PIBID/UEAP: ABORDAGEM DO CONHECIMENTO QUÍMICO ATRAVÉS DA FEIRA DE CIÊNCIAS NA ESCOLA ESTADUAL JESUS DE NAZARÉ

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Neves, P.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Mendes, S.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Silva, T.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Xavier, N.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Cavalcante, D.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Souza, T.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Santana, R.O. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ)

Resumo

O presente trabalho teve por objetivo criar um cenário favorável ao processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Química, através do uso de experimentação e apresentação da mesma em uma Feira de Ciências. A pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Jesus de Nazaré, localizada no município de Macapá-Ap, em uma turma do 1° ano do Ensino Médio regular, da qual participaram os 30 alunos. Para o desenvolvimento da proposta adotou-se os seguintes critérios: Frequência; Participação; Domínio do conteúdo, estes usados no 4° semestre como instrumento avaliativo. Os resultados obtidos mostram que após a intervenção o índice de alunos com notas abaixo de 12,5 reduziu em 4%.

Palavras chaves

Experimentação; Feira de Ciências; Macapá - Ap

Introdução

Os alunos da educação básica consideram a disciplina de Química abstrata e de difícil entendimento (SANTOS, 2009). Zancan (2000) complementa este pensamento alegando que quando os conteúdos não são trabalhados adequadamente, estes se tornam distantes, assépticos e difíceis, não despertando o interesse dos alunos. Como alternativa de envolver o aluno com o ensino de Química tem-se o desenvolvimento de atividades experimentais no Ensino Médio, pois de acordo com Carrascosa, Péreze e Vilches. (2006), a atividade experimental constitui um dos aspectos-chave do processo de ensino-aprendizagem das Ciências. À medida que se planejam experimentos com os quais é possível estreitar o elo entre motivação e aprendizagem, espera-se que o envolvimento dos alunos seja mais vívido e, com isso, acarrete evoluções em termos conceituais (WILMO, FERREIRA e HARTWIG, 2008). Dentro desta visão as Feiras de Ciências promovem um ambiente propício ao desenvolvimento de novos conhecimentos, de acordo com Mancuso (2000) estas podem ser divididas em três tipos: 1) trabalhos de montagem, em que os estudantes apresentam artefatos a partir do qual explicam um tema estudado em ciências; 2) trabalhos informativos em que os estudantes demonstram conhecimentos acadêmicos ou fazem alertas; e 3) trabalhos de investigação, projetos que evidenciam uma construção de conhecimentos por parte dos alunos e de uma consciência crítica sobre fatos do cotidiano. O presente trabalho foi desenvolvido por bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID da Universidade do Estado do Amapá – UEAP e teve objetivo de criar um cenário favorável ao processo de ensino- aprendizagem da disciplina de Química, através do uso de experimentação e apresentação da mesma em uma Feira de Ciências.

Material e métodos

A presente pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Jesus de Nazaré, localizada no município de Macapá-Ap, em uma turma do 1° ano do Ensino Médio regular com 30 alunos. Para o desenvolvimento da Feira de Ciências foi elaborado junto com o professor os critérios utilizados para compor o instrumento avaliativo do 4° bimestre, que foram: Frequência (2 pontos); Participação (2 pontos); Domínio do conteúdo (4 pontos). Tal pontuação equivale a aproximadamente 1/3 da avaliação do bimestre, visto que a pontuação total do bimestre é de 25 pontos. Portanto, o envolvimento na Feira de Ciências foi avaliado em 8 pontos, prova 10 e outras atividades 7 pontos. Após os critérios terem sidos adotados, deu-se inicio a 1° etapa de elaboração do experimento para Feira de Ciências, onde a turma foi divida em dois grupos, sendo 15 alunos no grupo A e 15 alunos no grupo B, posteriormente cada aluno pesquisou um experimento e socializou com o grupo, para que em consenso o mesmo optasse por um experimento. O grupo A ficou com o experimento Viagra químico, que se trata da demonstração da formação e liberação do gás Carbônico (CO2) utilizando um preservativo masculino. O grupo B trabalhou a Descontaminação da água por eletrofloculação usando como base a cartilha “A química perto de você: Experimentos de baixo custo para a sala de aula do ensino fundamental e médio” (SBQ, 2010). Já na 2º etapa, os grupos realizaram o teste dos experimentos no Laboratório de Química Geral da UEAP, sendo que os alunos estavam os devidos itens de segurança pessoal, e sob a supervisão do professor supervisor e dos bolsistas do PIBID. Por fim, a 3º os alunos realizaram os experimentos explicando cada procedimento a comunidade escolar. A Figura 1 descrever todas as etapas e materiais utilizados.

