AVALIANDO A DESENVOLTURA E O DESEMPENHO DE ALUNOS DE 1° PERÍODO DO CURSO DE QUÍMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA ─ TERESINA – PI NA DISCIPLINA QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Leite, C.M.S. (PIBID-DEPARTAMENTO DE QUÍMICA-UFPI) ; Neto, E.M.S.C. (PIBID-UFPI) ; Silva, L.S. (PIBID-UFPI)

Resumo

A Química como ciência experimental não está dissociada dos conteúdos teóricos. Em se tratando de disciplina experimental básica, os conhecimentos necessários residem em princípios obtidos por livros, artigos, etc. e com isso há a necessidade de complementação com a experimentação. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a habilidade e desempenho de alunos de 1º período da UFPI - Campus Universitário Ministro Petrônio Portella em aulas de Química Geral Experimental, observando manipulação de vidrarias, condução do experimento como um todo, correlação experimento/conteúdo e utilizando dos respectivos relatórios como avaliação. Observou-se que as dificuldades observadas em aula resultam da falta de familiaridade com o lado prático da química.

Palavras chaves

experimentação; ensino da química; química experimental

Introdução

A Química como ciência experimental não está dissociada dos conteúdos teóricos. Em se tratando de disciplina experimental básica, os conhecimentos necessários residem em princípios obtidos por livros, artigos, etc. e com isso há a necessidade de complementação com a experimentação. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a habilidade e desempenho de alunos de 1º período da UFPI - Campus Universitário Ministro Petrônio Portella em aulas de Química Geral Experimental, observando manipulação de vidrarias, condução do experimento como um todo, correlação experimento/conteúdo e utilizando dos respectivos relatórios como avaliação. Segundo CHASSOT (2003) deve-se vivenciar o ensino da Química dentro de uma concepção que relacione a ciência com a prática, ou seja, a construção dos conhecimentos químicos deve ser embasada na realidade. O emprego de atividades experimentais não deve servir apenas como confirmação de teoria, mas sim como instrumento de formação do conhecimento, despertando nos discentes questionamentos, para que com isso, os mesmos consigam compreender o que está sendo realizado. Segundo Cardoso & Colinvaux (2000), o estudo da química possibilita ao homem o desenvolvimento de uma visão crítica do mundo que o cerca, para que possa analisar, compreender e utilizar os conhecimentos do cotidiano a seu favor, tendo condições de posicionar-se diante de situações que interferem em sua qualidade de vida.Porém, para que todas essas atividades sejam realizadas, é necessário um conhecimento prévio em relação às técnicas laboratoriais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a habilidade de alunos do primeiro 1º período na disciplina química geral experimental, no curso de química da UFPI - Campus Universitário Ministro Petrônio Portella.

Material e métodos

As observações foram realizadas pelos acadêmicos Estácio Manoel Da Silva Cruz Neto e Leandro De Sousa Silva (bolsistas do programa PIBID-UFPI), sendo que um deles atuava como monitor voluntário da disciplina Química Geral Experimental oferecida pelo curso de Química para alunos da Licenciatura e Bacharelado, no turno da tarde. Os alunos foram avaliados durante a execução dos seguintes experimentos: medidas de volume e densidade; preparação de soluções ácidas e básicas e padronização usando o método de titulação; reação do carbeto de cálcio em água; obtenção de hidrogênio gasoso a partir da reação de uma placa de zinco metálico em contato com ácido clorídrico concentrado; oxirredução de uma solução de iodeto de potássio submetida a uma corrente elétrica. Os alunos foram avaliados seguindo-se os seguintes critérios: (1) entendimento do experimento e avaliação do relatório apresentado, incluindo a contextualização da introdução ao experimento e nível de discussão dos resultados obtidos; (2) observação da habilidade dos alunos ao manusearem vidrarias e equipamentos laboratoriais e conduzirem o experimento como um todo, observando a independência quanto às etapas dos experimentos e (3) análise da correlação experimento/conteúdo absorvido pelos alunos usando dos respectivos relatórios para avaliação da aprendizagem.

Resultado e discussão

Em cada uma das práticas os alunos foram avaliados quanto à sedimentação dos conhecimentos teóricos necessários à execução do experimento. Após a explicação de como avaliar a precisão das vidrarias, os discentes foram instruídos a efetuarem cálculos que consistiam em medir e comparar as mesmas quanto à precisão e posteriormente elaboraram uma tabela contendo quatro colunas (vidraria, precisão, volume, comparação – foram utilizados os termos “mais exatos” e “menos exatos” nesta coluna), como observado na tabela 1. Da mesma forma foi elaborada uma tabela para obtenção dos valores de volume e densidade, como é demonstrado na tabela 2. Foi observado que aproximadamente 50% dos alunos tiveram dificuldades em calcular as devidas precisões de cada vidraria, assim como também tiveram dúvidas quanto à nomenclatura das mesmas. Quanto ao manuseio de vidrarias, outro conhecimento adquirido está associado à manipulação das buretas e pipetas. Durante esta etapa os estudantes aprenderam a utilizar adequadamente uma bureta, sendo que alguns dos discentes não apresentavam familiaridade e agilidade na utilização da mesma. Nesta parte do experimento observou-se que os alunos não possuíam muita destreza para identificar o ponto de viragem na titulação. O erro mais comum cometido pelos alunos ao utilizarem a bureta foi colocar a solução na vidraria enquanto esta estava com a torneira de escoamento semiaberta, o que ocasionou erro na leitura do volume escoado. Foi observado também dificuldades em utilizar a pipeta, pois os alunos demonstravam pouca habilidade no manuseio da mesma. No experimento de obtenção de hidrogênio gasoso e oxirredução os alunos tiveram um melhor desempenho na execução, encontrando dificuldades apenas nos cálculos estequiométricos.

Figura 1

Tabelas elaboradas pelos alunos durante as aulas práticas.

Conclusões

Observou-se que as dificuldades observadas na execução das aulas experimentais deram-se pela ausência de associação das aulas práticas com as aulas teóricas, sugerindo que deve haver por parte do professor o cuidado em fazer essa ponte entre o conhecimento teórico e o experimental, revelando assim que os alunos chegam ao curso de química sem uma bagagem de conteúdo prático satisfatório. É possível observar que em uma disciplina básica de laboratório os alunos necessitam de conhecimentos fundamentais consolidados que são de grande importância para a execução da aula prática.

Agradecimentos

Agradeço ao PIBID, à minha coordenadora Prof.ª Dr.ª Cleide Maria da Silva Leite e ao meu professor orientador Prof.º Dr. Sebastião Barros Araújo.

Referências

CHASSOT, A. A educação do Ensino de Química. In: Questões para a educação. Ijuí: Unijuí, 3. Ed. 2003.

CARDOSO, S. P; COLINVAUX, D. Explorando a Motivação para Estudar Química. Química Nova. Injuí: Unijuí, v. 23, n. 3, 2000.

CHRISPINO, Álvaro; FARIA, Pedro. Manual de Química Experimental. 1. ed. Campinas: Editora Átomo, 2010. v. 1. 253p.

QUEIROZ, S. L. Do que fazer ao compreender ciências: reflexões sobre o aprendizado de alunos de iniciação científica em química. Ciência & Educação, Bauru, v. 10, n.1, 2004.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