Obtenção do óleo da Mauritia flexuosa do Cerrado Maranhense como potencial na síntese do biodiesel

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Iniciação Científica

Autores

Cardoso, C.M.M. (UNB) ; Cardoso, N.C.V.F.M.C. (CECFUTURO) ; Oliveira, J.D. (UEMA) ; Pinho, C.M.F. (CECFUTURO) ; Araujo, J.B. (CECFUTURO) ; Costa, V.O. (CECFUTURO) ; Correa, A.S. (CECFUTURO) ; Oliveira, D.I.S. (CECFUTURO) ; Costa, T.L. (CECFUTURO) ; Silva, C.A. (CECFUTURO)

Resumo

Os maiores produtores de óleos de palmáceas são: Malásia e a Indonésia, responsável por mais de 60% da produção mundial. O Brasil é o terceiro maior produtor na América Latina. A produção brasileira representa 1% da produção da Malásia. Uma alternativa promissora para o aumento da produção de óleo vegetal no Brasil está no buritizeiro, uma palmácea oleaginosa nativa, está distribuída em grande parte da região Amazônica como o Sudoeste Maranhense. O objetivo da pesquisa foi determinar a quantidade de óleo do buriti visando à utilização como potencial na produção de biodiesel através de extração por solvente. Os teores de óleo presentes nos frutos variaram de 45,0% a 50,0%, e a média foi 46,5%. O rendimento se mostrou elevado ao encontrado por outros autores e em função do tempo aumentou

Palavras chaves

Extração de óleo vegetal; Mauritia flexuosa; Cerrado Maranhense

Introdução

O Brasil apresenta a maior diversidade biológica do mundo (Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado) com 50 a 60 mil espécies na sua flora (ALMEIDA et. al., 2008). O cultivo de matérias-primas e a produção industrial de biodiesel tem grande potencial de geração de emprego, incentivando dessa forma, o desenvolvimento socioeconômico, especialmente quando se considera o amplo potencial produtivo da agricultura familiar (CARDOSO, 2014). Também possui exuberante biodiversidade, o que permite várias opções associadas a agricultura para geração de energia, selecionando-se as espécies mais convenientes (TRZECIAK et al., 2008). Na região sudoeste do Maranhão o buriti se destaca em função das numerosas várzeas peculiares a região (LEITE, 2008). A utilização dos frutos do Cerrado é pequena e são aproveitados basicamente as polpas para a culinária (SOUZA, 2013). Assim o presente trabalho teve por objetivo quantificar os extratos lipídicos do buriti, através do método de extração Soxhlet e também servira para gerar maior entendimento dessa espécie vegetal no Maranhão

Material e métodos

A determinação gravimétrica do extrato foi obtida por meio da extração da matéria graxa por solvente através do método Soxhlet. Utilizou-se três amostras dos frutos do buriti em triplicata. Inicialmente fez-se a granulometria (trituração) da amostra a fim de torna-la homogênea, secou-se por aproximadamente 24 horas ao ar, foram utilizadas 20g de amostra em cada cartucho, que logo após a pesagem foram transferidos para o aparelho de extração Soxhlet. Quantificou-se o volume do solvente Hexano p.a. em 160mL com o auxílio de uma proveta 250mL, transferindo para o balão de fundo chato, foi ligada a manta aquecedora (mod.52E Fisatom Equipamentos Científicos Ltda) em potência de 94°C. O extrator é ligado a temperatura de ebulição do solvente utilizado, ficando em funcionamento pelo tempo de extração pré-determinado. Após o período de extração, o Soxhlet foi desligado e esperou-se o seu resfriamento. Em seguida, o balão é retirado e conduzido para que o solvente utilizado na extração possa ser recuperado. No final do processo, o balão é pesado sendo possível a determinação da sua massa final e o rendimento do óleo conforme equação. %Óleo = (Massa final do balão – Massa inicial do balão) x 100/Massa inicial da amostra(AOAC, 1995).

