PIBID/UEAP:A ESSÊNCIA DO MANJERICÃO COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO EM SALA DE AULA

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Costa, W.F. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Brito, E.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Jesus, D.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Ferreira, P.V.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Trindade, L.L. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Furtado, H.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Santana, R.O. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Souza, T.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Brito, D.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ)

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo propor uma sequência didática teórico-experimental, abordando a temática essência do manjericão. A escolha da metodologia foi em virtude de entendermos a importância de preparar aulas mais interativas para os alunos da educação básica. A pesquisa foi desenvolvida a partir da aplicação de uma sequência didática para alunos do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola pública na cidade de Macapá-AP. Tais resultados comprovam que o uso de problematização e experimentação como ferramentas metodológicas podem ajudar ao professor de química nas suas aulas.

Palavras chaves

Sequência didática; Essência do manjericão; PIBID

Introdução

Diversos autores apresentam em suas pesquisas que o ensino atual da química é marcado por aulas expositivas e tradicionais, trabalhando de forma exaustiva e fragmentada os conteúdos e conceitos, não conseguindo relacionar os mesmos entre si e tão pouco com a situação social dos educandos. (ZANON; PALHARINI, 1995; CHASSOT, 1992, 2014; MILARÉ; PINHO-ALVES, 2010). Tal ensino não permite a aproximação do que vem sendo recomendado pelos parâmetros nacionais para o ensino médio, os quais orientam que o ensino de química, deve manter uma estreita relação: com as aplicações tecnológicas, os conceitos científicos e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas. (Brasil, 2002, p. 87) Na busca de metodologias que questionem as ideias do ensino tradicional, podemos citar como exemplos: a contextualização, a qual tem como proposta situações problemáticas reais (Santos, 2007); a experimentação, onde o aluno se torna sujeito ativo da sua aprendizagem e o conhecimento é construído no processo (Guimarães, 2009); e as TICs no ensino de Química a qual faz uso do recursos audiovisuais possibilitando ao acadêmico a visualização de situações visuais e abstratas (Vasconcelos e Leão, 2010). Pensando em uma proposta que envolva as metodologias apresentadas acima é quando surge à importância de entendermos as sequências didáticas (SD) no ensino de Ciências/Química. Leach et al. (2005) consideram que propostas de sequências curtas podem articular questões de pesquisa com a prática de sala de aula. Com isso o presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa desenvolvida com alunos do ensino médio de Macapá, estado do Amapá, com o objetivo de propor uma sequência didática teórico-experimental, abordando a temática essência do manjericão.

Material e métodos

A sequência didática abaixo descrita foi desenvolvida em 02 aulas de 50 minutos, com estudantes do primeiro ano do ensino médio de escola pública, localizada na cidade de Macapá/AP, a intervenção foi realizada por 4 acadêmicos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). A (SD) é constituída por 5 momentos. O primeiro momento denominado de “Esquematizando os conhecimentos prévios dos alunos”, ao qual os alunos foram questionados sobre o que já conheciam sobre a temática, manjericão, para esse momento foi feito o uso de um questionário. No segundo momento, “A História do Manjericão”, é mostrado um texto sobre o assunto, seguido de um questionário. Iniciamos o terceiro momento apresentando um vídeo a respeito da história e determinadas problemáticas que envolvem a fabricação dos perfumes, tais como a utilização de animais. Um segundo vídeo é incorporado, o qual foi produzido pelos acadêmicos bolsistas do PIBID/Química onde a proposta foi desenvolvida dentro de um laboratório de Química experimental da Universidade do Estado do Amapá. O vídeo produzido pelos acadêmicos mostrava um procedimento de destilação para a obtenção do óleo de manjericão. No quarto momento é realizada uma prática em sala de aula, empregando o destilador confeccionado pelos acadêmicos. O objetivo da experimentação foi demonstrar o processo de destilação simples, usando a água e o sal de cozinha. Como quinto e último momento da sequência é feita a “Sistematização dos Conteúdos de Química envolvidos no Experimento”, tendo uma abordagem expositiva/explicativa dos conhecimentos científicos. A coleta de dados foi realizada utilizando dois recursos, questionários e diário de campo. No diário de campo foram registrados os comentários dos alunos participantes da aula.

