Apuração etnobôtanica de plantas medicinais de cidades da região sul do Piauí

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Silva, A.A.M. (UFPI) ; Soares, S.H. (UFPI) ; Oliveira, L.B. (UFPI)

Resumo

O uso de plantas medicinais está presente no cotidiano de comunidades carentes, desta forma, caracteriza-se de forma fundamental o estudo etnobotânico destas que são utilizadas para o tratamento de enfermos. Por meio deste estudo, a ciência analisa e verifica a utilidade destas para o tratamento além do que já utilizado pela população, proporcionando por meio do isolamento de seus constituintes a transformação destas em novas drogas para o tratamento de doenças em que ainda não houve o diagnóstico de cura e/ ou tratamento.

Palavras chaves

ETNOBOTÂNICA; COMUNIDADES; PLANTAS MEDICINAIS

Introdução

A etnobotânica é uma área científica, no qual seu termo foi utilizado pela primeira vez em 1896 pelo botânico americano William Harsberger que usou para instituir o estudo da afinidade existente entre o homem e as plantas utilizadas por eles de forma medicinal, aproveitando galhos, folhas, dentre outros como meio de curar enfermidades. No Brasil, em especial as regiões norte e nordeste, é de grande relevância este estudo devido o alto índice de comunidades carentes que fazem uso destas plantas, no qual, a região sul do Piauí também realiza esta prática diariamente. Portanto, uma planta medicinal é uma espécie vegetal que é utilizada para propósitos terapêuticos. (BRASIL, 2012). As plantas medicinais, geralmente, são utilizadas devido ser nativa da região e de conhecimento dos anciões da região, podendo as mesmas serem cultivadas próximo as casas, ter um baixo custo/benefício e ainda proporciona o conhecimento para produção futura desse medicamento. Deste modo, o presente trabalho teve por objetivo, a apuração de informações a respeito de plantas medicinais mais empregadas na região sul do estado do Piauí.

Material e métodos

O presente trabalho foi realizado nas cidades de Anísio de Abreu, São Raimundo e Jurema, constando de entrevistas com a população em geral. Para analisar o uso destas plantas medicinais, foram entrevistados 52 mulheres e 40 homens, entre 14 e 65 anos, por meio de um questionário que continha perguntas acerca das plantas normalmente usadas, a frequencia e a designação do uso para o tratamento do enfermo.

Resultado e discussão

Dentre eles 10% relataram não fazer o uso de nenhum tipo de uso de plantas medicinais, 40% relataram fazer uso uma vez por ano, 60% relataram fazer uso sempre que necessário, no qual, as plantas mais utilizadas são: hortelã, folha de laranjeira, folha santa, erva cidreira, louro, dentre outras. Tais plantas são encontradas com grande facilidade na região geralmente em quintais, jardins, ou espalhadas pela região. Muitas dessas espécies são valorizadas devido a sua importância no tratamento de algumas doenças de difícil tratamento pela medicina convencional. De acordo com a pesquisa, observa-se que muitos dos habitantes adquiriram o conhecimento de seu uso através de familiares e que atualmente este conhecimento tem sido transferido por livro. O uso pela população geralmente é feito em forma de chás, seu costume de utilização e mantido através da transmissão de conhecimento dos mais idosos e entre vizinhos que trocam informações sobre determinadas plantas e seu potencial uso. Contudo, nos centros de pesquisas e universidades, estudiosos buscam por meio da medicina popular, isolar seus constituintes, e transformá-las em novas drogas para o possível tratamento de doenças que ainda não foi diagnosticada uma forma de cura e/ ou tratamento.

Conclusões

Perante esta análise, conclui-se que há uma variedade grande de espécies de cunho medicinal presente na região e que seu uso é frequente por moradores desta devido a facilidade de obtenção e auxilio para o tratamento de enfermos ser viável. A apuração etonobotânica é essencial para verificação destas plantas e possíveis estudos para tratamentos de doenças que ainda não possuem fármacos a disposição.

Agradecimentos

UFPI e aos entrevistados que se dispuseram a responder.

Referências

ALBUQUERQUE, U.P. A etnobotânica no nordeste brasileiro. In: CAVALCANTI, T.B. & WALTER, B.M.T. Tópicos Atuais em Botânica: Palestras Convidadas do 51º Congresso Nacional de Botânica. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia / Sociedade Botânica do Brasil, 2000. p.241-249.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica/Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

COTTON, C.M. Ethnobotany: principles and applications. New York: J. Wiley, 1996. 320 p.

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