O Estágio Supervisionado como Experiência Enriquecedora na Formação Inicial de Docentes de Química

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Ribeiro, M.H.S. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Mendes, M.N.C. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Souza, J.P.P. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Justino, M.N. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Scrivener, C. (UNIDADE ESCOLA SAGARANA II) ; Pedrosa, E.M.P. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO)

Resumo

O presente trabalho relata uma experiência vivenciada durante o Estágio Supervisionado I, dos alunos de Licenciatura em Química do IFMA, campus São Luís-Monte Castelo em uma escola da rede estadual de ensino no município de São Luís-MA. A experiência foi um projeto educativo intitulado “Gentileza no trânsito”, voltado para os alunos do 9º ano. O envolvimento no projeto implicou estudo bibliográfico, seguida de preparação para execução das atividades planejadas, aplicação de jogos educativos e encenação teatral como estratégias para tratamento dos conteúdos. Concluiu-se que no processo de formação do professor é imprescindível a construção do saber articulado ao fazer docente, numa perspectiva investigativa e participativa, sendo o Estágio Supervisionado o espaço fundamental para isso.

Palavras chaves

Estágio Supervisionado; Projeto educativo; Formação de Professores

Introdução

O estágio supervisionado tem um papel fundamental na formação do professor, pois é a partir dele que os estudantes terão a oportunidade do contato direto com o cotidiano escolar. Nesse processo de aproximação da realidade escolar deve ser propiciado aos alunos o envolvimento e intervenção na escola em seu todo, isto é, em sua organização administrativa – pedagógica, ambiental e nas outras dimensões que lhes são inerentes (BORSSOI, 2008). Porém nem todos estudantes tem a oportunidade de se tornarem sujeito no âmbito do estágio supervisionado, Kenski (2001) apud Abdalla (2012) ao evidenciar algumas dificuldades da prática do estágio, destaca que o mesmo não deve se configurar em “atividades esparsas” e isoladas, mas que deve ser orientada por um projeto que seja fruto de discussões conjuntas entre supervisores, estagiários e profissionais da escola de estágio, em especial professores, de forma a assegurar o aproveitamento máximo dos encontros que se efetivam. Sendo assim, devem ser definidas ações em que os estagiários se envolvam como sujeitos para que possam compreender e atuar na dinâmica da escola, a partir da reflexão sobre o trabalho que nela se realiza. Nessa perspectiva, fomos instigados a trabalhar em um projeto educativo, intitulado: “Gentileza no trânsito”, que tinha como foco os cuidados e práticas que os alunos, enquanto pedestres, devem conhecer e assumir no trânsito. O trabalho teve como objetivo evidenciar que o estágio supervisionado, desde sua fase inicial, vai além da observação, pois implica, participação e envolvimento interventivo, numa perspectiva investigativa para nós estagiários, contribuindo para construção do nosso saber docente, na medida em que participamos do referido projeto ao longo do contato direto com o ambiente escolar.

Material e métodos

Este trabalho foi desenvolvido na Unidade Escolar Sagarana II, no 2º semestre de 2016, durante o Estágio Supervisionado I, da Licenciatura em Química do IFMA, campus São Luís-Monte Castelo. Na oportunidade nós estagiários participamos como integrantes do projeto educativo “Gentileza no trânsito”, voltado para alunos do 9º ano do ensino fundamental, das turmas 403 e 404. Para realização da atividade buscou-se estudar o projeto que vinha sendo trabalhado ao longo do ano, cujos assuntos foram abordados interdisciplinarmente com a inserção da disciplina Ciências que compõe o currículo desta série. No primeiro momento tivemos a preocupação de nos preparar para assegurar uma participação interventiva que resultasse em aprendizagem significativa por parte dos alunos. Assim, inicialmente fizemos um estudo bibliográfico, recorrendo a materiais publicados em livros e internet a respeito de experiências dessa natureza, com base na área científica em que estamos em formação. Utilizamos jogos educativos, como dominó e jogo de tabuleiro, inserindo temáticas como: efeitos dos poluentes no meio ambiente, segurança e sinalização de trânsito, saúde e alcoolismo, ética e respeito, dentre outros, além da organização de uma encenação teatral visando conscientizar os alunos sobre as questões que envolvem o trânsito. Por fim, os alunos participaram da feira cultural na escola que explorou conhecimentos, habilidades e atitudes no âmbito da temática e apresentação do projeto, com o envolvimento de todos, na Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), onde nós, estagiários e alunos, levamos para a comunidade estudantil presente no evento os conhecimentos construídos ao longo da vivência desse projeto voltado para o trânsito.