Resultado e discussão

Com a aplicação do questionário, foi possível conhecer as ideias dos alunos sobre a temática, como também informações relacionadas ao tema, assim, possibilitando perceber as diversas conjecturas a respeito do assunto. A maioria dos estudantes responderam que o manjericão: “é uma planta” ou “usada como tempero”. O momento seguinte permitiu um maior contato dos alunos com o tema da SD, já que buscou atrelar as concepções apresentadas anteriormente com um texto exposto sobre o manjericão, como, por exemplo, o emprego de seu óleo essencial na perfumaria. Muitos estudantes ficaram espantados, visto que não sabiam que do manjericão se extraia óleo. Conexo a esse último fato foi exibido um vídeo sobre a história do perfume, nesse momento da SD utilizou-se como problemática o uso de animais na extração de diversas fragrâncias. Carvalho et al. (2004) discutem que “as atividades devem estar acompanhadas de situações problematizadoras, questionadoras e de diálogo, envolvendo, portanto, a resolução de problemas e levando à introdução de conceitos” (p. 20). Em seguida foi utilizado outro vídeo, roteirizado pelos acadêmicos bolsistas em um laboratório, apresentando para os alunos o processo de destilação como separação de misturas, demonstrando o uso da técnica na obtenção do óleo de manjericão. Por meio de um destilador confeccionado com materiais alternativos, foi realizada, com participação dos alunos, a destilação simples de uma solução formada por água e sal de cozinha. Nesse momento fizemos uso de vários conceitos científicos. Uma aluna afirmou que: “Primeira aula que eu prestei bem atenção” (aluna A). No último momento da SD, apresentamos uma aula expositiva dos conhecimentos científicos exibidos no processo, sistematizando dessa forma os conteúdos envolvidos na mesma.

Conclusões

Os resultados comprovaram que a sequência didática para abordar os assuntos considerados pelos alunos como de difícil compreensão, conseguiu de maneira mais motivadora alcançar bons resultados, visto que podemos afirmar a partir de observações e relatos que os educandos obtiveram grande produtividade já que a SD apresentou, além dos conteúdos, questões sociais. Foi observado também que a aplicação da mesma proporcionou benefícios não somente aos alunos, mas bem como aos bolsistas, futuros docentes, onde a SD mostrou potencial ferramenta de ensino aprendizagem.

Agradecimentos

Universidade do Estado do Amapá, CAPES e ao PIBID.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação e dos Desportos. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+): Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002.

CARVALHO, A. M. P., et al. Ensino de Ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Editora Thompson, 2004.

CHASSOT, A.I. Para que(m) é útil o nosso ensino de química. Espaços da Escola. Ijuí: Editora UNIJUí, n.5, p. 43-51, 1992.

______. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. 6ª. ed. - Ijuí: Editora Unijuí, 2014.

GUIMARÃES, C.C. Experimentação no ensino de química: caminhos e descaminhos rumo à aprendizagem significativa. Química Nova na Escola, v. 31, n. 3, 2009.

LEACH, J.; HIND, A. J.; LEWIS, J.; SCOTT, P. Desining and evaluating shortscience teaching sequences: improving student learning. In: Research and Quality of Science Education (Eds. Kerst Boersma, Martin Goedhart, Onno de Jong e Harrie Eijelhof) Holanda: Spring.2005.

MILARÉ, T.; PINHO-ALVES, J. A Química Disciplinar em Ciências do 9º ano. Química Nova na Escola, v. 32, p. 43-52, 2010.

SANTOS, W.L.P. Contextualização no ensino de ciências por meio de temas CTS em uma perspectiva crítica. Ciência & Ensino, v.1, número especial, p.1-12, 2007.

VASCONCELOS, F.C.G.C. e LEÃO, M.B.C. A utilização de programas televisão como recurso didático em aulas de química. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 15, 21 a 24 de julho de 2010. Caderno de resumos. Brasília: 2010.

ZANON, L. B.; PALHARINI, E. M. A química no ensino fundamental de ciências. Química Nova na Escola. n. 2, p. 15 -18. Novembro, 1995.

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