RADIOATIVIDADE E EDUCAÇÃO BÁSICA NA PERSPECTIVA DOS DOCUMENTOS OFICIAIS

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Pires, T.C.A. (IFRJ-NILÓPOLIS) ; Messeder, J.C. (IFRJ-NILÓPOLIS)

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo principal investigar a pertinência do ensino da Radioatividade na Educação Básica brasileira, em suas implicações quanto aos documentos oficiais, aos livros do Plano Nacional do Livro Didático e a sua representação no Enxame Nacional do Ensino Médio. Foram analisadas as consonâncias e dissonâncias do tema nos documentos oficiais: Parâmetros Curriculares Nacionais, Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais e o Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro. Através de um panorama geral, foi possível verificar a inconsistência dos documentos oficiais em relação ao tema Radioatividade, apontando, desta forma, para a necessidade de desdobramentos futuros para a sala de aula de química.

Palavras chaves

radioatividade; documentos oficiais; Ensino Médio

Introdução

A Educação Básica passou por diversas reformas desde 1930 até os dias de hoje (DOURADO, 2007). Essas reformas seguem as gestões políticas vigentes de cada época, pautadas em discussões e em fóruns específicos. Estamos diante de uma nova reforma no Ensino Médio, onde o aluno poderá escolher a “área de conhecimento para aprofundar seus estudos” (BRASIL, 2017). Esta reforma chamada de Novo Ensino Médio divide o ensino médio em uma parte obrigatória (de acordo com a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e uma parte flexível, que permitirá o aluno estudar somente o conteúdo de sua área de interesse. A BNCC atualmente passa por uma revisão e sua homologação está prevista para meados de 2017. Ela será o cerne de toda reforma do Novo Ensino Médio que deverá ser implantado em 2018. Diante dessa mudança que ocorre atrelada a uma crise política, muitas preocupações se instalam. Uma delas, e talvez a mais evidente, seja o não retrocesso a um ensino tecnicista ou mais conteudísta do que o Ensino Médio vigente. Tratando-se do currículo atual, podemos observar que mesmo com todos os documentos oficiais atuais especificarem conteúdos, ocorre incoerências em diversos âmbitos da educação (DECONTO, 2016). Ao compararmos a BNCC com o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) observamos uma completa desconexão, pois mesmo o primeiro indicando o estudo da Radioatividade para o Ensino da Física podemos encontrar o tema nos livros de Química e o que não ocorre na maioria dos livros de Física. Assim, o documento que elege os livros a serem trabalhados na Educação Básica não se alinha com o currículo elaborado pelo mesmo Ministério da Educação. Numa pesquisa realizada por Sousa e Sales (2016) verificou-se que somente duas das obras selecionadas pelo PNLD 2015 atentam para o tema Radioatividade, e se adéquam ao padrões de qualidade de ensino estabelecidos pelo MEC. Chegamos então ao ponto da avaliação para o acesso ao Ensino Superior - o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Pode-se verificar, em edições anteriores do ENEM, que o conteúdo energia nuclear/radioatividade é uma competência exigida pelo exame, onde o estudante necessita compreender o impacto e a influência desse conhecimento na sociedade. Isto nos traz a preocupação se este conteúdo está sendo bem trabalhado em sala de aula, uma vez que, o acesso à Universidade envolve o projeto e o sonho das famílias brasileiras. A estrutura curricular de um curso de licenciatura desta maneira deve então estar alinhada a estes e outros pressupostos da Educação Básica. A radioatividade influencia diretamente a história da humanidade e sua evolução científica e tecnológica. Não é possível imaginar um currículo que não contemple este assunto, que, atualmente, depara-se com algumas dificuldades. A primeira está relacionada com a extinção deste assunto no currículo de Química e a inserção no currículo de Física, sejam nos documentos da esfera Federal e Estadual. A segunda está na defasagem dos livros didáticos disponíveis no Ensino Médio. O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2015 apresentou quatro livros de Química e quatro de Física, a serem adotados por todas as escolas que ofereçam o ensino médio no Brasil. Dos quatro livros de Química apenas um não aborda o tema Química Nuclear, por outro lado, dos quatro livros de Física apenas um aborda o tema. Isto denota que há um desencontro entre a formulação do currículo e o material didático indicado pelos mesmos órgãos de educação (BRASIL, 2015). A terceira dificuldade advém do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que exige o conhecimento de radioatividade com algumas questões algébricas e outras interpretativas. Por fim, a última dificuldade provém da indagação se o licenciado em química ou em física está preparado para atender a demanda por este saber e se tem consciência do atual conflito de currículo versus livro didático. Diante das implicações do estudo da radioatividade na história da humanidade, fica notória a importância deste saber. Daí vem a pergunta desta pesquisa: mas por que tal saber deve ser trabalhado na educação básica, em específico, no ensino médio? Para os documentos oficiais, tal saber justifica-se através da contextualização sociocultural. Esta contextualização refere-se ao ambiente econômico, político, cultural e social ao qual o conhecimento está atrelado ao desenvolvimento científico e tecnológico de cada época.

