ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Produtos Naturais
Autores
Camara, M.B.P. (IFMA) ; Carneiro, F.J.C.C. (IFMA) ; Filho, A.J.C. (IFMA) ; Freitas, A.S. (IFMA) ; Dias, G. (UFMA) ; Santos, O. (UFMA) ; Santos, J.R.J. (UFMA) ; Cartagenes, M.S.S. (UFMA) ; Neves, M.A. (UFMA) ; Filho, V.E.M. (UFMA)
Resumo
A Annona tomentosa, pertence à família Annonaceae e é conhecida como Araticum-bravo. O material vegetal (folhas) foi coletado na área de proteção ambiental da Universidade Federal do Maranhão. O vegetal foi seco, triturado e extraído em solução hidroalcoólica a 70%, filtrado e concentrado em rotaevaporador. Através da prospecção fitoquímica, observou-se a presença de compostos fenólicos e de alcaloides. Atividade citotóxica do extrato hidroalcoólico, mostrou-se resultados positivo em diferentes concentrações. Com o uso técnicas cromatográficas foi possível isolar quatro substâncias codificadas por sf-82 (4mg), sf-121p1 (7mg), sf-121p2 (5mg) e sf-121p3 (8mg). As amostras foram analisadas por espectrometria de infravermelho, detectando-o seus grupos funcionais, hidroxilas e carbonila.
Palavras chaves
Fitoquímica; Citotoxico; Isolamento
Introdução
O uso de plantas medicinais como forma terapêutica e alimentação pela humanidade é um processo milenar de nossos antepassados. Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para o tratamento de diferentes tipos de doenças. O Brasil possui um grande potencial para o desenvolvimento dessas terapêuticas, como uma das maiores diversidades vegetais do mundo (CUNHA, 2003). O uso de plantas medicinais vinculado ao conhecimento tradicional e tecnológico vem sendo continuamente trabalhada para validação cientifica desse conhecimento, (BRASIL, 2006). As plantas medicinais ainda vêm sendo cada vez mais utilizadas pela sociedade industrializada, não somente pelo seu poder curativo, mas também por serem economicamente mais acessíveis. (MORGAN, 1994). Annonaceae é uma família essencialmente tropical e subtropical que compreende aproximadamente 2.500 espécies, (SANTOS; ANDRADE, 2011). Os gêneros mais comuns são Annona, Guatteria, Xylopia e Rollini (RINALDI, 2007). No Brasil, foram registrados 29 gêneros, compreendendo cerca de 260 espécies, (PONTES, et al, 2004; LIMA- BRITO, et al., 2006). O gênero Annona se destaca pela grande diversidade estrutural das substâncias isoladas e pelas amplas atividades biológicas a elas associadas, entre elas as atividades citotóxica, antitumoral, pesticida, antiparasitária e antimicrobiana (LUNA, et al., 2011).
Material e métodos
O material coletado foi seco à temperatura ambiente, triturado em moinho de faca e submetido à extração com solução hidroalcoólica 70% por 12 horas. Filtrou-se a mistura e este processo se repetiu por duas vezes consecutivas. O extrato filtrado foi separado em três partes, sendo estas para teste fitoquímico, biológico e o restante para fracionamento em coluna cromatográfica. A prospecção fitoquímica foi feita por meio de testes reacionais entre seus constituintes e as soluções utilizadas. A atividade citotóxica foi através de eritrócitos sedimentados de sangue de Rattus norvegicus, que foram ressuspensos em 0,5% em solução salina 0,9% e CaCl2 (10mM). As concentrações do extrato utilizado foram, em doses de 100, 300 e 500 μg/mL e incubada a temperatura ambiente por 1h e centrifugada a 2500rpm por 5min. A quantificação foi por espectrofotômetro a 540 ηm. O extrato foi concentrado em rotaevaporador sob pressão reduzida à temperatura de 35-40 0C e submetido ao fracionamento em coluna cromatografia usando sílica gel G 60 para coluna e como sistema de eluente, hexano:acetato de etila em polaridade crescente e metanol 100%. As amostras isoladas foram submetidas à espectroscopia de infravermelho.
Resultado e discussão
Do extrato bruto foi possível confirmar a presença de compostos fenólicos e
alcaloides pela prospecção fitoquímica e o efeito da atividade citotóxico foi
moderado nas doses utilizadas de acordo com a literatura. O isolamento e
purificação de quatro substâncias através de técnicas cromatográficas foram
possíveis identificar seus grupos funcionais pela técnica de infravermelho.
Através de técnicas espectroscópicas e espectrometria de massa, para
elucidação estrutural.
Conclusões
No processo experimental de Prospecção Preliminar do extrato bruto, observou- se a existência das classes dos metabolitos secundários como, flavonoides, taninos, saponinas e alcaloides. O ensaio biológico apresentou atividade hemolítica moderada com valores ( 20%) na concentração de 100 µg/mL, quando avaliado o efeito citotóxico através da quantificação em eritrócitos de ratos. Por técnicas cromatográficas de coluna e placas preparativas foi possível isolar quatros substâncias que foram determinados seus grupos funcionais por espectro de infravermelho.
Agradecimentos
IFMA, UFMA, LABORATÓRIO DE PRODUTOS NATURAIS DA UFMA, FAPEMA
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS - PNPIC-SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 92p. 2006.
CUNHA, A. P. Plantas e produtos vegetais em fitoterapia. Lisboa: Fundação Caloste Gulbenkiam, 2003.
LUNA, A.F.; FREITAS, T.M.B.; ALVES, I.C.; PINTO, C.E.M.; LUZ, E.W.M. Atividade fitoquímica e antioxidante da folha Annona muricata L. frente ao radical ABTS. 2011.
MORGAN, R. Enciclopédia das ervas e plantas medicinais. São Paulo: Hemus, 1994.
PONTES, A. F.; BARBOSA, M. R. V.; MAAS, P. J. M. Flora Paraibana: Annonaceae Juss. Acta Botanica Brasilica, 18(2): 281-293. 2004.
RINALDI, M.V.N.. Avaliação da atividade antibacteriana e citotóxica dos alcalóides isoquinolínicos de Annona hypoglauca Mart. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo. 125p. 2007.
SANTOS-ANDRADE, F.G.; MAIA, A.C.D.; SCHLINDWEIN, C. Polinização da gravioleira (Annona muricata L., Annonaceae) na Zona da Mata em Pernambuco - http://www.seb-ecologia.org.br/viiceb/resumos/262a.pdf. Acessado em 24 de fevereiro de 2011.
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