História da Química no Pará: O ingresso na Escola de Pharmácia de Belém e o contexto social (1904-1921)

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Costa, G.M.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Reis, A.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, M.D.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

Resumo

A década de 90 marcou a modernização e o aparecimento de diversas doenças virais no Estado do Pará. Com o objetivo de erradicá-las o governador Paes de Carvalho remodelou o serviço de saúde pública e criou cursos superiores para tratar das questões sociais. Dessa forma, criou-se em 1904 a Escola de Pharmácia de Belém onde o aluno para ingressar deveria apresentar, no ato da matrícula, o comprovante de vacinação e o certificado de preparatório de conteúdos de Chimica. A pesquisa foi realizada na Fundação Cultural do Estado do Pará a partir de análise do Diário Official do ano de criação que estão disponíveis em tubo de filme para leitura em computador. O objetivo da pesquisa é reconhecer fatores sociais que influenciaram para a criação da Escola de Pharmácia de Belém do Pará.

Palavras chaves

História da Química; Escola de Pharmácia; Contexto Social

Introdução

O início do século XX marcou o período da borracha amazônica, da modernização e de diversas epidemias virais, principalmente febre amarela, varíola e malária. O último aspecto, para erradicá-las, careceu de reformulações dos governantes para combater tais moléstias. (MIRANDA, 2013). No Pará, o governador Paes de Carvalho remodelou o serviço de saúde pública e criou cursos superiores com o discurso de tratar a questão social, científica e moral. (NASCIMENTO, 2017). Com isso, a criação da Escola de Pharmácia de Belém do Pará, instalada na biblioteca do Serviço Sanitário do Estado, tinha a proposta de combater as doenças da região amazônica e legitimar os profissionais diplomados da farmácia para minimizar as práticas da medicina tradicional. A escola, equiparada às demais instituições federais, gozava dos mesmos privilégios, garantias e matérias compreendidas no curso. Entretanto, para ingressar e efetuar a matrícula na escola eram exigidos exames preparatórios e a comprovação de vacina. Dessa forma, esta pesquisa tem o intuito de resgatar as origens do Ensino de Química no Pará considerando o contexto social de critério para a entrada de alunos na instituição a fim de criar novas fontes de pesquisa de extrema importância para os estudos em História da Química no Pará.

Material e métodos

A pesquisa foi desenvolvida na Fundação Cultural do Estado do Pará (CENTUR) na Biblioteca Arthur Vianna na seção de obras raras, onde houveram várias análises de documentos. No “Diário Official Anno XIV – 16º da republica – N. 3665” estão disponíveis em tubos de filmes, sendo cada tubo referente a um ano completo. Estes tubos de filmes são colocados no leitor e transmitidos para uma tela para leitura. O ano da pesquisa deu-se com a criação da Escola de Pharmácia de Belém em 1904. Neste sentido, foi permitido realizar cópias digitais para que a pesquisa fosse desenvolvida de forma coerente.

Resultado e discussão

A quarta Escola de Pharmácia do país foi criada em 1904 em Belém do Pará onde funcionava nas dependências do Serviço Sanitário do Estado. O principal objetivo no projeto de criação da Escola de Pharmácia de Belém era combater as moléstias que assolavam a região amazônica. Por esse motivo, para o aluno ingressar na escola ele deveria apresentar no ato da matrícula a carteira de vacinação. Apenas ingressavam aqueles considerados saudáveis pelo Estado. Para o curso regular haviam os alunos matriculados que estavam sujeitos aos exames – assistiam às aulas e o exercício prático, deveriam responder as arguições dos lentes (professores) e executar os exercícios práticos. Na ausência da apresentação dos exames preparatórios para efetuação da matrícula, os alunos considerados ouvintes, poderiam assistir as aulas teóricas e práticas. (DECRETO, 1904). “A escola iniciou suas atividades com 39 alunos, dos quais 13 estavam na condição de matriculados, enquanto que os outros 26 iniciaram o curso como ouvinte”. (NASCIMENTO, p. 57, 2017). Para matrícula eram exigidos o certificado de preparatório de elementos de chimica, atestado de vacina, taxa de inscrição (15$000 ouro) e só poderia frequentar alunos homens. Somente em 1910 é evidenciada a entrada de uma mulher na escola. Os elementos (conteúdos) de Química eram compostos por chimica mineral, chimica orgânica, chimica medica e chimica analítica. Nota- se, portanto, para o acesso ao ensino superior na Escola de Pharmácia de Belém havia a prevalência do aspecto social como requisição para alcançar o objetivo científico, social e moral do Estado.

Conclusões

Pesquisar a História da Química no Pará é valorizar a ciência regional, legitimar os profissionais e reconhecer o contexto histórico de suma relevância para a construção dessa escola tradicional. A criação dessa instituição possibilitou investigar os conteúdos de química cobrados nos exames preparatórios e a divisão na inserção do mesmo na grade curricular do curso. Retornar ao conhecimento passado é indispensável, pois, somente assim, se compreende o presente abordando a influência do contexto social para o estudo científico.

Agradecimentos

Referências

MIRANDA, A.G. A epidemiologia das doenças infecciosas no início do século XX e a criação da Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará [tese]. Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Belém, 2013.
NASCIMENTO, Sulenir Candida da Silva. A introdução da escola superior no Pará: “Escola de Pharmácia do Pará” e ensino científico (1897-1914). Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Pará, Instituto Educação em Ciências e Matemáticas, Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas, Belém, 2017.
PARÁ. Decreto nº 1274, de 1 de fevereiro de 1904. Cria uma Escola de Pharmácia do Pará e dá-lhe o respectivo regulamento.

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