Material e métodos

O trabalho trazido neste artigo é um recorte de uma pesquisa realizada em um Trabalho de Conclusão de Curso de uma Licenciatura em Química, onde se efetuou um levantamento histórico da Radioatividade, com o objetivo de revelar a importância e influência deste conhecimento na História da Humanidade. Houve um detalhamento dos pressupostos relativos ao tema nos documentos oficiais para a Educação Básica, sendo eles: Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s); Parâmetros Curriculares Nacionais + (PCN+); PNLD; Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro; Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Houve também uma análise dos livros selecionados pelo Governo Federal, utilizados como base para a elaboração de planejamento dos currículos de cada escola, a fim de se verificar o alinhamento entre a legislação e prática docente. A estrutura curricular do curso de Licenciatura em Química, local da pesquisa, foi estudada, com a finalidade de se verificar seu alinhamento com a Educação Básica. Em seguida, algumas questões do ENEM que tratavam do assunto foram analisadas, com o intuito de perceber como o tema é exigido aos alunos que almejam o Ensino Superior. Assim, como parte desse trabalho conclusão de curso, buscou-se, neste texto, através de revisão, entender como os documentos oficiais para educação básica tratam especificamente do tema Radioatividade para o contexto escolar do nível médio. Trata-se de uma análise documental, que segundo Ludke e André (1986), “constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema”.

