O USO DE DIFERENTES MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO DE QUÍMICA ORGÂNICA

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Iniciação Científica

Autores

Oliveira, L.F. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS) ; Silva, C.S. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS)

Resumo

Existe uma séria preocupação por parte da área de Ensino de Química com o processo de ensino-aprendizagem. Na tentativa de apontar uma melhora para tal problema, está sendo defendido cada vez mais, o uso de jogos lúdicos didáticos no ensino como metodologias facilitadoras do processo de ensinar e aprender. Esta investigação baseou-se na construção de um jogo lúdico didático sobre isomeria para auxiliar como material didático nas aulas de Química Orgânica. Ficou comprovado, então, que novos materiais didáticos aliados às convencionais aulas expositivas melhoram o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, levando-os a participarem de maneira interdisciplinarizada, tecnológica e social.

Palavras chaves

Ensino de Orgânica; Metodologias; Jogo Didático

Introdução

Uma das principais preocupações dos pesquisadores da área de Ensino de Química nos últimos anos têm sido com a questão do processo de ensino-aprendizagem (FERREIRA, 1998; PAIXÃO & CACHAPUZ, 2003; LOBÔ, 2008). Na tentativa de sanar esta problemática, grandes estudiosos da área de ensino de Química tem dado como alternativa, para esta dificuldade, a utilização de novos materiais didáticos no ensino como solução para a eficácia do processo de ensino-aprendizagem (GIORDAN, 1999; PACHECO, 1996; GOUVÊA, MARANDINO & LEAL, 2003; GUIMARÃES, 2009; PIRES & MACHADO, 2013). Um destes novos materiais didáticos para o ensino de Química Orgânica e o sucesso no processo de Ensino-Aprendizagem dos alunos está no uso de Jogos Didáticos, pois é sabido que o professor deve rever a utilização de propostas pedagógicas passando a adotar em sua prática aquelas que atuem nos componentes internos da aprendizagem, já que estes não podem ser ignorados quando o objetivo é a aprendizagem por parte do aluno (KISHIMOTO, 1996). Neste sentido, considera-se como uma alternativa viável e interessante a utilização dos jogos didáticos, pois este material pode preencher muitas lacunas deixadas pelo processo de aprendizagem de conhecimentos, favorecendo a construção pelos alunos de seus próprios conhecimentos, a socialização de conhecimentos prévios e sua utilização para a construção de conhecimentos novos e mais elaborados (CAMPOS et al, 2010). O jogo pedagógico ou didático é aquele fabricado com o objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens, diferenciando-se do material pedagógico, por conter o aspecto lúdico, e utilizado para atingir determinados objetivos pedagógicos, para se melhorar o desempenho dos estudantes em alguns conteúdos de difícil aprendizagem (CUNHA, 1988; GOMES et al, 2001).

Material e métodos

O presente estudo aconteceu na Escola Campo do Subprojeto de Química do PIBID do IFG campus Luziânia no interior de Goiás. Esta pesquisa foi realizada em duas grandes partes, em que a primeira foi ministrada para os alunos da terceira série do Ensino Médio uma aula expositiva cujo tema foi Introdução à Estereoquímica. A segunda parte foi à utilização de um Jogo Lúdico Didático nomeado “Jogo da Memória CIS-TRANS, E-Z”. É importante ressaltar que este jogo foi confeccionado pelos autores deste trabalho com materiais de baixo custo, possibilitando, assim que tal jogo possa ser confeccionado e utilizado em qualquer estado do Brasil. Ainda, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o intuito de ter todo o embasamento teórico, antes de começar a desenvolver a parte prática na Escola- Campo do PIBID, os autores debruçaram-se sobre os seguintes autores: FERREIRA, 1998; PAIXÃO & CACHAPUZ, 2003; LOBÔ, 2008; GIORDAN, 1999; PACHECO, 1996; GOUVÊA et. al, 2003; GUIMARÃES, 2009; PIRES & MACHADO, 2013; KISHIMOTO, 1996; CAMPOS et al, 2010; CUNHA, 1988 e GOMES et. al, 2001. Nesta perspectiva os autores citados acima dissertam em seus trabalhos que o jogo não é o fim, mas o eixo que conduz a um conteúdo didático específico, resultando em um empréstimo da ação lúdica para a aquisição de informações (KISHIMOTO,1996). No entanto, o jogo nem sempre foi visto como didático, pois como a idéia de jogo encontra-se associada ao prazer, ele era tido como pouco importante para a formação da criança (CAMPOS et al, 2010). Sendo assim, a utilização do jogo como meio educativo demorou a ser aceita no ambiente educacional (GOMES et al, 2001). E ainda hoje, ele é pouco utilizado nas escolas, e seus benefícios são desconhecidos por muitos professores (CAMPOS et al, 2010).

