Utilização de materiais alternativos como uma ferramenta colaboradora para experimentação no ensino de Química

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Janine dos Santos Marques Leite, D. (IFPB) ; Vasconcelos, E. (IFPB) ; Farias de Oliveira, P. (IFPB)

Resumo

No ensino de química, a experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a criação de problemas reais que permitam a contextualização e o estímulo de questionamentos de investigação. Porém, na rede pública de ensino os laboratórios para a realização dessas aulas são na maioria das vezes precários, não possuindo os materiais necessários utilizados no experimento, onde muitas vezes o objetivo da prática não é alcançado, além de colocar em risco todos os envolvidos, devido à falta de equipamentos de segurança no local. Dessa maneira, muitas pesquisas na área de experimentação mostram possibilidade de experimentos simples e que se utilizam de materiais de fácil acesso, aparatos simples e de fácil manuseio para assim possibilitar uma melhor compreensão dos alunos ao assunto abordado.

Palavras chaves

Materiais Alternativos; Experimentação; Baixo Custo

Introdução

A Química é uma Ciência que estuda as mais diversas transformações e reações que ocorrem com as diferentes substâncias existentes no universo. Seus conhecimentos estão baseados em observações ou experimentações a partir das quais se constroem seus princípios, suas leis e suas teorias (BUONFIGLIO, 2011). Para Alves (2007), quando são utilizadas apenas aulas expositivas, elas acabam se tornando monótonas, fazendo com que seus conteúdos sejam de difícil compreensão.O grande desinteresse dos alunos pelo estudo da química se deve, em geral, a falta de atividades experimentais que possam relacionar a teoria e a prática. Os principais motivos indicados pelos professores para a falta de experimentação é a inexistência de laboratórios, ou mesmo a presença deles na ausência de recursos para manutenção, além da falta de tempo para preparação das aulas (GONÇALVES, 2005). Porém, esses problemas não se sustentam mais hoje em dia, visto que atualmente há experimentos que são realizados com materiais alternativos, ou seja substituindo reagentes químicos, vidrarias de laboratório, por materiais de baixo custo, que são encontrados em farmácias, supermercados, ou até mesmo feitos e podem ser realizados em sala de aula. Portanto, diante dessa situação a experimentação na matéria de química,utilizando-se materiais de baixo custo, torna-se uma ferramenta valiosa e indispensável e atinge objetivos de aprendizagem que havendo apenas a aula expositiva não alcançaria.

Material e métodos

Foi aplicado um experimento em sala de aula com materiais alternativos, encontrados em farmácias/supermercados em uma turma do 1° ano da escola C.E.E.E.A.Sesquicentenário, localizado em João Pessoa- PB. Para o experimento chamado A Procura da Vitamina C , foi utilizado: 1 comprimido efervescente de vitamina C,tintura de iodo 2% (comercial), sucos de frutas variados ( laranja, maracujá e acerola),5 seringas de 10ml, 1 fonte para aquecer a água ( chapa alternativa), 5 copos de plástico, 1 colher de chá de amido de milho,1 termômetro, 1 pote de plástico de 500 ml graduado e 1 garrafa pet de 1L. Procedimento: Foi colocado 200mL de água em um pode graduado de 500 mL. Em seguida, aqueceu-se o líquido com uma chapa de aquecimento alternativa, até uma temperatura próxima a 50 ºC, cujo acompanhamento foi feito com um termômetro, em seguida, adicionou-se uma colher de chá cheia de amido de milho na água aquecida, agitando a mistura até atingir a temperatura ambiente. Em uma garrafa de refrigerante de 1 L, dissolveu-se um comprimido efervescente de vitamina C. Numerou-se 5 copos com números de 1 a 5. Colocou-se 20 mL da mistura (amido de milho + água) em cada um desses seis copos numerados. No copo 1, deixamos somente a mistura de amido e água. Ao copo 2, adicionamos 5 mL da solução de vitamina C; e, a cada um dos copos 3, 4 e 5 adicionamos 5mL de um dos sucos a serem testados.A seguir pingamos , gota a gota, a solução de iodo no copo 1, agitando constantemente, até aparecer a coloração azul. Repetimos o procedimento para o copo 2, anotando o número de gotas necessárias para o aparecimento da cor azul. Repetimos o procedimento para os copos que contêm as diferentes amostras de suco, anotando para cada um deles o número de gotas empregado

Resultado e discussão

Observou-se que ao adicionar uma gota da solução de iodo ao copo 1,ficou azul imediatamente, pelo fato do iodo reagir com o amido e formar um complexo azul escuro,quando adicionamos a solução de iodo ao copo 2, foi necessário 12 gotas para a solução ficar escura,isso devido a vitamina C reduzir o iodo a iodeto que é transparente em meio aquoso, então foi necessária mais gotas para a quantidade de iodo ultrapassar a quantidade de vitamina e assim ficar azul,ao adicionarmos o iodo no copo 3 no suco de acerola, foi necessário 47 gotas para a solução ficar escura,isso pelo fato da acerola ser uma fruta rica em vitamina C,por isso foi necessário aplicar muitas gotas para a quantidade de iodo ultrapassar a quantidade de vitamina, Ao copo 4 no suco de laranja,foi necessário adicionar 9 gotas, assim, vemos que a quantidade de vitamina C da laranja é inferior a da acerola,pois foi necessário menas gotas para a solução se tornar azul. Já no copo 5, o suco de maracujá, ao adicionarmos 4 gotas, a solução já ficou azul, pelo fato do maracujá não ser tão rico em vitamina C, comparado aos outros sucos analisados. Assim, de acordo com nossa análise a ordem de quantidade de vitamina é: Acerola >laranja>maracujá. Esse experimento foi aplicado associado ao assunto de sala de aula Oxirredução, onde após o experimento foi aplicado um questionário para os 28 alunos presentes e uma das perguntas do questionário foi: Em sua opinião o assunto de Oxirredução ficou mais claro depois do experimento proposto? Justifique.Logo,78% dos alunos responderam que sim e esclareceram que com o experimento associado ao assunto fica mais fácil a aprendizagem, porque eles tem o contato com o visual e dessa forma fica mais fácil compreender o assunto estudado,12% responderam mais ou menos e 10% não responderam.

Conclusões

A utilização da experimentação com instrumentos de baixo custo mostra uma forma de melhorar a compreensão dos alunos sobre os fenômenos, que muitas vezes se explicados em uma aula convencional, não surtiria o mesmo efeito. Ao desenvolver atividades práticas em sala de aula,o professor, estará colaborando para que o aluno consiga observar a relevância do conteúdo estudado e possa atribuir sentido a este, o que o incentiva a uma aprendizagem significativa e, portanto, duradoura.

Agradecimentos

Instituto Federal de Educação,ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB- Departamento de Licenciatura em Química C.E.E.E.A. Sesquicentenário Governo do Estado da Paraí

Referências

ALVES, W. F. A formação de professores e as teorias do saber docente: contexto, dúvidas e desafios. Revista Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 33. n. 2. p. 263- 280. maio/ago. 2007.

BUONFIGLIO, A. Uma didática história da química: da filosofia grega à contribuição dos alquimistas da antiguidade, as ideias, os experimentos e teorias que configuraram a química como ciência. ComCiência, s/v, n. 130, p. 1-2, 2011.

GONÇALVES, F. P. et al. O texto de experimentação na educação em química: discursos pedagógicos e epistemológicos. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de PósGraduação em Educação Científica e Tecnológica, 2005.

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