretanto, os sabonetes líquidos obtiveram bons resultados. Isso se deve, provavelmente, aos seus pHs, que estão distante do pH ótimo para o crescimento de bactérias. Os sabonetes líquidos comum tiveram,respectivamente, pH 4,85 e 5,12(pHs ácidos). Todos os testes foram feitos em triplicata.

Conclusões

Pode-se observar que as bactérias cultivadas nas placas continuaram se multiplicando na presença do sabonete em barra, já as amostras de sabonetes líquidos apresentaram uma diminuição no número de colônias bacterianas nos meios de cultura possivelmente por conta do pH estar longe da faixa de pH ótimo para a multiplicação das mesmas. Conclui-se, portanto, a eficácia do produto líquido em sistemas de saúde entre outras instituições, já que demonstrou-se eficiente no combate às culturas de bactérias e, sendo assim, comprovando que não se trata apenas de um golpe de marketing.

Agradecimentos

Agradecemos primeiramente ao Congresso pela oportunidade de apresentar nosso trabalho e também aos nossos pais, que contribuíram financeiramente.

Referências

1. Brasil. Anvisa – Higienização das mãos em serviços de saúde (2007) Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/higienizacao_maos.pdf>. Acessado em 04 de julho de 2014.

2. Brasil. Universidade Federal do ABC – Determinação e comparação da eficácia anti-séptica e anti-bacteriana de sabonetes. (2011) Disponível em:
<http://becn.ufabc.edu.br/guias/estrutura_materia/resumo/ES_E3_D_03.pdf>. Acessado em 04 de julho de 2014.

3. Brasil. Universidade de São Caetano do Sul – Avaliação da eficácia bactericida e fungicida do álcool em gel 70% manipulado na Farmácia-Escola da Universidade de São Caetano do Sul (FarmaUSCS) comparado ao álcool em 70% do mercado.(2011) Disponível em: <http://www.uscs.edu.br/pesquisasacademicas/images/download_inici_cientifica/prof_aparecidadel_e_glauciene_sau_farm.pdf>. Acessado em 05 de julho de 2014.

4. Brasil. Universidade de São Paulo – Controles de microrganismos. Disponível em:
<http://www.icb.usp.br/bmm/ext/index.php?option=com_content&view=article&catid=12%3Ageral&id=90%3Acontrole-de-microrganismos&lang=br>. Acessado em 05 de julho de 2014.

5. Cruz EDA, Pimenta FC, Palos MAP, Silva SEM, Gir E. Higienização de mãos: 20 anos de divergências entre a prática e o idealizado. Ciencia y enfermeria 2009; 15(1): 33-38.

6. Brasil. Instrumentação para o ensino da Biologia - cultivo de bactérias Disponível em: <http://instrumentacaobio.blogspot.com.br/2011/06/cultivando-bacterias-1-introducao.html?m=1>. Acessado em 04 de julho de 2014.






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