AVALIAÇÃO DO TEOR DE SÓDIO EM “BATATAS CHIPS”: UMA ESTRATÉGIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Alimentos

Autores

Santos Júnior, C.J. (IFAL / UNCISAL) ; Sousa, M.C.D.A. (UNCISAL) ; Chicuta, R.L. (UFAL) ; Barros, Y.V.R. (UNCISAL) ; Silva, V.N.T. (IFAL)

Resumo

Esse projeto teve como objetivo analisar o teor de sódio presente em salgadinhos industrializados do tipo batata frita comercializados em supermercados da cidade de Maceió, Alagoas. Empregou-se o método Fotometria de Chama para análise experimental e as Resoluções da ANVISA para avaliação dos rótulos nutricionais. Como resultados, destaca-se que para as batatas frita industrializada observou-se grande variação em termos do teor sódio. Do total de 40 variações de batatas analisadas 60% possuía alto teor de sódio, 25% médio teor e 15% baixo teor em relação do preconizado pela ANVISA. Revela-se a necessidade de monitoramento contínuo desses produtos, a fim de garantir a oferta de alimentos mais saudáveis à população, com vistas a prevenção de agravos associados ao consumo de sódio em demasia.

Palavras chaves

Teor de Sódio; Batatas chips; Prevenção de Doenças

Introdução

As batatas chips industrializadas foram apontadas pela ANVISA (2012) como um dos alimentos mais consumidos pela população brasileira, ao lodo dos biscoitos recheados, salgadinhos à base de milho e trigo, pizza e refrigerantes. Tais alimentos são processados com alta concentração de sal e lipídios, além de serem ricos em carboi¬dratos (AQUINO; PHILIPPI, 2002). Dentre as substâncias mencionadas que compõem os salgadinhos, destaca-se o sódio, que é encontrado em concentrações elevadas nos alimentos industrializados com o intuito de realçar o sabor e preservar os alimen¬tos (FEDALTO, 2011). Esse sódio é usualmente encontrado nos alimentos na forma de cloreto de sódio e é um nutriente essencial para manutenção de várias funções fisiológicas do organismo. Porém, seu consumo em demasia tende a provocar diversos transtornos ao metabolismo corpóreo. A estratégia para a prevenção e o controle de doenças não transmissíveis é uma realidade mundial e que tem ganhado cada vez mais adesão nacional haja vista o crescente e preocupante quadro de brasileiro acometidos por tais agravos e suas consequências ao Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o teor de sódio presente em salgadinhos industrializados do tipo “batata chips” comercializados em supermercados da cidade de Maceió-Alagoas.

Material e métodos

Utilizou-se a pesquisa de campo e a pesquisa experimental como estratégia para o desenvolvimento do presente trabalho. A aquisição das amostras de salgadinhos industrializados do tipo batata frita foi realizada em supermercados da cidade de Maceió, Alagoas. Para a análise dos rótulos nutricionais foram desenvolvidos formulários tendo como base as prerrogativas das Resoluções da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e os Informes Técnicos que tratem da regulamentação da rotulagem nutricional de alimentos embalados no âmbito nacional e da Ingestão Diária Recomendada (IDR). Foram analisadas 11 marcas de salgadinhos do tipo “batata chips” comercializadas em Maceió, totalizando 40 variações de sabor. Para determinação quantitativa da concentração de sódio foi o utilizada o método da Fotometria de Chama. As análises experimentais foram feitas em triplicata e tiveram fundamento o procedimento experimental descrito Compêndio brasileiro de alimentação animal (2013), com adaptações.

Resultado e discussão

O teor médio de sódio (por 100 g de produto) foi de 521 mg/100g com resultados variando entre 780 mg até 284 mg. A diferença entre os produtos com maior e menor valor foi 2,7 vezes. Do total de 40 variações de batatas chips analisadas obteve-se que 24 (60%) possuíam “alto teor de sódio”, 10 (25%) possuíam “médio teor” e apenas 6 (15%) possuíam “baixo teor”. Constatou-se uma diferença de 2,7 vezes ao comparar o maior e o menor valor de sódio em 100 g de batata e de 4,5 vezes ao considerar valor total de sódio por embalagem (independente da quantidade de produto comercializado). Em relação a avaliação geral da rotulagem geral, observou-se que das 11 marcas analisadas, todas atendiam ao preconizado nas RDC nº 359/2003, 360/2003 e 269/2005 da ANVISA. Na etapa experimental, não foram identificadas variações substanciais ao comparar o teor de sódio informado no rótulo dos alimentos e a concentração determinada experimentalmente. Nessa perspectiva, monitorar e reduzir a composição dos alimentos processados em termos de teor de sódio, com vistas a criar pactos com o setor privado visando a redução, se mostra uma alternativa viável diante dos dados obtidos de que apenas 15% dos produtos analisados possuía “baixo teor” de sódio.

Conclusões

Do total de batatas analisadas 60% possuía alto teor de sódio, 25% médio teor e 15% baixo teor em relação do preconizado pela ANVISA. As constatações revelam a necessidade de os consumidores atentarem para o monitoramento dos produtos que adquirem, trocando alimento com alto teor por aqueles que apresentam quantidade reduzida. Destaca-se ainda a importância de que sejam implementados programas contínuos de monitoramento da redução de sódio nos alimentos industrializados, a fim de garantir a oferta de alimentos mais saudáveis à população, com vistas à promoção de saúde e a prevenção de agravos.

Agradecimentos

Ao IFAL-Campus Maceió e à Uncisal pelo suporte financeiro e estrutural.

Referências

AQUINO, R.C.; PHILIPPI, S.T. Consumo infantil de alimentos industrializados e renda familiar na cidade de São Paulo. Revista de Saúde Pública, v.36, n.6, p.655-60, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resoluções da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 360 e 359. Rotulagem de alimentos. Brasília: ANVISA, 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Informe técnico 50/2012. Teor de sódio dos alimentos processados. Brasília: ANVISA, 2012.
FEDALTO, M. B.; OLIVEIRA, J. STOFELLA, N. C. F.; BALBI, M. E. Determinação do teor de sal em salgadinhos de milho e possíveis consequências na alimentação infantil. Visão Acadêmica, Curitiba, v.12, n.1, 2011.
SINDIRAÇÕES. Compêndio brasileiro de alimentação animal. São Paulo: SINDERAÇÕES, 2013.

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