A HISTÓRIA DA CIÊNCIA COMO INTERFACE PARA O ENSINO DE NOMENCLATURA QUÍMICA A PARTIR DAS CONTRIBUIÇÕES DO CIENTISTA BRASILEIRO VICENTE COELHO DE SEABRA SILVA TELLES

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Monteiro, S. (UEPA) ; Silva, M.D.B. (UEPA) ; Reis, A.S. (UEPA)

Resumo

Para compreendermos as questões da atualidade, é essencial que conheçamos a construção dos conhecimentos que fundamentaram a ciência que temos hoje. A História da Ciência voltada para o Ensino de Química teve por objetivo trabalhar a contextualização dos conteúdos, demonstrando como se deu a sua construção, seus precursores e teorias que os fundamentaram. O trabalho buscou abordar a Nomenclatura Química utilizando como referência o químico brasileiro Vicente Seabra, por meio de uma oficina de Formação de Professores para 12 alunos do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais. Desta forma podemos concluir que ao relacionarmos a HC proporcionamos uma contextualização baseada na historicidade, demonstrando que o ensino pode ser dinâmico, e havendo uma compreensão acerca dos conteúdos.

Palavras chaves

Ensino de Química; Nomenclatura Química; História da Ciência

Introdução

A disciplina Química trabalhada na educação básica submete ao professor desafios na abordagem dos conteúdos, o que acarreta em dificuldades na aprendizagem dos alunos. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): “(...) a química pode ser um instrumento da formação humana que amplia os horizontes culturais e a autonomia no exercício da cidadania, se o conhecimento químico for promovido como um dos meios de interpretar o mundo e intervir na realidade, se for apresentado como ciência, com seus conceitos, métodos e linguagens próprios, e como construção histórico relacionada ao desenvolvimento tecnológico e aos muitos aspectos de vida em sociedade (BRASIL, 2002, p.87)”. É por meio desta ciência que os alunos compreendem a matéria e suas transformações. Para compreendermos as questões que regem a atualidade, é essencial que conheçamos a construção dos conhecimentos que fundamentaram a ciência que temos hoje. A HC surge como uma ferramenta pedagógica para compreender o presente utilizando o passado (CALLEGARIO, et al, 2015). Pois acredita-se que a HC pode motivar e seduzir os alunos, tornando as aulas mais interessantes, humanizar a visão de ciência mostrando-a como algo em constante construção (MATTHEWS, 1995). A HC voltada para o Ensino de Química tem por objetivo trabalhar de maneira contextualizada os conteúdos da disciplina demonstrando como se deu a construção de cada conteúdo, seus precursores e teorias que fundamentaram esse desenvolvimento. Este trabalho propôs uma metodologia para o Ensino da Nomenclatura Química a partir das contribuições do cientista brasileiro Vicente Coelho de Seabra Silva Telles. Para que a inserção da HC seja vista de forma positiva é necessário que esta visão parta dos docentes, para que possam compreender a sua importância.

Material e métodos

O trabalho foi desenvolvido em duas etapas, a primeira consistiu na coleta de referencial bibliográfico sobre o uso da História da Ciência para contextualização do ensino, visando obter resultados a partir da aplicação desta na Formação de Professores. A segunda etapa consistiu no desenvolvimento de um minicurso intitulado “As contribuições de Vicente Coelho de Seabra Telles para a nomenclatura química”, desenvolvido com doze graduandos do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais da Universidade do Estado do Pará, onde foram abordadas as contribuições desse cientista brasileiro para a química no século XVIII, desde os subsídios de Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) para a nova nomenclatura química até sua contribuição na tradução dos tratados de Lavoisier para a língua portuguesa. Após a abordagem histórica foi realizada uma atividade lúdica denominada “Dados Inorgânicos” para a fixação dos conceitos de nomenclatura química. Esta atividade consistiu no uso de dois dados para cada função inorgânica (ácidos, sais, óxidos e bases) onde no primeiro dado havia os elementos químicos (ex: Cu, Mg, Ca, etc) e no segundo dado havia a característica química de cada tipo de função inorgânica (ex: OH, H+, O, etc). Ao final do minicurso os graduandos responderam um questionário para que pudéssemos obter os relatos para a avaliação e aplicação da metodologia utilizada.

Resultado e discussão

Quando questionados sobre se a História da Ciência proporcionou compreensão acerca do tema abordado? obtivemos os seguintes relatos: “Sim. O acompanhamento da evolução do assunto me fez entender o por que existe o estudo/assunto atual” Aluno C. “Sim. A contextualização e a interdisciplinaridade que foram abordados facilitaram o entendimento do assunto, que é considerado ‘massivo’” Aluno M. Quando foram questionados se a proposta metodológica da História da Ciência abordada ao conteúdo de nomenclatura química despertou seu interesse? Obtivemos as seguintes relatos: “Sim, pois me permitiu saber de algumas informações novas e do cientista brasileiro Vicente Seabra que não o conhecia” Aluno W. “Sim. Pude compreender o contexto histórico que corroborou para a iniciativa de traduzir os estudos de Lavoisier e quanto essas traduções influenciaram o avanço dos estudos do químico brasileiro” Aluno Y. “Sim, pois não tinha idéia de como abordar a história da ciência com assuntos mais “complexos” como o de nomenclatura química e essa correlação de conteúdos torna a aulas mais proveitosas” Aluno D. Sobre as respostas podemos observar duas vantagens da HC que foram expressas nos relatos dos graduandos e defendida por (MATTHEWS, 1995), que diz que a introdução da HC é vista como meio capaz de despertar o interesse pelas aulas de nomenclatura química, o que facilitaria a aprendizagem dos alunos por tornarem as aulas mais interessantes. E como desmistificadora da ciência, a História permite aproximar a Ciência do indivíduo, o que tornaria o conhecimento não apenas mais interessante como compreensível, de maneira a humanizar a Ciência (FERREIRA & FERREIRA, 2010).

Conclusões

Diante dos resultados obtidos na realização do trabalho e com referência a contextualização com conteúdos de química, podemos concluir que o minicurso “As contribuições de Vicente Seabra Coelho da Silva Teles para a nomenclatura química” possibilitou a compreensão da História da Ciência, além de demonstrar que a mesma pode ser desenvolvida de forma crítica para que os graduandos possam entender a sua utilização, facilitando a aprendizagem e demonstrando que o ensino pode ser dinâmico, atrativo e promovendo aprendizagem tanto para o professor quanto para o aluno.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). PCN + Ensino médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/Semtec, 2002.

CALLEGARIO, J. L.; HYGINO, C. B.; ALVES, V. L. O.; LUNA, F. J.; LINHARES, M. P.: A história da ciência no ensino de química: uma revisão. Revista Virtual de Química. V. 7, n. 3,Mai/Jun.2015.

FERREIRA, A. M. P.; FERREIRA, M. E. M. P.: A história da ciência na formação de professores. História da ciência e ensino: construindo interfaces. V.2, 2010. Pp.1-13.

MATTHEWS, M. R.: História, filosofia e ensino de ciências: a tendência atual de reaproximação. Caderno Catarinense de Ensino de Física. V.12, n. 164, 1995.

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