PRODUÇÃO DE INDICADOR ÁCIDOS-BASE EXTRAIDO A PARTIR DE FLORES.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Iniciação Científica

Autores

Souza, W.W. (IF) ; Fonsêca, L.R.F. (IFRN-CAMPUS IPANGUAÇU) ; Inocencio Nunes, R. (I) ; Souza Ferreira, W.S. (IFRN-CAMPUS IPANGUAÇU) ; Felipe dos Santos, P.R. (IFRN-CAMPUS IPANGUAÇU)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo propor uma abordagem dos conceitos Ácidos- bases através de uma sequência didática, utilizando experimentos simples com materiais do cotidiano dos alunos, a partir da utilização da temática “indicador ácido-base a partir de extração alcoólica dos pigmentos de flores,”.

Palavras chaves

Ácido-base; Cotidiano; Flor

Introdução

O Ensino de Química assim como tantas outras disciplinas, torna-se essencial para a formação de cidadãos críticos e participativos. O professor por sua vez torna- se peça fundamental na construção e lapidação de seu educando. Como nos diz SAVIANE (2000), O professor tem como missão transformar a sociedade, porque é o personagem principal da educação. É a única via de acesso à integração social para todos, e a única porta de saída da miséria para as camadas mais pobres da população. Sendo assim ensinar torna-se uma tarefa para além de apresentar fórmulas, conceitos ou conteúdo da química. É notório que as escolas de ensino médio no Brasil estão deterioradas e desamparadas por um sistema educacional que precisa em muito se adequar a real necessidade da disciplina. Não é fácil adentrar numa sala de aula e contar apenas com pincel e quadro, ainda mais se tratando do Ensino de Química. Por isso, usar nas aulas artifícios auxiliadores na compreensão dos conhecimentos químicos e material didático adequado, torna-se fundamental para a construção e assimilação de seus conteúdos. A disciplina de química é uma ciência experimental; fica assim muito difícil entender seus conceitos e práticas sem a realização de atividade experimental. Foi pensando na utilização de experimentos simples e adequando-o a realidade das escolas, que por vezes não apresentam o laboratório em sua estrutura física, e quando se tem não há como realizar atividades pela ausência de material, com isso, foi pensado em um trabalho que tem caráter de uma pesquisa experimental e que “atendesse” essa carências, empregando o uso das Flores, como uma alternativa prática e eficiente na extração dos pigmentos, já que as flores fazem parte do cotidiano dos educandos.

Material e métodos

A metodologia utilizada consistiu-se em pesquisa bibliográfica, artigos científicos, dissertações e documentos oficiais sobre o tema em questão. Sendo assim, pode-se revelar que a contextualização dos conteúdos contribui para aprendizagem significativa nos conhecimentos químicos. Inicialmente a extração dos pigmentos das flores consistiu-se na separação por coleta, Com o auxílio de um almofariz com pistilo, maceraram-se 8g das pétalas das flores em álcool etílico a 70% (figura 02). Em seguida adicionou-se 50ml do volume do solvente (álcool etílico) atribuído para cada diversidade de flor quantificado, em que, a medição utilizada foi de 8 gramas de pétalas para 50 mL em volume de álcool. Após a maceração, separou- se a parte sólida do extrato em si, sistema de filtração, montado com um suporte universal, uma argola, um funil analítico, e papel filtro (figura 02). Após a filtração, obtiveram-se os extratos. Após o preparo das soluções extrato, testou-se o indicador ácido-base para cada extrato, utilizando soluções ácidas e básicas, preparadas a partir de diluição de substâncias usadas no cotidiano como: O vinagre (ácido acético), limão (ácido ascórbico), leite de magnésio (MgOH), sabão e creme dental.

Resultado e discussão

O extrato preparado a partir da Hibiscus rosa-sinensis apresentou a cor vinho, já o preparado com a Iroxa chinensi apresentou a cor vermelho e a Alamanda roxa apresentou coloração vermelho alaranjado o pH de ambos ficou estabelecido em torno 4,5 a 7,0. A partir dos resultados, observou-se que os extratos apresentavam características semelhantes; ambos apresentaram colorações vermelho e rosa em meio ácido, e verde em básico, e que mesmo com o passar dos dias ainda assim, consegue identificar as seguintes soluções. Logo, para comprovar se ambos os indicadores em soluções padrão ácidas, básicas tinha eficácia utilizamos as concentrações conhecidas, como; HCl 0,1 mol L-1 (ácido), NaOH 0,1 mol L-1 (base). A mudança de incolor para verde na base (NaOH), é indicativo da presença de clorofila na constituição dos pigmentos, em meios básicos, muda a coloração do meio para verde. A coloração avermelhada e tonalidades próximas na escala de cor, em substâncias ácidas, e indica que há a presença de antocianinas. (TERCI, 2002). Logo, foi possível observar e constatar que após 30 dias da estratificação dos indicadores das flores, a sua eficiência para apontar a coloração das substâncias, nos meios ácidos e básicos foi eficaz.

Conclusões

Os extratos preparados a partir das espécies de flores estudadas, Hibiscus rosa-sinensis, Iroxa chinensi, Alamanda roxa, mostraram ter boa finalidade como recurso didático no Ensino de Química, por serem indicadores ácido base naturais eficazes de fácil e obtenção. Ambos conferiram um padrão de cores distintas que ponderam auxiliar na diferenciação, para determinação da característica ácida, básica, de uma determinada solução.

Agradecimentos

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