EDUCAÇÃO INCLUSIVA: OBSERVAÇÕES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA NANCY NINA DA COSTA, EM MACAPÁ-AP.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Chermont, J.N.M. (UEAP) ; Matos, J.N. (UEAP) ; Guedes, J.N. (UEAP) ; Xavier, N.S. (UEAP) ; Trindade, M.S.M.C. (UEAP) ; Bittencourt, L.S. (UEAP)

Resumo

O estágio supervisionado proporciona aos futuros professores uma vivência prévia da realidade da educação básica na escola-campo. Dentre as quais podem ser observadas as condições sociais, estruturais, disponibilidade de materiais de trabalho, entre outros. E, sobretudo, é possível observar se de fato a inclusão dos alunos com deficiência acontece e como se dá o avanço dos conteúdos em turmas com alunos com algum tipo de deficiência intelectual. Para tal, foi observada a prática pedagógica de três professores do primeiro ano do ensino médio das disciplinas de química, física e educação física e concluiu-se que é necessária a adaptação de algumas aulas para que o aluno com deficiência intelectual possa participar efetivamente do processo de ensino-aprendizagem.

Palavras chaves

Estágio; Inclusão; Ensino-aprendizagem

Introdução

O presente trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual Nancy Nina da Costa em Macapá-AP durante o estágio supervisionado em química. A escola atende a 1890 alunos distribuídos no Ensino Fundamental II, Educação de Jovens e Adultos – EJA, Ensino Médio e Educação Especial (PPP da escola). Na educação especial, a instituição acolhe 13 alunos com deficiência (intelectual, física, auditiva e autista), sendo 6 alunos com deficiência intelectual. Em 1999 ocorreu na Guatemala a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas com Deficiência, oportunizando a estes direitos, inclusive o de não ser submetido à discriminação com base na deficiência (CONVENÇÃO DE GUATEMALA, 1999). A contextualização com o cotidiano ajuda na prática docente e, diante disso, Morais (2008) afirma que contextualizar os currículos proporciona integração da cultura e dos conhecimentos populares dos alunos nas realidades em que a escola está inserida. Entretanto, a atuação docente não se limita a transferência de conhecimentos, mas a construção deste, e que o mesmo traga ao aluno uma reflexão do seu papel na sociedade. Contudo, esse trabalho teve por finalidade compartilhar as experiências vividas no estágio supervisionado com professores do ensino médio regular que trabalham a inclusão com alunos com deficiência intelectual em sala de aula.

Material e métodos

A pesquisa foi realizada segundo Gil (2007) através do estudo de caso com professores que atendem alunos com deficiência intelectual pois consiste no delineamento mais apropriado para a compreensão de um fato contemporâneo dentro de um ambiente escolar. A natureza da pesquisa foi no campo de observação e coleta de depoimentos pessoais com três professores da instituição do primeiro ano do ensino médio. Professor “A” de Química, “B” de Física e “C” de Educação Física que atendem alunos com deficiência intelectual. As observações ocorreram durante o estágio supervisionado nas dependências da escola. O estágio foi realizado com o professor “A” e neste período foi possível observar também a prática pedagógica dos professores “B” e “C”. Após as observações foi feita uma pergunta: Você tem dificuldade em avançar nos conteúdos nas turmas que tem alunos com deficiência intelectual? E os depoimentos formam registrados no caderno de anotações.

Resultado e discussão

As respostas foram diferentes: (Professor A) “inicialmente sim, porque eles não conseguem compreender as fórmulas, identificar os elementos químicos na tabela periódica, mas percebi que quando faço a contextualização com o cotidiano eles aprendem”. (Professor B) “eu sempre trago uma aula experimental antes da teórica e isso tem ajudado na compreensão” (Professor C) “não tenho nenhuma dificuldade, porque eu explico a atividade de forma clara e objetiva e eles não demonstram nenhuma dificuldade”. Através dos depoimentos dos professores “A” e “B” percebe-se a necessidade da busca por metodologias que venha atender as especificidades dos alunos na construção do conhecimento. Enquanto que o professor “C” não precisa fazer adaptações, pois esta disciplina é desenvolvida na maioria das aulas por atividades esportivas na quadra poliesportiva e quando ministrada em sala de aula, as regras ou normas das modalidades esportivas são explicadas de forma clara e objetiva. Silva (2008) afirma que mudanças devem ser feitas no cotidiano escolar para contribuir com o pleno desenvolvimento do educando, e no Ensino de Química Paixão e Cachapuz (2003) dizem que a inter-relação dos conhecimentos químicos e o contexto social devem estar centrados como componentes básicos do ensino-aprendizado. Contudo Brasil (2015) garante a importância das -“pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva”- que atendam as especificidades dos alunos com deficiência.

Conclusões

Com base nas observações realizadas, foi possível perceber que na Escola Estadual Professora Nancy Nina da Costa a inclusão está começando a acontecer, pois para a inclusão acontecer de fato a escola não precisa ser somente adaptada fisicamente, mas as práticas pedagógicas dos professores precisam ser adaptadas para que o aluno com deficiência intelectual deixe a função de mero expectador e se torne participante ativo do processo de ensino-aprendizagem.

Agradecimentos

UEAP e Escola Estadual Professora Nancy Nina da Costa

Referências

BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiêncial Lei nº 13.146, de 06 de Julho de 2015. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm> Acesso em: 21Jul.2017 às 00h57min.


CONVENÇÃO DA GUATEMALA, de 28 de maio de 1999. disponível em:< http://www.faders.rs.gov.br/legislacao/6/29>. Acessado em: 28jul.17. 2h48min.


GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. – 10. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2007.

MORAES, R.: Cotidiano no ensino de Química: superações necessárias, In Galvazzi e Col. (Org) Aprender em rede na Educação em Ciências. Ed. Unijuí, RS, Brasil, 2008.

SILVA, Angela Carrancho da... [et al.]; Surdez e Bilingüismo. (Org.) Eulália Fernandes. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2008.

PAIXÃO, F.; CACHAPUZ, A.: Mudanças na Prática de Ensino de Química pela Formação dos Professores em História e Filosofia das Ciências. Química Nova na Escola nº 18. 2003. Disponível em: <qnesc.sbq.org.br/online/qnesc18/A07.PDF> Acesso em: 25Jul.2017 às 0h25min.

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