ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA FÍNS DE IRRIGAÇÃO

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Iniciação Científica

Autores

Silva, B.R.T. (IFRN/IP) ; Araújo, J.J. (IFRN/IP) ; Maciel, O.S. (IFRN/IP) ; Bezerra, D.P. (IFRN/IP)

Resumo

O semiárido nordestino apresenta um clima quente e chuvas irregulares. Nas atividades agrícolas dessa região, é necessário estratégias que garantam irrigação constante durante grande parte do ano. Uso de poços, açudes, rios perenes são bastante usados para garantir esse abastecimento, contudo, não há uma preocupação quanto a sua qualidade. Nesse contexto, foi desenvolvido esse estudo como uma proposta de análise dos parâmetros químicos nos corpos d’agua da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e Açude Pataxó na região do Vale do Açu/ RN. As coletas foram realizadas em período distintos e analisadas em laboratório. Considerando os parâmetros de pH, condutividade elétrica, turbidez e alcalinidade, observou-se valores dentro dos limites estabelecidos pela legislação.

Palavras chaves

irrigação; qualidade; parâmetros

Introdução

A qualidade da água para irrigação nem sempre é definida com perfeição (BERNARDO, 2006). Muitas vezes, refere-se a sua salinidade com relação à quantidade total de sólidos dissolvidos ou por meio de condutividade elétrica. No entanto, para que se possa fazer correta interpretação da qualidade da água para irrigação, os parâmetros analisados devem estar relacionados com seus efeitos no solo, na cultura e no manejo da irrigação. Desde 2013, a ANA (Agencia Nacional de Água) vem buscando ações regulatórias nos corpos hídricos do Rio Grande do Norte. O alvo dessa regulamentação são os rios e reservatórios da união, com o objetivo de garantir os usos múltiplos dos recursos hídricos, como determina a lei n° 9.433/1997 estabelecida pela política nacional de recursos hídricos. A irrigação com águas com teores de salinidade elevado fora dos padrões exigidos para determinadas culturas pode causar danos a algumas culturas, além de favorecer no mais elevado grau a improdutividade do solo. A qualidade da água é avaliada de acordo com a concentração de substâncias. As concentrações destes parâmetros são importantes para a caracterização da água frente aos usos a que ela se destina. Os problemas relacionados com a qualidade da água, refere-se a presença de altas concentrações de íons Cálcio, Magnésio e Sódio. O pH da água representa o teor de dióxido de carbono livre, ácidos minerais e sais de ácidos fortes. A faixa de pH recomendada segundo a ANA está entre 6-8, que representa o teor de dióxido de carbono livre, ácidos minerais e sais de ácidos fortes. Esse estudo avaliou a qualidade de rios e reservatórios que abastecem a região do Vale do Açu e o seu enquadramento segundo a resolução do CONAMA/MMA n° 357/05.

Material e métodos

Para o estudo foram selecionadas duas áreas de características distintas a fim de analisar os níveis de pH, condutividade elétrica, turbidez, e alcalinidade na qualidade da água para irrigação. Realizou-se primeiramente a coleta de duas amostras, nos períodos de fevereiro (18/02/2016) e março (31/03/2016). O início de coletas foi realizada no espaço amostral no mês de fevereiro, onde se iniciava o período de chuvas da região. Após a coleta e determinação de sua temperatura in loco, foram realizadas, já no laboratório, as análises citadas acima. As coletas foram georeferenciadas utilizando um aparelho de GPS, fabricante Garmin Etrex, modelo 12 CHANNEL GPS. Para os resultados de pH utilizou-se o pHmetro de bolso fabricante Instrutherm, modelo- 1700. A condutividade elétrica foi dada a partir do aparelho portátil condutivimetro fabricante Instrutherm, modelo CD 860. Para análise de alcalinidade foi utilizado método titulométrico com uma bureta digital fabricante Jencons Degitrate Pro, modelo 182-026, com precisão para analise volumétrica de líquidos contendo ácido Sulfúrico 0,02 mol/L. Para determinação de partículas em suspensão das amostras utilizou-se o aparelho turbidimetro de bancada, fabricante Instrutherm, modelo TD-200.

Resultado e discussão

Os valores encontrados para as amostras de água da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e Açude Pataxó encontram-se na tabela 1. A temperatura das amostras variaram de 26 a 31 ⁰C, não apresentando problemas em processos de irrigação. Os valores de pH apresentaram caráter básico, com resultados entre 8,4 e 9,2 como se pode verificar na tabela. Esses valores classificam, portanto uma agua alcalina. A alcalinidade atingiu valores maiores para o Açude Pataxó, revelando possíveis presenças de íons de bicarbonato, carbonatos e hidróxidos que podem provocar o entupimento de dispositivos de irrigação (aspersores). Os valores de condutividade elétrica e turbidez apresentaram valores dentro dos limites estabelecidos pela CONAMA, atingindo apenas 4,37 e 82,4 respectivamente. Para as análises de condutividade elétrica foi utilizado o método amperométrico que é recomendado para amostras que apresentem até 2mS. Assim, as variação dos níveis nas concentração nutrientes apresentados na tabela, podem estar relacionado entre outros fatores, ao baixo nível das aguas dos reservatórios devidos a falta ou poucas chuvas na região.

Tabela 1 – RESULTADOS

Medidas de temperatura, pH, alcalinidade, condutividade e turbidez analisados para as amostras de água.

Conclusões

Das análises realizadas nas amostras de água, pode-se perceber que os valores estão dentro dos limites adequados para uso na irrigação. Os reservatórios de água analisados apresentam fontes adequadas e estão dentro do enquadramento estabelecido pelo CONAMA. Contudo alguns cuidados, devem ser necessários para se evitar prejuízos em equipamentos (com entupimentos e corrosão) e outros contaminação podendo causar alguns problemas e a saúde humana por contaminação dos alimentos.

Agradecimentos

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Referências

VASCONCELOS, N. S.; DANTAS NETO, J.; MEDEIROS, J. F.; LIMA, C. J. G. S. Qualidade das Águas Subterraneas de Área Irrigada da Comunidade de Pau Branco em Mossoró (RN). HOLOS 29, 2015.

FERREIRA, V.M; TÉCNICO AGROPECUÁRIA: Irrigação e Drenagem. Floriano, PI, 2010.

ALMEIDA, O. A. QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO, Embrapa. 2010.

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