AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDADENTE IN VITRO DAS FOLHAS DE HANDROANTHUS OCHRACEUS

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Araujo, M.R.S. (UFPI) ; Costa, L. (UFPI) ; Chaves, M. (UFPI) ; Oliveira, G. (UFPI) ; Freitas, R. (UFPI)

Resumo

O presente trabalho mostra a avaliação da atividade antioxidante dos extratos hexânico, etanólico e aquoso obtidos das folhas de Handroanthus ochraceus. O extrato aquoso apresentou resultados próximo ao padrão Trolox do que os demais extratos testados. Estudos posteriores utilizando cromatografia serão necessários para isolamento de substâncias que caracterizarão melhor as propriedades antioxidantes de Handroanthus ochraceus.

Palavras chaves

Bignoniaceae; Handroanthus ochraceus; Antioxidante

Introdução

A família Bignoniaceae possui ocorrência em regiões tropicais estando distribuída entre 120 gêneros e 800 espécies. Na família destacam-se os gêneros Handroanthus e Tabebuia, conhecidos como a “família” dos ipês. O gênero Handroanthus é conhecido pelas propriedades medicinais apresentadas por algumas espécies como atividade antiinflamatória, antibacteriana, adstringente e antitumoral e apresentam madeira extremamente dura contendo grandes quantidades de lapachol (REZENDE et al, 2009 & GROSE et al, 2007). O Brasil apresenta uma flora bastante extensa e diversificada, constituindo uma fonte potencial de novas substâncias com várias ações farmacológicas. O estudo de estruturas químicas de compostos relacionando com uma atividade farmacológica definida têm sido bastante enfocados atualmente e o planejamento racional de drogas tem trazido muitos benefícios para a humanidade (MACIEL et. al, 2002). Radicais livres (RL) e espécies reativas de oxigênio (ERO) desempenham papel fundamental no metabolismo celular. No entanto, quando em excesso, podem gerar estresse oxidativo, levando a alterações teciduais responsáveis por diversas patologias, incluindo o câncer (SOARES, et. al. 2005). Agentes antioxidantes podem prevenir ou diminuir os danos oxidativos nos tecidos humanos produzidos por espécies reativas derivadas do oxigênio e espécies derivadas do nitrogênio.

Material e métodos

A determinação de substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico foi realizada para medir o nível de peroxidação lipídica usando gema de ovo homogeneizada como substrato rico em lipídios (COSTA et al., 2012). A produção do radical hidroxila (OH.) foi quantificado por meio da reação de Fenton, onde este radical livre foi produzido pela degradação oxidativa da 2-desoxirribose (LOPES et al., 1999; COSTA et al. 2012). O óxido nítrico (NO) foi gerado a partir da decomposição espontânea do nitroprussiato de sódio (NPS) em tampão fosfato 20nM (pH 7,4). O radical NO. produzido, interage com o oxigênio para produzir íons nitrito, que foram medidos através da reação de Griess (COSTA et al. 2012; GREEN et al., 1982). Os extratos testados (hexânico, etanólico e aquoso) foram obtidos das folhas de Handroanthus ochraceus. Os resultados obtidos foram expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) e a significância estatística foi determinada utilizando uma análise de variância seguida pelo teste de Neuman- Keuls. Os valores foram considerados significativos quando apresentaram p<0,05.

Resultado e discussão

Os resultados obtidos demonstraram que o extrato aquoso das folhas de Handroanthus ochraceus (EAFHO) na maioria das concentrações testadas (0,9 – 1,8 – 3,6 – 5,4 – 7,2 µg/mL), foi capaz de prevenir a peroxidação lipídica induzida por AAPH, inibindo a quantidade de TBARS formado. Apresentou também poder de inibição da produção do radical hidroxila e sequestrador do radical óxido nítrico quando comparado com os resultados dos demais extratos e com o padrão Trolox.

Conclusões

Estudos posteriores utilizando cromatografia serão necessários para isolamento de substâncias que caracterizarão melhor as propriedades antioxidantes do extrato aquoso de Handroanthus ochraceus.

Agradecimentos

CNPq / FAPESP pelo apoio financeiro.

Referências

COSTA, D. A.; DE OLIVEIRA, G. A. L.; DE SOUSA, D. P.; DE FREITAS, R. M. Avaliação do potencial antioxidante in vitro do composto ciano-carvaona. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 33, n. 4, p. 567-575, 2012.

GREEN, L. C.; WAGNER, D. A.; GLOGOWSKI, J.; SKIPPER, P. L.; WISHNOK, J. S.; TANNENBAUM, S. R. Analysis of nitrate, nitrite, and [15N] nitrate in biological fluids. Analytical Biochemistry, v. 126, p. 131-138, 1982.

GROSE, SUSAN O., OLMSTEAD, R.G Evolution of a Charismatc Neotropical Clade: Molecular Phylogeny of Tabebuia s. l., Crescentieae, and Allied Genera (Bignoniaceae) America Society of Plant Taxonomists, 32,3,650-659(10),2007.

LOPES, G. K. B.; SCHULMAN, H. M.; LIMA, M. H. Polyphenol tannic acid inhibits hydroxyl radical formation from Fenton reaction by complexing ferrous ions. Biochimica et Biophysica Acta, v. 1472, n. 1-2, p. 142-52, 1999.
MACIEL, M. A. M., PINTO, A. C., JÚNIOR, V. F. V., GRYNBERG, N. F., ESCHEVARRIA, A. Plantas Medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Química Nova, 25, 429-438, 2002.

SOARES, D. G.; ANDREAZZA, A. C.; SALVADOR, M. Avaliação de compostos com atividade antioxidante em células da levedura Saccharomyces cerevisiae. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 41, n. 1, jan./mar., 2005

REZENDE, A. A., SILVA, L. M. A., TEIXEIRA, P. S., LEITE, G. V. Anatomia foliar com implicações taxonômicas em espécies de ipês. Hoehnea, 36(2): 329-338, 2009.


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