Resultado e discussão

De todas as partes do fruto de buriti, a polpa, é rica em carotenoides, fibras, vitaminas, cálcio, óleo e água. O rendimento máximo de óleo encontrado nesta pesquisa foi de 50,0%, pode ser considerado alto quando comparado a outros resultados como aos mostrados por Serruya et al., (1980), de 35,70% e FAO (1986) de 31%. Quando se considera que os demais subprodutos como a torta, cascas, sementes também podem ser aproveitados, a utilização desta espécie torna-se bastante interessante, pois se agregam valores e viabiliza-se sua utilização em diversas outras áreas como nutrição, agricultura, cosmetologia, farmacologia e, portanto, geração de energia renovável. O fator que contribuiu com a elevação do teor de óleo obtido foi a escolha da extração por solvente como tecnologia, já que esse método quando bem executado possibilita menores perdas de massa de óleo durante a extração, elevando a porcentagem de óleo extraída e a confiabilidade dos dados.

extraçao do oleo do buriti

extrator soxhlet na quantificação do óleo do buriti

Extração, com solvente, do óleo da Mauritia flexuosa utilizando soxhle

tabela com quantificações dos extratos lipídicos para o fruto do buriti

Conclusões

O buriti (Mauritia flexuosa) tem grande incidência no cerrado maranhense e considerável conteúdo de óleo na polpa, sendo escolhido como uma das espécies nativas fornecedoras de óleo para síntese de biodiesel. A metodologia de extração por solvente é um dos processos mais utilizados em razão do bom rendimento. A implantação de projetos e iniciativas de produção de biodiesel com o buriti mostra-se como uma alternativa eficiente na proteção e na valoração das florestas nativas

Agradecimentos

FAPEMA; UnB, CECFUTURO; UEMA, UFT, IFTO e ABQ.

Referências

ALMEIDA, S. P. de. Frutas nativas do cerrado: caracterização físico-química e fonte potencial de nutrientes. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. de. (Ed.). Cerrado Ambiente e Flora. Planaltina: Embrapa-CPAC, 1998. p. 244-285.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Fat (crude) or ether extract in animal feed – Direct method. AOAC Official method 920.39 – Final Action 1995. In:_. Official Methods of analysis of the AOAC. 16 Ed. Arlington, 1995. Cap. 4, seção 4.5.01, p17.

CARDOSO, C. M. M. Obtenção de biodiesel a partir da biomassa pequi. 126f. Dissertação (Mestrado Agroenergia) - Universidade Federal do Tocantins, Palmas, 2014.

FAO. Food and fruit-bearing Forest species. 3. Examples from Latim America. Roma: Food and Agriculture Organization of the United Nations, 1986. (FAO Forestry Paper 44/3).

LEITE, T. F.. Estudo das potencialidades do fruto pequi (Caryocar brasiliense Camb.) com ênfase à agroenergia. 2008. 60f. Monografia (Curso de Engenharia Ambiental) – UFT, Palmas, 2008.

SERRUYA,H.; BENTES,M.H.S., SIMÕES,J.C.; LOBATO,J.E.; MULLER,A.H.; ROCHA FILHO,G.N. Análise dos óleos dos frutos de 3 palmáceas da região amazônica. Anais da Associação Brasileira de Química, v.21, p.93-6, 1980.

SOUZA, T. M. H. et. al. Estudo do potencial do fruto de pequi (Caryocar villosum) para obtenção de óleo e síntese de biodiesel. Disponível em: http://sec.sbq.org.br/cdrom/31ra/resumos/T0856-1.pdf>. Acesso em: 20 abril. 2015.

TRZECIAK, M. B.; VINHOLES, P. S.; NEVES, M.B.; LIMA, Nelson, B.; VILLELA, F. A. Sementes de especies oleaginosas para a producao de biodiesel. Informativo Abrates, vol.18, nº.1,2,3 p.030-038, 2008.

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