Resultado e discussão

A experiência vivenciada possibilitou a reflexão do papel do estágio em nossa formação, na medida em que não nos restringimos a observar a vida da escola, e sim fomos nela envolvidos em um exercício de articular teoria e prática para a construção de saberes necessários para formação docente. Na condição de futuros professores de Química nos demos conta do papel da escola e da responsabilidade coletiva de contribuir para que os estudantes construam conhecimentos, habilidades e atitudes positivas frente aos diversos problemas que o cotidiano lhes apresenta e a questão do trânsito é parte deste contexto que não pode ser desconsiderado. Através da participação/intervenção no projeto educativo, foi possível perceber que os conhecimentos não são isolados, pois se encontram interligados e em constante interação com conceitos diversos, os quais inevitavelmente se encontram articulados à realidade natural e social dos alunos. No decurso do projeto os diferentes conteúdos de Ciências/Química ganharam vida e sentido para os discentes à medida que foram trabalhados integrados às situações da realidade em que estes se encontram inseridos, ao tempo que foi relevante para a construção de conhecimentos éticos e morais dos alunos envolvidos. Outro aspecto que merece destaque foi a metodologia dinâmica e interativa em que esses conteúdos foram trabalhados. A abordagem de conhecimentos por meio de jogos e encenação teatral foi enriquecedor para nós e alunos. Constatou- se, tal qual adverte Cachapuz e Gil-Pérez (2011), que a forma tradicional de ensino de Ciências em que o professor transmite o saber a alunos que passivamente o absorvem, pode e deve ser substituído por um ensino desafiador em que o aluno assume o papel de sujeito tornando a aprendizagem um processo dinâmico e construtivo.

Imagem 1

Aplicação de jogos educativos para fixação dos conteúdos

Imagem 2

Apresentação dos alunos e estagiários na Feira Cultural realizada na escola e na FIEMA

Conclusões

Concluiu-se que o projeto educativo “Gentileza no trânsito” permitiu nossa integração no processo de construção e execução das atividades, fatores essenciais para os bons resultados que o mesmo alcançou. Os alunos puderam construir conhecimentos éticos e morais, ao tempo que serviu de base para o nosso aprimoramento enquanto futuros professores de química para continuação no campo da docência. Logo, compreendemos que no processo de formação do professor é fundamental o movimento dialético da ação-reflexão-ação, sendo o Estágio Supervisionado o espaço fundamental para isso.

Agradecimentos

Agradeço a Deus, ao IFMA (Campus Monte Castelo) e a Unidade Escolar Sagarana II, na pessoa da professora Celina Scrivener.

Referências

Abdalla, Maria De Fátima Barbosa. Das implicações da política de formação de professores (Parfor): entre desafios e proposições. XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP – Campinas/SP. 2012.

BORSSOI, Berenice Lurdes. - Estágio Na Formação Docente: da teoria a prática, Ação-Reflexão. 1º Simpósio Nacional de Educação XX Semana da Pedagogia – Unioeste, Cascavel/ PR. 2008.

CACHAPUZ, A.; GIL-PEREZ D. A necessária renovação do ensino das ciências. São Paulo: Cortez, 2011.

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