TEORES DE VITAMINA C EM TRÊS FRUTAS COMERCIALIZADAS EM BENEVIDES E BELÉM DO PARÁ

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Alimentos

Autores

Santos Ferreira, R.D. (UFPA) ; da Costa Barbosa, I.C. (UFRA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; Magno Rocha, R. (LACEN) ; Sarkis Müller, R.C. (UFPA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)

Resumo

A vitamina C é uma vitamina muito importante para o ser humano não somente por ser antiescorbútica, mas por ser antioxidante. Neste trabalho se avaliou o teor de vitamina C de três diferentes frutas adquiridas em um quintal em Benevides e em feiras livres de Belém do Pará. A determinação de vitamina C foi realizada utilizando iodato de potássio, em triplicata. Os dados foram analisados através do programa Excel 2010. Os resultados obtidos mostraram que o rambutã, pitaia e laranja apresentaram concentrações de ácido ascórbico igual a 62,45 mg/100g; 11,8 mg/100g e 47,55 mg/100mL, respectivamente. Sendo que as amostras de rambutã foram as únicas que apresentarem um valor superior ao encontrado na literatura.

Palavras chaves

pitaia; rambutã; laranja

Introdução

O organismo humano não sintetiza a vitamina C, o que torna indispensável a sua ingestão mediante a dieta. As frutas são excelentes fontes de vitaminas por serem geralmente consumidas in natura (ARAÚJO et al., 2009). A vitamina C (ácido ascórbico) é usada como índice de qualidade nutricional de produtos derivados de frutas e vegetais, pois é hidrossolúvel, termolábil e é rapidamente oxidada quando exposta ao ar. Sendo mais sensível a degradação durante o processamento e estocagem, quando comparado a outros nutrientes (DANTAS et al., 2010). Ela é um nutriente essencial para prevenir o escorbuto, doença causada por sua deficiência (GOMES et al., 2012). O rambutã (Nephelium lappaceum L.), nativo da região da Indonésia/Malásia e pertencente à família das Sapindáceas, é uma frutífera exótica com alto potencial de mercado (ANDRADE et al., 2011). A pitaia (Hylocereus polyrhizus) é uma fruta exótica que pertence à família cactácea, com origem nas regiões de florestas tropicais do México, América Central e América do Sul. As pitaias têm sido relatadas como fontes de vitamina B1, B2, B3, betacaroteno, licopeno, vitamina E, polifenóis, ácido ascórbico, potássio, magnésio e carboidratos (ABREU et al., 2012). Segundo Danieli et al. (2009), o suco de laranja é um produto muito consumido devido apresentar baixo custo de produção e ótima aceitabilidade. Os principais nutrientes da laranja são a vitamina B, potássio e fibra, sendo uma excelente fonte de vitamina C. Neste trabalho se buscou avaliar o teor de vitamina C em três diferentes espécies frutíferas adquiridas em um quintal em Benevides e em feiras livres de Belém do Pará.

Material e métodos

Foram escolhidas três frutas para a análise: rambutã, pitaia e laranja, sendo cinco amostras de cada. O rambutã foi colhido em um quintal em Benevides-PA e as outras duas frutas foram adquiridas em duas feiras de Belém. Tais amostras foram levadas ao Laboratório de Controle de Qualidade e Meio Ambiente (LACQUAMA) da UFPA, onde foram lavadas em água corrente e despolpadas, no caso, dos rambutãs e pitaias e extraído o suco das laranjas. A determinação de vitamina C foi realizada utilizando iodato de potássio, em triplicata. Foi pesado 1 g de amostra em frasco Erlenmeyer de 125 mL envolvido com papel alumínio, adicionou-se 50 mL de água destilada, 10 mL de solução de ácido sulfúrico a 20%, 1 mL da solução de iodeto de potássio a 10% e 1 mL da solução de amido a 1%, lacrou-se com parafilme. Titulou-se com solução de iodato de potássio 0,002 mol L-1, até coloração azul. O parâmetro foi analisado de acordo com as normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz (2008). Os dados foram analisados através do programa Excel 2010.

Resultado e discussão

Os teores de ácido ascórbico quantificados estão demonstrados na Tabela 1, em termos de médias de três repetições e seus desvios padrão. A pitaia apresentou menor teor de ácido ascórbico que o rambutã e as laranjas. Wall (2006) encontrou valores variando entre 22,02 a 47,83 mg/100g em polpas de rambutã. Santos et al. (2016) encontraram valores próximo a 1,4 mg/100g em polpas de pitaia. Abreu et al. (2012), analisando pitaias brancas e vermelhas, obtiveram os seguintes resultados: 17,73 e 20,69 mg/100g respectivamente. Couto e Canniatti-Brazaca (2010), ao analisarem amostras cítricas, obtiveram o valor de 62,50 mg/100 mL em sucos de laranja. Danieli et al. (2009) e Cardoso et al. (2015), que trabalharam com sucos de laranja in natura, obtiveram teores de 30,66 e 25,86 mg/100 mL, respectivamente. Os resultados obtidos no presente trabalho, tanto o rambutã como a laranja apresentaram concentrações satisfatórias de ácido ascórbico, sendo que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004) recomenda uma dose diaria de 45 mg para adultos, 30 a 35 mg para crianças de 4 a 10 anos e gestantes e lactantes 55 e 70 mg respectivamente. A determinação para o rambutã foi superior ao encontrado na literatura, enquanto que a pitaia e a laranja estão de acordo com a literatura.

Tabela 1: Resultados médios obtidos para as concentrações de vitamina

Letras diferentes na mesma linha indicam diferença significativa pelo teste de Tukey p<0,05.

Conclusões

Considerando os teores de vitamina C das frutas avaliadas, tanto o rambutã como a laranja apresentaram concentrações de ácido ascórbico concordantes com a literatura, sendo que o rambutã é mais rico em ácido ascórbico e possui maior poder antioxidante que a laranja e estas mais ricas que as pitaias.

Agradecimentos

Ao Laboratório de Controle de Qualidade e Meio Ambiente (LACQUAMA) da UFPA e Ao Centro de Tecnologia Agropecuária (CTA) da UFRA.

Referências

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