OFICINA TEMÁTICA: EXTRATOS VEGETAIS E SUA UTILIZAÇÃO NA PRODUÇÃO DE PIGMENTO PARA PINTURA ARTESANAL

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Almeida, J.A. (IFT0: CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Viroli, S.L.M. (IFT0: CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Silva, F.P. (IFT0: CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Sousa, K.J. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Aguiar, I.S. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Mourão, T.L.C. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Martins, R.G. (IFTO) ; Fagundes, M.M. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Ramos, M.L. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS)

Resumo

Esta pesquisa apresenta uma experiência referente ao planejamento e realização de uma oficina para extração de pigmentos vegetais e sua utilização na produção de tinta artesanal , desenvolvida pelos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química do IFTO Campus Paraíso do Tocantins na 69ª SBPC Jovem em Belo Horizonte no período de 16 a 22 de junho de 2017. Propiciando uma abordagem interdisciplinar, a oficina desenvolveu atividades que favoreceram a participação dos estudantes. Através da aplicação de questionários foram obtidos dados que após analisados indicam que a atividade contribuiu para uma compreensão interdisciplinar e importante para o processo de formação dos acadêmicos envolvidos no planejamento e desenvolvimento da oficina.

Palavras chaves

Pigmentos; pintura; extratos vegetais

Introdução

As Orientações Curriculares para o Ensino Médio demostram a interdisciplinaridade e contextualização como eixos organizadores do ensino de Química, abordando situações do cotidiano e as criadas a partir da experimentação (BRASIL, 2006). Autores como Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002), Freire (1987), Bachelard (1996), Ricardo (2005) e Giassi (2009), afirmam que a problematização é uma prática imprescindível na construção do conhecimento científico. A experimentação deve permitir que os alunos reelaborem seus conhecimentos, reflitam sobre os fenômenos químicos, de modo a serem capazes de criar modelos explicativos sobre as teorias, mediante o uso de uma linguagem que lhes é própria (GONÇALVES e MARQUES, 2006). A relação existente entre a observação e a interpretação são indissociáveis e cada sujeito observa seu próprio conhecimento. Aprender ciências requer compreender que a observação não é feita num vazio conceitual, uma vez que é orientada por um arcabouço teórico (GUIMARÃES, 2009). Assim sendo, tais procedimentos são muitas vezes realizados, pelos estudantes, sem um real entendimento do porquê de estarem a fazê-los não buscam uma fundamentação teórica em termos dos conceitos, princípios e teorias que orientariam o entendimento das observações (NOVAK e GOWIN, 1984). Assim o objetivo deste trabalho foi apresentar uma oficina sobre extração de pigmentos vegetais e sua utilização na produção de papel indicador e pintura artesanal desenvolvida por acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Tocantins IFTO Campus Paraíso do Tocantins aos participantes da 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência SBPC Jovem realizada na Universidade Federal de Minas Gerais UFMG no mês de junho de 2017.

Material e métodos

A oficina foi realizada durante a realização de SBPC Jovem entre os dias 16 a 22 de julho de 2017 na UFMG. As atividades da oficina foram desenvolvidas em três (3) dias em durante o período matutino e vespertino com duração de 2 horas em cada período. Participaram das oficinas 120 estudantes do Ensino Médio da Rede Pública de Belo Horizonte. A fim de promover a compreensão dos estudantes acerca de conceitos científicos relacionados à classificação dos pigmentos vegetais e sua importância, os discentes desenvolveram uma aula expositiva-dialogada de 20 minutos utilizando textos, flimes e slides como ferramenta auxiliar. Para a extração dos pigmentos foram utilizados alguns dos processos indicados por Bueno (1998). Assim com o material coletado em mãos repolho roxo, beterraba, urucum, açafrão, cenoura, couve, feijão preto utiliza-se um pistilo e almofariz ou material alternativo (xícara e socador de madeira), onde são colocados os vegetais em pedaços pequenos. Esses pedaços são macerados com um pouco de álcool até a liberação do pigmento, Os estudantes, sob orientação dos discentes, realizaram a preparação das matérias-primas vegetais e os processos para a extração dos pigmentos. Ao final da oficina os alunos responderam ao um questionário sobre a oficina com as seguintes perguntas: O que você entende por tintas de origem natural?; Cite um pigmento de origem vegetal que você tenha conhecimento; É possível encontrar mais de um pigmento em uma mesma parte de determinada espécie vegetal?; Dê exemplos de matérias-primas utilizadas para a produção das tintas com pigmentos vegetais.

Resultado e discussão

A pesquisa apresenta caráter qualitativo, utilizando como método para coleta de dados a aplicação do questionário (MORAES, 2003). A partir da análise das respostas dadas pelos estudantes as questões do Questionário foi possível constatar que 60% dos estudantes possuíam alguns conhecimentos prévios relacionados ao tema da oficina. Verificou-se que 90% dos estudantes relacionaram a ocorrência das diversas cores nas flores e frutos ao fato dos mesmos possuírem diferentes composições químicas. Não houve conhecimento de algum pigmento vegetal citado no questionário, pois os estudantes citaram apenas cores ou exemplos de espécies vegetais. Porém 70% dos participantes afirmaram que pode haver mais de um pigmento em determinada parte de uma espécie vegetal com dificuldade na elaboração de respostas que justificassem tal afirmação. Quanto ao entendimento sobre tintas de origem natural 80 % relacionaram à obtenção das mesmas a partir de componentes naturais. Em relação as cores das flores e frutos 75% dos estudantes relacionaram, em suas respostas, as cores com a atração de animais e consequentemente ao processo de polinização e disseminação dos frutos e sementes, atribuindo também a variedade de cores a presença de diferentes pigmentos em cada espécie vegetal.

Figura 01

Figura 01 – Preparação, desenvolvimento e culminância da oficina na SBPC

Conclusões

A oficina realizada permitiu a contextualização dos conteúdos, a abordagem interdisciplinar, a participação e compreensão dos estudantes e um momento de formação para os acadêmicos que atuaram no processo ensino e aprendizagem em um ambiente não formal de ensino.

Agradecimentos

A Deus Ao IFTO Campus Paraíso do Tocantins

Referências

BACHELARD, Gaston. A formação do Espírito Científico. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação Básica e Secretaria da Educação Básica. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: Orientações Curriculares para o Ensino Médio, v.2, 2006.

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. P.; PERNANBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido, 17.ed. Rio de Janeiro:Paz e Terra, 1987.

GIASSI, M. G. A Contextualização no Ensino de Biologia: um estudo com professores de escolas da rede pública estadual do Município de Criciúma-sc Tese de doutorado, UFSC, SC, 2009.

GUIMARÃES, C. C. Experimentação no Ensino de Química: caminhos e descaminhos rumo à aprendizagem significativa. Química Nova na Escola, 31, 198, 2009.

GONÇALVES, F. P.; MARQUES, C. A.; A problematização das atividades experimentais na educação superior em química: uma pesquisa com produções textuais docentes. Revista Investigações em Ensino de Ciências, 11, 219, 2006.

MORAES, R. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência & Educação, v. 9, n. 2, p. 191-211, 2003.

NOVAK, J. D.; GOWIN, D. B.; Aprender a aprender, Plátano Edições Técnicas: Lisboa, 1984.

RICARDO, E. Competências, Interdisciplinaridade e Contextualização: dos Parâmetros Curriculares Nacionais a uma compreensão para o ensino das ciências. Tese de Doutorado, PPGECT/ UFSC – SC, 2005.

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