DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO MEL DE ABELHA COLETADO EM COMÉRCIO INFORMAL NA CIDADE DE TERESINA, PI.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Alimentos

Autores

Oliveira, F.C.O. (UNINOVAFAPI) ; Medeiros, ,.A.C. (UNINOVAFAPI) ; Moraes, F.A.S. (UNINOVAFAPI) ; Carvalho, J.O. (UNINOVAFAPI)

Resumo

Há milhares de anos o mel e suas propriedades terapêuticas têm sido exploradas por ser um produto natural rico em minerais, antioxidantes, açúcares simples, proteínas, vitaminas e outros fitoquímicos. Nesse sentido, objetivou-se analisar 14 amostras de mel comercializado no mercado informal da cidade de Teresina, PI codificadas de A a N). Através da determinação do teor de umidade (IAL,1985) e a atividade antioxidante pelo método de sequestro de radicais livres (DPPH). Verificou-se a inconformidade no teor de umidade em três amostras (D=38,83%; F=78,92%; N=29,70%). Em relação à atividade antioxidante apenas uma das amostras ( E) apresentou propriedade antioxidante. Assim, os resultados demonstram a necessidade de uma fiscalização rigorosa nos produtos ofertados aos consumidores.

Palavras chaves

Mel; Antioxidante; Umidade

Introdução

Há milhares de anos o mel e suas propriedades terapêuticas têm sido explorados (MARQUES et al., 2015) por ser produto natural e rico em minerais, antioxidantes, açúcares simples, proteínas, vitaminas, lipídios, ácidos orgânicos, aminoácidos, compostos fenólicos, enzimas e outros fitoquímicos (NOORI et al., 2012; PIRES et al., 2013). Propriedades importantes atribuídas a alguns representantes da classe fitoquímica, por exemplo, são: anticarcinogênico, antiinflamatório, antialérgico, antiulcerogênico e antiviral (CARRERA et al., 2014). A procura da população por produtos saudáveis aumenta quando se tem uma procedência segura. No que diz respeito à busca por medicamentos naturais, os que são à base de mel são apreciados por quem quer ter uma vida salubre (LIMA et al., 2014). Deve-se ressaltar que o uso de preparações com base em um adoçante natural exige planejamento e certificações, o que proporciona grandes benefícios e permite uma comercialização mais segura (MIRANDA et al., 2013). Diante do crescimento da comercialização de mel, as técnicas analíticas são fundamentais e tem por finalidade conhecer a composição química do produto, principalmente para estabelecer parâmetros físico-químicos e biológicos a cada tipo de mel, além de contribuir para a identificação de fraudes e mudanças de suas propriedades que possam surgir. No presente estudo, objetivou-se avaliar a qualidade do mel comercializado em Teresina, PI quanto à alteração no teor de umidade e atividade antioxidante para posterior comparação com a legislação vigente.

Material e métodos

Trata-se de um estudo experimental de cunho quantitativo e qualitativo. Foram adquiridas 14 amostras de mel de abelha, comercializados na zona centro norte da cidade de Teresina/PI, com ou sem rotulação e acondicionados em embalagem de plástico e de vidro. As amostras foram transportadas ao laboratório de Bioquímica e Biofísica do Centro Universitário Uninovafapi onde realizaram-se as análises após sua abertura. Os parâmetros analisados foram: umidade e atividade antioxidante. A análise físico-química foi desenvolvida de acordo com as Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. O teor de umidade (%) foi determinado através do método gravimétrico em temperatura de 105 ºC até peso constante. A avaliação da atividade antioxidante foi realizada com base na metodologia de Rufino et al. (2007) utilizando-se 2,7 mL de DPPH e 0,3 mL da amostra dissolvida em água destilada em 14 tubos de ensaio, sendo que 1 tubo continha o padrão para comparação da atividade antioxidante das amostras através da mudança de cor. Após obtenção dos dados, os resultados foram dispostos em tabelas com auxílio do programa Microsoft Excel 2013.

Resultado e discussão

A caracterização do mel foi determinada por meio da análise físico-química e da atividade antioxidante das 14 amostras adquiridas em feira livre da cidade de Teresina/PI. Destas apenas uma apresentava rótulo e eram comercializadas em embalagens plásticas ou de vidro reutilizadas, como vidros de café, cerveja e garrafas pets.Os dados obtidos da análise físico- química e da atividade antioxidante estão apresentados na Tabela 1 que contém a média dos resultados obtidos nas análises realizadas nas amostras de mel comercializadas em Teresina, Piauí.Os resultados obtidos para umidade variaram de 0,98 a 78,92%, sendo que as amostras D, F e N estavam em desconformidade para este parâmetro (Brasil, 2000). Segundo Campos et al. (2010), altos teores de umidade favorecem uma fermentação mais rápida, reduzindo a qualidade do mel e diminuindo o seu tempo de prateleira. Em relação à análise de antioxidantes no mel, das 14 amostras verificadas apenas a (E) apresentou a atividade antioxidante. Segundo Silva et al. (2014), a atividade antioxidante do mel é a capacidade que esses produtos têm de minimizar as reações oxidativas no organismo causado pelos radicais livres, que podem desenvolver no ser humano problemas como doenças cardíacas, diabetes e câncer. Já, a ausência de atividade antioxidante na maioria das amostras revelou que os méis analisados são de baixa qualidade para consumo.O fato das amostras estarem armazenadas em recipientes inapropriados e reaproveitados pode ser considerado como um dos fatores que contribuírem para as alterações encontradas.

Tabela 01

Resultados obtidos das análises físico-química em 14 amostras de mel comercializados em Teresina-Pi

Conclusões

São vários os fatores que podem alterar as características físico-químicas analisadas, os principais estão situados nas etapas de coleta, processamento e armazenamento. Supõe-se que as condições de armazenamento e comercialização do mel foram realizadas de forma inadequada e isso, sem dúvidas pode ter influenciado nos resultados. Os parâmetros analisados indicam a falta de segurança e qualidade na comercialização do mel, o que pode prejudicar a saúde da população que consome tais produto.

Agradecimentos

Ao Centro Universitário UNINOVAFAPI pela apoio e incentivo a Pesquisa.

Referências

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