TEOR DE ÁCIDO ASCÓRBICO E AÇÚCARES REDUTORES TOTAIS EM FOLHA DE Morinda citrifolia L. APÓS INFUSÃO EM ÁGUA QUENTE

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Alimentos

Autores

Martins, L.H.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Gomes, P.W.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Teixeira, M.F. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Nascimento, M.L.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Pereira, E.R.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Gomes, P.W.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Novaes, A.C.V. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Santiago, J.C.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Muribeca, A.J.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Ribeiro, C.F.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

Resumo

Estudos da folha do noni (Morinda citrifolia L.) ainda são carentes na literatura. Assim, o objetivo deste estudo foi determinar o teor de ácido ascórbico e açúcares redutores totais (ATR) em folha do noni após infusão em água quente, utilizando a ferramenta estatística de metodologia de superfície de resposta através de planejamento de experimentos de três níveis tipo 3² utilizando como variáveis dependentes o tempo (5 a 30min) e a temperatura (70 a 100ºC). Para a vitamina C, ocorreu a degradação com o aumento da temperatura e tempo de aquecimento, tendo a melhor condição estudada a temperatura de 70°C a 5 min com extração de 1538,46 mg/100g de vitamina C, já os ART têm sua maior extração com aumento da temperatura e tempo de 100°C à 30min, determinando 1,18 g/L de ART.

Palavras chaves

Noni; Vitamina C; Açúcares redutores totais

Introdução

A planta Morinda citrifolia L., conhecida por suas atividades terapêuticas no tratamento de doenças tal como antidiabéticos, anti-hipertensivos, antiinflamatórios, anti-asma, analgésico, estimulação do sistema imunológico e Anti-cancer, tem despertado o interesse cintífico de muitos cientístas devido aos benefícios com o consumo de partes desta planta, a qual os fitoterápicos são encontrados principalmente no suco da fruta, que apresenta elevada atividade antioxidante, que estão envolvidas na prevenção de tumores e possuem ação anti-inflamatórias (Dussossoy et al. 2011). Além disso, o fruto do noni possui alto teor de vitamina C, cujo alimento é essencial para o organismo, uma vez que não é sintetizada pelo organismo humano (Dourado et al. 2016; Silva, 2012). Estudos com a fruta do noni, ressaltam que com o estágio de maturação do fruto aumentam o teor de vitamina C e açúcares redutores totais (ART) (Beltrão et al. 2014). Para isso, Luján et al. (2014), destaca que a maior concentração de açúcares totais durante o amadurecimento do furto é devido a maior biossíntese de polissacarídeos e sua degradação em moléculas menores de carboidratos, como a glicose, frutose e sacarose. O chá é uma das bebidas mais consumidas do mundo, pois possui propriedades atraentes para o consumidor que contribuem para a popularização dessa bebida. Devido às suas propriedades medicinais, a infusão se espalhou pelas diversas culturas. Essas propriedades devem-se à presença, em sua composição química de compostos biologicamente ativos como: flavonoides, catequinas, polifenóis alcaloides, vitaminas e sais minerais (SCHMITZ et al., 2005). Sendo assim, este trabalho teve como objetivo determinar o teor de Ácido ascórbico e ART em folha do noni após infusão em água quente.

Material e métodos

As folhas de noni (Morinda citrifolia L.) foram coletadas in natura no município de Salvaterra-PA foram levadas ao laboratório de Tecnologia de Alimentos da Universidade do Estado do Pará-Campus XIX, para realizar as análises. Para utilizar no planejamento das infusões, as folhas foram lavadas e em seguida submetidas a 60°C em estufa por 12 horas até ficarem totalmente secas. Com isso, foram trituradas em processador e pesadas em balança analítica 6 gramas de amostra para cada 12 ensaios do planejamento, onde foram colocadas em banho maria em béquer contendo 200 ml de água destilada. Para isso, foi estabelecida a temperatura de 70°C (1°, 2°, 3°), 85°C (4°, 5°, 6°) e 100°C (7°, 8°, 9°) sendo para cada temperatura o tempo de 5 min, 17,5 min e 30 min respectivamente. A escolha do tempo e da temperatura estudados no presente trabalho, foi baseado na pesquisa de Abreu (2013). Somente os ensaios 10°, 11°, 12° foram submetidos a temperatura e tempo constante de 85°C e 17,5 min, pois correspondiam a triplicata no potno central. O conteúdo de vitamina C foi quantificado em todos os ensaios e também na folha seca, que foram determinados por meio do método titulométrico onde o ácido ascórbico reduz iodo em iodeto, formando o ácido deidroascórbico (Freitas, 2013). Para determinação dos açúcares redutores foi utilizada e metodologia de Miller (1959), a qual utilizou-se o ácido 3,5-dinitrossalicílico (DNS) por espectrofotômetro UV/VIS a 540 nm utilizando solução de glicose como padrão.