Resultado e discussão

Após a aula expositiva com o tema Introdução à Estereoquímica, em que abordou-se os seguintes assuntos: isômeros, isômeros constitucionais, isomeria cis – trans e E – Z, quiralidade e nomenclatura R e S, os autores deste trabalho realizaram o jogo com a turma do Ensino Médio, explicando as suas regras: os alunos devem abrir duas cartas (Figura 1), uma de cada vez tentando encontrar os isômeros opostos e identificar quem é CIS, TRANS, E ou Z. Caso, o aluno não acerte a isomeria correta às cartas são viradas e, então é a vez de outro aluno jogar. Foi realizado o jogo e os alunos muito motivados e interessados jogaram, foi dada uma premiação a cada acerto para os alunos, a fim de motiva-los. No final, do jogo, foi entregue um questionário aos alunos para eles avaliarem a aula expositiva e a aula com o jogo como muito boa, boa, regular ou ruim, 100% dos 36 alunos da turma classificaram a aula com o jogo muito boa, 82% dos alunos classificaram a aula expositiva como regular, 6% deles disseram que a aula expositiva foi ruim e apenas 2% afirmaram que a aula expositiva foi boa. Fica fácil perceber, por meio deste questionário que os alunos preferem uma aula diferentes, com novos materiais didáticos e novas metodologias. Assim, com a utilização deste jogo foi possível fazer com que o aluno aprenda de maneira mais eficaz o conteúdo de isomeria proposto durante as aulas na disciplina de Química, pois foi importante considerar que a apropriação e a aprendizagem significativa de conhecimentos são facilitadas quando tomam a forma aparente de atividade lúdica, pois os alunos ficam entusiasmados quando recebem a proposta de aprender de uma forma mais interativa e divertida, resultando em um aprendizado significativo (CAMPOS et al, 2010).

Figura 1

Cartas do Jogo Didático Lúdico confeccionadas pelos autores e utilizadas na aula da disciplina de Oficina do Ensino de Química.

Conclusões

Foi possível perceber que o uso de materiais didáticos além do velho quadro-negro da convencional aula expositiva, como, por exemplo, jogos lúdicos, experimentação, uso de softwares didáticos faz com que o aluno motive-se e tenha um aprendizado mais eficaz. É claro que a aula expositiva não precisa ser deixada de lado, mas uma combinação de aula expositiva com outras metodologias faz com que o ensino seja mais dinâmico, motivador e sem dúvidas mais eficaz. Considerou-se que a apropriação e a aprendizagem significativa de conhecimentos são facilitadas quando tomam a forma aparente de atividade.

Agradecimentos

À CAPES pelo auxílio financeiro e ao IFG pelo suporte.

Referências

CAMPOS, M. L.; BORTOLOTO, T. M.; FELÍCIO, A. K. C. A Produção de Jogos Didáticos para o Ensino de Ciências e Biologia: Uma Proposta para Favorecer a Aprendizagem. Educação na UNESP, Botucatu, v. 21, n. 2, p. 47 – 60, 2010.

CUNHA, N. Brinquedo, Desafio e Descoberta. Rio de Janeiro: FAE. 1988.

FERREIRA, V. F. As Tecnologias Interativas no Ensino. Química Nova, São Paulo, v. 21, n. 6, p. 780 – 786, 1998.

GIORDAN, Marcelo. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 2. 1999, Valinhos. Atas... Valinhos, 1999, p. 1 – 13.

GOMES, R. R.; FRIEDRICH, M. A Contribuição dos jogos didáticos na aprendizagem de conteúdos de Ciências e Biologia. In: EREBIO,1, 2001, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UFRJ, 2001, p. 389 – 392.

GOUVÊA, G.; MARANDINO, M.; LEAL, M. C. Educação e Museu: a Construção Social do Caráter Educativo dos Museus de Ciências. Rio de Janeiro: Acess, 2003.

GUIMARÃES, C. C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 31, n.3, p. 198 – 202, 2009.

KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez, 1996.

LOBÔ, S. F. O Ensino de Química e a Formação do Educador Químico, sob o Olhar Bachelardiano. Ciência & Educação, Bauru, v. 14, n. 1, p. 89 – 100, 2008.

PACHECO, D. A Experimentação no Ensino de Ciências. In: SEMINÁRIO SOBRE EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS, 2. 1996, Campinas. Anais... Campinas: Unicamp, 1996. p. 10.

PAIXÃO, F.; CACHAPUZ, A. Mudanças na Prática de Ensino da Química pela Formação dos Professores em História e Filosofia das Ciências. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 18, p. 31 – 36, 2003.

PIRES, D. A. T.; MACHADO, P. F. L. Refrigerante e Bala de Menta: Explorando Possibilidades. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 166 – 173, 2013.

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