ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Produtos Naturais
Autores
Rodrigues, C.C. (UFMA) ; Mendes, T.J.A.S. (UFMA) ; Costa, D.S. (UFMA) ; Teles, A.M. (UFMA) ; Cutrim, E.S.M. (UFMA) ; Mouchrek, A.N. (UFMA)
Resumo
A atividade bactericida do óleo de Eugenia uniflora frente a Escherichia coli e Staphylococcus aureus foi avaliada através da técnica de difusão em discos. Os resultados óbitos nesta pesquisa foram desfavoráveis, diferindo de parte dos apresentados na literatura atual, onde são relatadas atividades biológicas significativas do óleo de pitangueira frente aos microorganismos estudados.
Palavras chaves
Antimicrobianos naturais; Eugenia uniflora; Disco-difusão
Introdução
Óleos essenciais são compostos aromáticos voláteis que podem ser extraídos de raízes, caules, folhas, flores ou de todas as partes de plantas aromáticas. Compostos por substâncias diversas que variam de planta para planta, cada qual com sua característica aromática e ação bioquímica (Delena, 2013). A pitanga (Eugenia uniflora ) pertencente a família Myrtaceae e originária do Brasil, espalhando-se desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul, ultrapassando fronteiras para chegar a algumas regiões do Uruguai e da Argentina. A Eugenia uniflora apresenta compostos fenóicos com ação antioxidante, hipoglicemiante e anti reumática, também utilizada em distúrbios estomacais e como anti-hipertensiva, na medicina popular. É uma planta de frutos comestíveis, muito apreciada no Brasil (PAROUL at al., 2007). Por ser uma planta com bastantes aplicações nas áreas da medicina popular e na indústria de cosméticos, esse trabalho teve como objetivo avaliar a atividade do óleo essencial obtido pela destilação de folhas parcialmente secas de Eugenia uniflora através da técnica de disco-fusão. Por estarem diretamente ligadas a infecções hospitalares e intoxicação alimentar, as bactérias escolhidas para a pesquisa foram Escherichia coli (gram-negativa) e Staphylococcus aureus (gram- positiva).
Material e métodos
As folhas de pitangueira foram colhidas e encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia do Programa de Controle de Alimentos e Água da Universidade Federal do Maranhão, onde foram moídas e submetidas ao processo de hidrodestilação utilizando-se um extrator de Clevenger. O óleo obtido após de 3 horas de destilação foi seco através da adição de Na2SO4 anidro e armazenado sob refrigeração em frasco âmbar. Para verificação da atividade antimicrobiana do óleo, cepas teste de Staphylococcus aureus e Escherichia coli foram ativadas em caldo Infusão cérebro-coração (caldo BHI), permanecendo em estufa bacteriológica a 35°C, por 24 horas. Após o período de incubação, inócuos do BHI foram semeadas em placas contendo ágar Miller-Hinton. Discos estéreis previamente embebidos com 50μL do óleo extraído foram aderidos à superfície das placas contaminadas, com o auxílio de uma pinça. As placas foram incubadas em estufa a 35°C por 24 horas, procedendo-se com a leitura dos halos de inibição após esse período (BAUER et al., 1966).
Resultado e discussão
A eficiência foi avaliada considerando-se os halos de inibição verificados e 
os 
parâmetros adotados por Moreira et al. (2005). Desta forma, o teste de 
susceptibilidade do óleo frente à  E. coli  e  S. aureus  não 
forneceu halos de inibição, sendo considerada ineficiente no combate a tais 
microorganismos. Os resultados obtidos nesta pesquisa diferem do esperado 
mediante resultados apresentados na literatura atual, onde são apresentados 
resultados satisfatórios com relação ao óleo estudado frente a 
microorganismos. 
Ao realizar a análise antimicrobiana pelo método de difusão em discos, 
usando 5μL de óleo essencial por disco BRUM et al. (2007) obteve resultados 
positivos frente as bactérias gram-positivas  Micrococcus luteus  e 
 
Staphylococcus epidermidis  e a bactéria gram-negativa  Xanthomonas 
campestris . Já ao realizar o estudo da atividade bacteriana ARAÚJO at 
al. 
(2010) obteve resultados positivo para as cepas gram-
positivas  Streptococcus salivarius  e  Streptococcus mitris . 
Os 
resultados desfavoráveis podem ter se dado pelo falo da extração ter sido 
feita 
a partir de folhas parcialmente secas, que pode ter ocasionado perda de 
constituintes ativos por serem voláteis ou metabolização durante a secagem, 
assim como pelas condições climáticas onde as folhas foram coletadas.
Conclusões
O óleo de pitangueira não apresentou atividade antibacteriana frente as bactérias testadas. Porém ainda assim, acredita-se que a planta tem potencial, e que mais pesquisas devem ser feitas buscando aplicações para o óleo estudado no combate a microorganismos.
Agradecimentos
PCQA E UFMA
Referências
ARAÚJO, L.A; ALMEIDA, I.F; DIAS, R.C. Efeito antibacteriano de óleos essenciais sobre bactérias formadoras de biofilme dentário. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 14, n. 2, p. 57-62, 2010.
BAUER, A.W; KIRBY, W.M.M; SHERRIS, J.C; TURCK, M. Antibiotic susceptibilidad testing by a standardized single disk method. American Journal of Clinical Pathology v. 45, p.493-496. Philadelphia, 1966.
BRUN, G.R; MOSS, A.J. Caracterização química e atividade antimicrobiana do óleo volátil de pitanga (Eugenia uniflora L,). PERSPECTIVA, Erechim, v. 34, n. 127, p. 135-142. Setembro de 2010.
DELENA, M. T. Projeto Óleos Essenciais: Extração, importância e aplicação no cotidiano. REVISTA PRÁXIS, Ano V. n° 9. Junho de 2013
MOREIRA, M.R; PONCE, A.G; VALLE, C.E.; ROURA, S.I. Inhibitory parametres of esencial oils to reduce a foodborne pathogen. LWT - Food Science and Technology, v. 38, n. 5, p. 565-570, 2005.
PAROUL, N; MOSSI, A; CANSIAN, R.L; EMMERICH, D; MALVESTI, A.L; BOSCHETTO, D.L; RIGO, J. Avaliação química e antimicrobiana do óleo essencial de Pitanga (Eugenia uniflora L.). 30ª  Reunião Anual de Sociedade Brasileira de Quimica. 2007


 
 
 
 










