Composição química e avaliação da atividade genotóxica do óleo essencial de Eugenia astringens Cambess

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Santos, J.L. (UEZO) ; Cruz, G.C.S. (UEZO) ; Nascimento, C.C.H.C. (UEZO) ; Azevedo, L.A.C. (UEZO) ; Souza, M.C. (UFRJ) ; Lima, A.M.B. (FIOCRUZ) ; Silva, R.C.A. (FIOCRUZ) ; Pinto, P.R. (UEZO) ; Feliciano, G.D. (UEZO) ; Barreto, A.S. (UEZO)

Resumo

O óleo essencial (OE) das folhas de Eugenia astringens Cambess foi obtido por meio de hidrodestilação em aparelho de Clevenger modificado. A composição química do óleo essencial (0,17% do rendimento) foi analisada em CG e CG-EM e o principal componente encontrado nas folhas de Eugenia astringens Cambess foi o α-pineno. A atividade genotóxica do OE foi avaliada através do Índice de Lise (IL) determinado a partir do halo formado (Índice de Zona) pela imposição das substâncias (cloreto estanoso – SNCl2 e peróxido de hidrogênio – H2O2 e do OE nos discos bacteriológicos, sendo utilizada a linhagem Staphylococcus aureus ATCC 8096. O OE apresentou efeito genotóxico dependente da dose. O OE + SnCl2 + H2O2, acredita-se que o óleo essencial diminuiu a ação do H2O2, agindo como um antioxidante.

Palavras chaves

Eugenia astringens Cambes; óleo essencial; atividade genotóxica

Introdução

A família Myrtaceae possui uma variedade de espécies e gêneros, sendo uma das famílias mais importantes devido a sua ampla distribuição em todo o ecossistema brasileiro (SOUZA et al, p. 652, 2008). Um dos maiores representantes da Família Myrtaceae são as espécies do gênero Eugenia. Ele possui uma variedade de atividades biológicas, entre as quais se destacam as atividades antiinflamatória, antibacteriana, citotóxica, antitumoral, hipoglicemiante, entre outras. A Eugenia astringens Cambess (Sinonímia: E. rotundifolia Casar; E. umbelliflora O. Berg, E. cassinoides O. Berg)é outra espécie importante deste gênero, sendo encontrada nas Restingas da Marambaia e de Grumari, Rio de Janeiro, Brasil. Um dos principais componentes encontrados nesta espécie são: o α e β- pineno.

Material e métodos

O material vegetal (folhas frescas) foi coletado e extraído pela manhã (7:00h) na Ilha de Guaratiba, em julho de 2012 no estado do Rio de Janeiro, Brasil. As folhas frescas de Eugenia astringens Cambess (~704,46g) foram submetidas à hidrodestilação durante 4 horas, em aparelho de destilação do tipo Clevenger modificado (RAMOS et al, p. 109, 2010). O óleo essencial obtido foi seco com Na2SO4 anidro, obtendo um rendimento de 1,2mL. Posteriormente, o óleo essencial puro de E. astringens Cambess foi acondicionado em frascos de vidro fechados envoltos em papel alumínio e armazenados em freezer a -200C. A identificação e caracterização do óleo essencial foi realizada por Cromatografia Gasosa e Cromatografia Gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG e CG-EM), em parceria com a Fiocruz - Farmanguinhos. O potencial genotóxico do OE de Eugenia astringens Cambess foi avaliado por meio do método de difusão indireta em gel de agarose em uma linhagem de Staphylococcus aureus ATCC 8096 (CELEDONIO, N. R., 2008). Na avaliação genotóxica do óleo essencial, o Índice de Lise (IL - que indica a porcentagem de células degeneradas) foi determinado a partir do halo formado, Índice de Zona (IZ - ou seja, área não corada), pela imposição das substâncias cloreto estanoso – SNCl2 e peróxido de hidrogênio – H2O2 e do óleo essencial em estudo nos discos bacteriológicos.

Resultado e discussão

O óleo essencial de folhas frescas de E. astringens Cambess coletado no mês de julho teve um rendimento obtido de 0,17%. A composição química do óleo essencial analisada em CG e CG-EM apresentou como principal componente encontrado nas folhas de Eugenia astringens Cambess o α-pineno. O resultado obtido no ensaio de genotoxicidade do OE foi analisado a partir dos dados da Portaria 1.480 de 31 de Dezembro de 1990 do Ministério da Saúde (Portaria, Nº1480/1990) que determina o percentual de células degeneradas em testes in vitro. O cloreto estanoso e o peróxido de hidrogênio apresentaram índices de lise superior a 80% em determinadas concentrações, com isso, demonstrou genotoxicidade como descrito na literatura (SOTTO et al, p. 699, 2010). Na avaliação genotóxica do óleo essencial, foi possível observar que este apresentou efeito genotóxico dependente da dose. O OE + SnCl2 + H2O2, acredita-se que o óleo essencial diminuiu a ação do H2O2, agindo como um antioxidante.

Conclusões

A obtenção do óleo essencial apresentou rendimento satisfatório. As análises em CG e CG/EM apontou o α-pineno como componente majoritário, equivalente ao descrito na literatura. Dentro das condições experimentais da presente pesquisa, foi possível observar que o OE extraído de Eugenia Cambess foi eficiente para inibição da cepa ensaiada. Este causou efeito genotóxico conforme o aumento da dose para a cepa estudada. Os estudos in vitro são considerados modelos experimentais de caráter preliminar. Estes precisam de outros estudos complementares para maior precisão dos resultados obtidos.

Agradecimentos

FIOCRUZ, pelas análises cromatográficas, a SISBIO pela autorização de coleta, a FAPERJ e ao CNPq pelo auxílio e bolsa concedidos.

Referências

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, Portaria nº 1.480, de 31 de dezembro de 1990.

CELEDONIO, N.R. Estudo do mecanismo de ação antinociceptivo e antiedematogênico do óleo essencial de Croton argyrophylloides e seus constituintes: alfa-pineno e trans-cariofileno. Universidade Estadual do Ceará, Mestrado Acadêmico em Ciências Fisiológicas, 2008.

RAMOS, M.F.S., et al. Journal of Essential Oil Research, v. 22, Issue 2, p. 109-113, 2010.

SOTTO, A.D., et al. Mutation Research, v. 23, p.699, 2010.

SOUZA, M. C. MORIM, M. P. Acta Bot. Bras, v. 22, n.3, p. 652-683. ISSN 0102-3306, 2008.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