Resultado e discussão

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Médio, documento que entrou em vigor no ano 2000, teve por objetivo propor metodologias e apresentar temas transversais aos conteúdos normativos das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) a fim de auxiliar a elaboração dos currículos (BRASIL, 2000). Quando trata de energia e a importância do seu ensino, os PCN incluem a energia nuclear como uma fonte de discussão de âmbito social e ambiental. Essa discussão permeia pela comparação dessa fonte de energia com as demais, pois é uma fonte de energia limpa uma vez que não gera gases do efeito estufa, em contra partida é uma fonte de energia não limpa, pois gera resíduos radioativos, e em caso de acidente, seu impacto ambiental é imensamente maior quando comparado a outras fontes. O ensino deve então permitir que o aluno possa posicionar-se criticamente diante das decisões político-sociais que incluam grandes impactos econômicos e ambientais como, por exemplo, a construção de usinas nucleares em seu país. O ensino de energia nuclear também se faz presente para explicar os fenômenos naturais que nos cercam que incluem a origem do universo, na ótica científica, a evolução do próprio universo e da energia natural, originada do Sol que sustenta diversos processos no planeta, incluindo a própria vida. No entanto, esta discussão está voltada para o ensino da Física, como é possível verificar no seguinte trecho: “É preciso rediscutir qual Física ensinar para possibilitar uma melhor compreensão do mundo e uma formação para a cidadania mais adequada. (...) Uma Física que explique os gastos da “conta de luz” ou o consumo diário de combustível e também as questões referentes ao uso das diferentes fontes de energia em escala social, incluída a energia nuclear, com seus riscos e benefícios. Uma Física que discuta a origem do universo e sua evolução.” (BRASIL, 2000, p. 23). É ainda no ensino de física que o documento aborda o impacto do conhecimento da energia nuclear sobre o avanço da medicina, a construção das bombas atômicas e da participação da ciência na segunda guerra mundial. “(...) lembrar a necessidade de se avaliar as relações de risco/benefício de uma dada técnica de diagnóstico médico, as implicações de um acidente envolvendo radiações ionizantes, as opções para o uso de diferentes formas de energia, as escolhas de procedimentos que envolvam menor impacto ambiental sobre o efeito estufa ou a camada de ozônio, assim como a discussão sobre a participação de físicos na fabricação de bombas atômicas” (BRASIL, 2000, p. 28). O PCN+ é um documento elaborado com o intuito de ampliar a discussão iniciada no PCN, assim como sanar possíveis dúvidas contidas no primeiro documento. De fato, o PCN+ trata pontualmente os assuntos abordados no Ensino Médio incluindo tabelas que explicitam conteúdo e objetivo (Tabela 1). Dentro destes temas o texto apresenta unidades temáticas para a elaboração do currículo. Neste documento, o ensino de energia nuclear e radioatividade transitam entre as duas disciplinas do ensino médio, física e química. Na primeira, a intenção de abordar este assunto está relacionada a reconhecer este fenômeno na natureza e no domínio deste saber pela humanidade sob a agricultura, a medicina e a geração de energia. O tema também faz alusão à interdisciplinaridade com a Biologia quando pretende esclarecer quanto ao impacto da radiação em sistemas biológicos (BRASIL, 2002, p. 75). Por outro lado, é no ensino de química que a fissão e a fusão nucleares são abordadas, de maneira a demonstrar a mudança das propriedades químicas da matéria após o fenômeno, ou seja, tratando este tema como mais uma transformação química (BRASIL, 2002, p. 95). Este último documento demonstra a importância da interdisciplinaridade entre a física e a química, entretanto não define com exatidão os tópicos a serem trabalhados por cada professor, deixando a ideia de que este assunto só pode ser trabalhado em conjunto. Tomando-se como exemplo o ensino da quantificação da energia envolvida no fenômeno de fusão nuclear, onde a química irá abordar a obtenção de um novo material com propriedades novas e reatividade diferente, incluindo também a quantidade de energia necessária para a obtenção do produto assim como o rendimento de energia obtido ao término da transformação. A física, por outro lado, estará interessada na conversão da energia nuclear em energia térmica e posteriormente em energia elétrica. O questionamento que se faz neste ponto é: como abordar um tópico sem citar o outro? Como falar da conversão da energia, sem explicar a obtenção do novo material ou como falar somente da obtenção do novo material sem relacionar a energia envolvida? As Diretrizes Curriculares Nacional (DCN) para o Ensino Médio, em específico a reforma de 2013, é um documento regulatório e normativo acerca dos direitos dos estudantes e deveres do Estado (BRASIL, 2013). Este documento aponta a exigência da elaboração do currículo como uma base nacional e define currículo como: “O currículo é entendido como a seleção dos conhecimentos historicamente acumulados, considerados relevantes e pertinentes em um dado contexto histórico, e definidos tendo por base o projeto de sociedade e de formação humana que a ele se articula; se expressa por meio de uma proposta pela qual se explicitam as intenções da formação, e se concretiza por meio das práticas escolares realizadas com vistas a dar materialidade a essa proposta” (BRASIL 2013, p. 179). Com essa normativa foi possível escrever os parâmetros e currículos para a Educação Básica no Brasil. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), elaborada em abril de 2016, tem por objetivo orientar a elaboração de currículos para as diferentes etapas da Educação Básica para que haja igualdade entre os cursos no Brasil. “[...] Uma base comum curricular, documento de caráter normativo, e referência para que as escolas e os sistemas de ensino elaborem seus currículos, constituindo-se instrumento de gestão pedagógica das redes [...].” (BRASIL, 2016). A BNCC apresenta unidades curriculares necessárias para promover a igualdade na Educação Básica brasileira. A tabela 2 apresenta estas unidades. Tendo observado os documentos anteriormente citados, é possível notar uma pequena divergência quanto ao ensino de radioatividade no currículo de química em específico no PCN e PCN+. O segundo documento, que tem por base completar o primeiro, incentiva o ensino deste conteúdo com uma metodologia interdisciplinar entre física e química, uma vez que o PCN apenas relata tal conteúdo como pertencente ao currículo de física. Inicialmente fica difícil entender qual é o objetivo do PCN e PCN+. A priori, estes afirmam que seu propósito é nortear a Educação Básica na elaboração do currículo. Entretanto, a BNCC possui suas próprias referências norteadoras que contrapõem os primeiros documentos citados. Notamos isso, por exemplo, quando verificamos os temas indicados pelo PCN+ a respeito da transformação da matéria, onde este se preocupa com a manufatura e aplicação tecnológica, já a BNCC quando indica este mesmo tema possui enfoque no impacto ambiental que tal conhecimento pode causar. Ao longo deste trabalho verificou-se como o conhecimento da Radioatividade mudou o rumo da História da Humanidade, isto posto, a abordagem deste conteúdo parece indispensável na Educação Básica, como o célebre pensador Edward Burke nos faz refletir com a sua máxima “Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la” (ROSA, 2009). Por outro lado, o ensino de Radioatividade se justifica na importância do próprio Ensino de Ciências uma vez que é esta Ciência que molda o nosso modo de vida. Desta forma, a reflexão de Carl Sagan nos parece pertinente quando buscamos entender porque estudamos tal disciplina: “Vivemos numa sociedade intensamente dependente da Ciência e da Tecnologia, em que quase não se sabe algo sobre Ciência e Tecnologia” (EDITOR, 2016).