Resultado e discussão

Em termo de frequência 67% dos alunos mantiveram-se com o índice de igual ou superior a 50% de presença nos encontros marcados, e 33% inferior a 50%. Em relação ao cumprimento das atividades 56% dos alunos cumpriram todas as etapas propostas, e 44% não realizaram aos menos uma das atividades. Durante a execução dos experimentos, observou-se que 60% dos alunos demonstram segurança ao apresentar o mesmo, bem como domínio do conhecimento cientifico. Neste sentido o grupo A explicou por que antes da reação entre o Bicarbonato de Sódio (NaHCO3) e o Ácido acético CH3OOH(l) a camisinha se encontrar vazia, sem a presença de gás carbônico (CO2), e após a reação ela encontrava-se com a presença de gás carbônico (CO2). Tendo como reação: CH3OOH(l) + NaHCO3(s)  CH3OONa(aq) + CO2(g) + H2O(l) O grupo B explicou o processo de descontaminação da água através da formação do hidróxido de ferro II (Fe(OH)2) a partir do eletrodo de ferro (ânodo) e a formação de gás hidrogênio (H2) no outro eletrodo (cátodo) que auxilia no processo de separação das impurezas contidas na água. Tal reação ocorre, como exposto a seguir: Fe(s) + 2H2O(l)  Fe(OH)2(aq) + H2(g). Levando-se em consideração que no 3° bimestre 20% dos alunos não atingiram a nota mínima de 12,5 pontos, segundo a pedagogia Freriana ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção (Freire, 1996). Com a intervenção no 4º bimestre este índice aumentou em 4%, Vale ressaltar também que a realização de Feira de Ciência em escolas ou em comunidades traz benefícios para os alunos, para professores, e toda a comunidade no geral, além de acarretar mudanças positivas no trabalho e no desenvolvimento das ciências (HARTMANN e ZIMMERMANN, 2009).

Figura 1

Momentos das realizações das atividades e materiais utilizados pela turma 1201. Fonte: Arquivo PIBID, 2017.

Figura 2

Realização das atividades no laboratório de química geral e laboratório pedagógico de química da UEAP. Fonte: Arquivo PIBID, 2017.

Conclusões

Com a execução das atividades propostas foi possível notar que as Feiras de Ciências possuem grande importância no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que possibilita aos discentes a construção de novos conhecimentos de forma que eles se tornam protagonistas do novo saber científico. Sendo assim, é importante que o sistema educacional vise não somente a transmissão de conhecimento, e sim a formação do aluno com pessoal.

Agradecimentos

CAPES, Universidade do Estado do Amapá e ao PIBID.

Referências

CARRASCOSA, J.; PÉREZ. D. G.; VILCHES, A. Papel de la actividad experimental en la educación científica. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 23, n. 2, 2006.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
WILMO, E. J.; FERREIRA, L H.; HARTWIG, D. R. Experimentação problematizadora. Química Nova na Escola. N° 30, novembro de 2008.
HARTMANN, Â. M.; ZIMMERMANN, E. Feira de ciências: a interdisciplinaridade e a contextualização em produções de estudantes de ensino médio. VII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – Florianópolis, 2009.
MANCUSO, R. Feiras de ciências: produção estudantil, avaliação, consequências. Contexto Educativo. Revista digital de Educación y Nuevas Tecnologias, n. 6, abr. 2000. Disponível em: < http://contexto-educativo.com.ar/2000/4/nota-7.htm> Acesso em: 08 nov 2016.
ZANCAN, G. T. Educação científica: uma prioridade nacional. In: Revista Perspectiva: v.14, n.3, p. 3-7, jul./set. 2000.
SANTOS, M. S. dos. A abstratividade das ciências químicas, físicas e matemáticas – o xadrez como auxílio no desenvolvimento das habilidades cognitivas: the abstractivity of chemical, physical and mathematical sciences – the chess as an aid in the development of cognitive skills. Saber Científico, Porto Velho: 2009.
SOCIEDADE BRASIELEIRA DE QUÍMICA. A Química Perto de Você: Experimentos de Baixo Custo para a Sala de Aula do Ensino Fundamental e Médio. 1. ed. São Paulo, SP, 2010.

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