Inibidor vegetal de corrosão: uma proposta experimental de baixo custo

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química

Autores

da Silva, P.V. (SESI/PAULISTA/PE) ; Dias, I.J.M. (SESI/PAULISTA/PE) ; de Oliveira, A.F. (SESI/PAULISTA/PE)

Resumo

A procura por inibidores vegetais vem despertando, a cada dia um maior interesse, tanto por ser uma alternativa de baixo custo como por não apresentar toxicidade ao meio ambiente. Este trabalho investigou a utilização de uma atividade experimental, com o intuito de demonstrar o efeito de extratos vegetais como inibidor de corrosão de baixo custo em esponja de aço. Para tal, foi montado um experimento através da imersão de palha de aço em solução salina a 3,5 % contendo diferentes extratos vegetais na concentração de 50 g/L. A análise do ganho de massa da esponja de aço 14 dias após imersão, com a massa de cada esponja antes da imersão, revelou a corrosão ocorrido no período em estudo. Dois extratos entre os testados mostraram-se muito eficiente em proteger o metal do processo de corrosão.

Palavras chaves

Inibidor; Corrosão; Experimentação

Introdução

A corrosão pode acontecer em diversos materiais diferentes, os metais são os que mais comumente sofrem corrosão. Os prejuízos causados pela corrosão resultam em consideráveis desperdícios de investimentos, citando apenas um exemplo, se estima que mais de 30% do aço produzido no mundo seja usado para reposição de peças e partes de equipamentos e instalações deterioradas (ANJOS, 2013). É muito importante o desenvolvimento de métodos cada vez mais eficazes de proteção contra a corrosão, uma vez que, os prejuízos causados são enormes, em áreas como: indústrias químicas, petrolífera, petroquímicas, nos meios de transportes e nos meios de comunicação, citando apenas os mais comuns. Uma alternativa que tem se mostrado promissora é o uso de inibidores orgânicos (SOLMAZ, 2010). Tais inibidores são substâncias que, quando adicionadas ao meio corrosivo, evitam ou diminuem o desenvolvimento das reações de corrosão (ALBURQUERQUE, 2013). Pensando nisso, o presente trabalho tem como objetivo propor um experimento simples, de baixo custo e de fácil execução para testar extratos orgânicos que possa ter atividade inibitória da corrosão em metais. Tais atividades, pode servir para motivar e despertar no aluno o interesse por atividades de pesquisa, bem como proporcionar uma melhor aprendizagem dos conteúdos de eletroquímica no ensino médio.

Material e métodos

Todo experimento foi realizado no laboratório de química da unidade do SESI Paratibe, município de Paulista/PE. O material vegetal para realização do ensaio foi coletado dentro do campus da escola, com exceção da beterraba que foi adquirida no comercio local. Os extratos foram preparados, adicionando-se 1 litro de água da torneira, fervente, para cada 50 g da espécie vegetal previamente triturada. Essa mistura foi deixada em repouso por 10 minutos, filtrada e colocada juntamente com 35 gramas de sal de cozinha (NaCl, Cloreto de sódio) em uma garrafa pet cortada ao meio, na forma de um grande copo ou jarra. Os experimentos foram realizados com três repetições, um grupo controle, tratamento 1 (apenas água) e cinco outros tratamentos (solução salina 3,5%, castanhola, musgo, beterraba e aroeira). O material a ser testado quanto a sofrer uma corrosão em maior ou menor grau, uma vez exposto a solução corrosiva foi uma palha de aço da marca bombril com peso médio de 8 gramas. Em cada solução contida na garrafa pet, foram adicionados um bombril, que ficou totalmente imerso na solução durante 14 dias. Após 14 dias, todas as palhas de aço foram retiradas, seca ao sol durante 8 horas e pesadas a cada 2 horas, ao longo do dia, até peso constante.

Resultado e discussão

As espécies estudadas foram: Castanhola (Terminalia catappa), musgo verde (encontrado no tronco de um sombreiro), beterraba (Beta vulgaris) e aroeira (Schinus terebinthifolius). Após análise dos valores obtido da pesagem de cada palha de aço proveniente do tratamento 1 (apenas água da torneira), tratamento 2 (solução 3,5% de sal), tratamento 3 (solução 3,5% de sal mais extrato de castanhola 50 g/L), tratamento 4 (solução 3,5% de sal mais extrato de musgo 50 g/L), tratamento 5 (solução 3,5% de sal mais extrato de beterraba 50 g/L) e tratamento 6 (solução 3,5% de sal mais extrato de aroeira 50 g/L). De acordo com a tabela 1, é possível observar a variação da massa média da palha de aço antes e após de ter passado 14 dias imersa nas soluções testadas. A eficiência da inibição da corrosão em relação ao agente inibidor foi realizada em temperatura ambiente, em solução salina (3,5%) com diferentes espécies vegetais agindo como inibidor, tendo sido observado que a inibição maior se deu através da utilização do extrato proveniente da amostra 4, 5 e 6. A amostra 6 deu apresentou o melhor resultado e a amostra 3 deu um resultado totalmente inesperado, mostrando ter potencializado a corrosão acima de valores encontrados para a amostra 2, contendo apenas a solução salina a 3,5%, que certamente, seria a amostra que esperávamos obter uma maior corrosão.

Conclusões

O experimento é simples e de baixo custo. É um método quantitativo, de baixa precisão, mais adequado para trabalhos escolares. O experimento proporcionou ao grupo a necessidade de um maior envolvimento, em todo processo, criando um ambiente favorável de aprendizagem. O extrato de aroeira, foi o mais eficiente na inibição da corrosão, enquanto, o de castanhola aumentou ainda mais a corrosão do metal testado. Serão necessários um maior número de ensaios, com diferentes concentrações de extratos e novas espécies vegetais, bem como analise estatísticas para validar e melhorar os dados obtidos.

Agradecimentos

Referências

ALBUQUERQUE, M. A.; GOULART, C. M. ; AMORIM, A. P. O.; DE OLIVEIRA, M. C. C.; ECHEVARRIA, A. Novas Formulações de Tiossemicarbazonas e Extrato Vegetal de Talinum triangulare com Potencial Atividade Anticorrosão. Revista Virtual de Química. n 5, (4), 734-745. 2013.

ANJOS, G.C.; ALMEIDA, C.C.; MELO, M.D.A.; MARTINEZ-HUITLE, C.A.; ROSSI, C.G.F.T.; MACIEL, M.A.M. Eficiência de Anarcadium occidentale Linn em um sistema microemulsionado na inibição a corrosão de aço carbono. Revista Virtual de Química. n 5, (4), 760-769. 2013.

SOLMAZ, R. Investigation of the inhibition effect of 5-((E)-4-phenylbuta-1,3-dienylideneamino)-1,3,4-thiadiazole-2-thiol Schiff base on mild steel corrosion in hydrochloric acid. Corrosion Science, n. 52, p. 3321-3330. 2010

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