Resultado e discussão

As concentrações de ácido ascórbico diminuem com o aumento da temperatura e tempo de infusão. Pode ser observada na figura 1-a, uma diferença considerável do ensaio 1 de 1538,46 mg/100g para o ensaio 9 de 216,42 mg/100g sendo o máximo de 50% de vitamina C recuperada em relação a folha in natura para o ensaio 1 e o menor valor de 7,03% para o ensaio 9, onde foi utilizada temperatura mais severa e maior tempo. Na figura 2- a-b, destaca os efeitos significativos a 90% de confiança para as variáveis dependentes estudadas (Vitamina C e ART). A análise de variância (Figura1-b) mostrou-se significativa para as duas variáveis, pois o valor de F da regressão foi maior que o valor de F tabelado e o valor de F da falta de ajuste teve valor menor que o valor do F tabelado. Esta é a condição para o modelo ser considerado significativo e preditivo, onde os modelos matemáticos no presente trabalho são considerados para fins preditivos com os respectivos modelos matemáticos apresentados na figura 1-b. A superfície de resposta é apresentada na figura 2-c e d para vitamina C e ART g/L, respectivamente. Pode-se observar que a infusão a 75C° a 10min é considerada a mais indicada para extração de vitamina C. Por outro lado, a maior concentração de ATR liberada nos extratos foi 1,18 g/L no ensaio 9 (100°C à 30min), ressaltando que quanto maior a temperatura e o tempo, mais ocorre a liberação de ART na folha do noni. Isso se dá devido as folhas conterem polissacarídeos em sua composição que podem ser despolimerizados a monómeros de açucares, e esta concentração vai aumentando com a severidade do processo, os principais polissacarídeos envolvidos na composição de folhas são a celulose e as hemiceluloses, sendo a glicose e a xilose os momómeros mais encontrados a partir destes polissacarídeos.

Figura 1

a. Ensaio do planejamento 3³, respostas e recuperação da vitamina C e ART em g/L, b. Análise da variância para vitamina C e ART.

Figura 2

a-b. Gráfico de Pareto para Vitamina C e ART a 90% de confiança, c-d. Superfície de contorno para Vitamina C e ART.

Conclusões

Foi possível caracterizar os extratos da infusão com os extratos da folha do noni in natura, percebendo que o aumento da temperatura e tempo foram variáveis significativas na liberação da vitamina C e ART, sendo que o aumento da temperatura diminuiu a concentração de vitamina C. Os ART apresentaram baixa concentração, pois fundatamenta-se que a maior acumulação ocorre nos frutos, como foi apresentado em vários estudos. Mas, as folhas contém polissacarídeos que podem ser quebrados a açucares monoméricos com a severidade do processo.O presente trabalho não conseguiu chegar no ponto ótimo.

Agradecimentos

Ao laboratório de Tecnologia de Alimentos do Campus XIX-Salvaterra da Universidade do Estado do Pará na disponibilização do Espectrofotometro UV- VIS.

Referências

ABREU, Luciana. Estudo do poder antioxidante em infusões de ervas utilizadas como chás. (Dissertação de Mestrado) 87 p. Universidade Federal de Santa Maria - RS, PPCTA - 2013.

BELTRÃO, F. A. S.; SOUZA, K. P.; SILVA, J. M. Caracterização de noni (Morinda Citrifolia L). Engenharia Ambiental, v. 11, n. 1, p. 38-44, 2014.


DOURADO, A. A.; VIDAL, B. C.; BORGES, J. B.; FÉBOLI, A. PROPRIEDADES NUTRACÊUTICAS DO FRUTO Morinda citrifolia L. Revista Conexão Eletrônica, v. 13, n. 1, 2016.

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MILLER, G. L. Use of dinitrosalicylic acid reagent for determination of reducing sugars. Anal. Chem., v. 31, p. 426-428, 1959.

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