Tabela 1

Temas para o Ensino de Física e Química segundo o PCN+

Tabela 2

Unidades Curriculares para o Ensino de Física e Química segundo a BNCC

Conclusões

A análise efetuada, nesta fase da pesquisa, indicou que os documentos oficiais para o ensino médio mostram que o ensino de energia nuclear e radioatividade transitam entre as disciplinas física e química. A intenção de abordar este assunto está relacionada a reconhecer este fenômeno na natureza e no domínio deste saber pela humanidade sob a agricultura, a medicina e a geração de energia. É possível também perceber que tema também faz alusão à interdisciplinaridade com a biologia, quando pretende esclarecer quanto ao impacto da radiação em sistemas biológicos. Por outro lado, é no ensino de química que a fissão e a fusão nucleares são abordados, de maneira a demonstrar a mudança das propriedades químicas da matéria após o fenômeno, ou seja, tratando este tema como mais uma transformação química. Os documentos demonstram a importância da interdisciplinaridade entre a física e a química, entretanto não define com exatidão os tópicos a serem trabalhados por cada professor, deixando a ideia de que este assunto só pode ser trabalhado em conjunto. Na observação dos documentos analisados, foi possível notar uma pequena divergência quanto ao ensino de radioatividade no currículo de química, em específico no PCN e PCN+. O segundo documento, que tem por base completar o primeiro, incentiva o ensino deste conteúdo com uma metodologia interdisciplinar entre física e química, uma vez que o PCN apenas relata tal conteúdo como pertencente ao currículo de física. A BNCC por outro lado não faz alusão ao assunto radioatividade para o currículo de química, nem como eixo interdisciplinar. Com os resultados alcançados foi possível refletir sobre a relevância desta investigação no âmbito da nova organização curricular nacional proposta para o Ensino Médio e seus reflexos na formação inicial dos professores de química, e seu ingresso no magistério.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2000.

BRASIL. PCN+ (Ensino Médio): Orientações Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2002.

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BRASIL. Guia de livros didáticos PNLD 2015. Ministério da Educação. Brasília: MEC. 2015. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/livro-didatico-editais/item/4032-pnld-2015. Acesso em Abril de 2017.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2016.

BRASIL. Novo Ensino Médio – Dúvidas. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2017. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361> Acesso em Abril de 2017.

DECONTO, D. C. S; CAVALCANTI, C. J. H; OSTERMANN, F. Incoerências e contradições de políticas públicas para a formação docente no cenário atual de reformulação das diretrizes curriculares nacionais. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 33, n. 1, 194 p. 194-222, 2016.

DOURADO, L. F. Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica: Novas Diretrizes e Perspectivas. Comunicação & Educação, São Paulo. v. 21, n. 1, 2016.

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

ROSA, S. M. Censura Teatral no Brasil: Uma visão histórica. Revista Eletrônica Literatura e Autoritarismo, no 14, jul–dez, 2009.

POR QUE ENTENDER DE CIÊNCIA? Superinteressante. São Paulo: Abril. 31 out. 2016. Disponível em: < http://super.abril.com.br/cultura/por-que-entender-de-ciencia/> Acesso em Fevereiro de 2017.

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