CONTEXTUALIZAÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE PARA O ENSINO DE QUÍMICA ATRAVÉS DA ABORDAGEM TEMÁTICA ALIMENTOS

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Júnior, M.S.R. (IFPB) ; de Souza, J.S. (IFPB) ; da Silva, D.G. (IFPB) ; Formiga, H.G. (IFPB) ; Filho, J.A.M. (IFPB) ; Almeida, F.E.F. (IFPB)

Resumo

Este trabalho mostra a utilização da contextualização e da interdisciplinaridade como ferramenta de despertar o interesse do discente no Ensino de Química, a aplicação aconteceu em uma turma do 1º ano do magistério de uma instituição do Estado da Paraíba. As aulas foram formuladas a partir da temática “Alimentos transgênicos” com a inserção de aulas informativas a respeito do supracitado alimento, utilizando o DNA como ponte para inserção de conceitos de Ligações Químicas. A metodologia utilizada foi constituída de seis aulas com variadas atividades, dentre elas: exposição de vídeos, leitura de textos, aula prática sobre extração de DNA do Tomate e, diálogo discursivo com os discentes. Nessa perspectiva, o trabalho em tela busca expor a metodologia empregada e os resultados alcançados.

Palavras chaves

Ensino de Química; Interdisciplinaridade; Experimentação

Introdução

A Química é uma ciência ampla que estuda diversos fenômenos que vai desde a estrutura da matéria, suas transformações, até os embates advindos da sua respectiva utilização. No que se menciona a sua relação com a realidade do ser humano, a Química aparece diretamente ligada ao cotidiano dos discentes, eclodindo na composição de inúmeros produtos que prorrogam a sua vida útil (estrutura e aparência). Tornando assim, uma área de grande valia das ciências, devido a sua grande relevância e possibilidades de relação com outras disciplinas. No processo de construção do conhecimento é comum a integração entre duas ou mais disciplinas e, assim, surge a interdisciplinaridade, como potencialidade de enriquecer e ultrapassar a integração dos elementos do conhecimento, trabalhando uma determinada temática com a abordagens de diferentes disciplinas. Fazenda (1993), afirma que o pensar interdisciplinar parte da premissa de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma racional, dialogando com outras formas de conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNs) orientam para o desenvolvimento de um currículo que contemple a interdisciplinaridade como algo que vá além da justaposição de disciplinas e, ao mesmo tempo, evite a diluição das mesmas de modo a se perder em generalidades (BRASIL, 1999). Tendo em vista esses conhecimentos, o objetivo deste trabalho é tentar abandonar o modelo tradicional de ensino, adotando as técnicas de contextualização e interdisciplinaridade, dotando abordagem diversificada e criando possibilidades de intervenção em que os discentes estejam participando de todo o processo, o que acarretará em construção do conhecimento bastante satisfatório.

Material e métodos

A metodologia assegurada foi baseada na metodologia da triangulação. Sendo esta, compreendida como uma unificação de diversos métodos no estudo de um mesmo fenômeno, consistindo na utilização de técnicas quantitativas como questionários iniciais (QI) e questionários finais (QF), qualitativas como a observação no decorrer da aplicação e, investigativas como a análise do QI e do QF. A elaboração e aplicação deste estudo ocorreram no segundo semestre de 2016 em uma turma do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Papa Paulo VI. A turma possui 25 (vinte e cinco) alunos matriculados, porém, apenas 17 (dezessete) participaram de todos os momentos deste ensaio. Para o desenvolvimento desta pesquisa foi preciso de seis aulas de cinquenta minutos cada, ministradas em duas semanas. O tema permeou pelas ciências química e biologia, sendo trabalhado de forma interdisciplinar e contextualizada com a realidade dos alunos. As aulas foram pautadas da seguinte forma: 1ª semana (3 aulas): Foi entregue aos alunos um QI, neste continha 4 questões abertas que transladava como principal tema: “Alimentos”, dissociando em subtema “Alimentos Transgênicos”. Em seguida, foi mostrado um vídeo acerca dos malefícios e benefícios dos supracitados alimentos para o ser humano. O vídeo favoreceu a execução de uma ponte para a inserção de alguns conceitos de Ligações Químicas, explorados a partir da estrutura do DNA. Nessa abordagem, o tema permeou pelas ciências química e biologia, sendo trabalhado de forma interdisciplinar. 2ª semana (3 aulas): Nesta etapa final, os discentes foram levados para o laboratório. A aula foi principiada com um experimento sobre a extração de DNA do tomate. Após a execução da aula experimental, foi aplicado o QF, semelhante ao QI.

Resultado e discussão

Com o QI aplicado observou-se dificuldades relevantes à resposta das questões, o desenvolvimento do desempenho dos discentes pode ser verificado no Gráfico 1. Foi notório com o Gráfico 1 a quantidade de erros superando a quantidade de acertos com o grande número de erros relevantes as questões o que pode ser caracterizado como um baixo conhecimento prévio a respeito da temática a ser abordada porém, o que demonstrou-nos ainda mais satisfação em almejar os objetivos foi o entusiasmo e vontade de discutir sobre suas respostas e ouvir a dos colegas circunvizinhos. Contudo, para que os discentes pudessem compreender tais alimentos foi mostrado um vídeo dos alimentos transgênicos, eles precisaram conhecer algumas particularidades destes alimentos. Dessa forma, a contextualização do conteúdo foi inicialmente realizada. Em seguida foi aplicado o experimento utilizando a extração do DNA do tomate onde os discentes observaram suas propriedades, no decorrer da prática foi perceptível o interesse dos alunos em observar como em um experimento as teorias estão vinculadas, que para eles o fator teoria- prática estaria altamente dicotomizadas porém agora se insere um significado científico, atingiu-se este fator com discussões durante a aula experimental. Por fim foi entregue o QF ao alunado onde o Gráfico 2 mostra o resultado e desenvolvimento dos discentes. Em decorrência dos dados expostos no Gráfico 2 é notório em totalidade das questões a quantidade de acertos que sobrepõe o número de erros isso permite afirmar que após as aulas aplicadas os alunos obtiveram uma satisfatória construção do conhecimento. Deve-se então dar credibilidade a metodologia diferenciada (interdisciplinar e contextualizada) visto que foi um fator preponderante para otimização dos resultados.

Gráfico 1

Resultado QI.

Gráfico 2

Resultado QF.

Conclusões

No planejamento e execução deste trabalho, ficou notório que os docentes precisam utilizar abordagens interdisciplinares e contextualizadas no conteúdo programático, pois, quanto mais estes utilizarem metodologias diferenciadas tornará o aprendizado mais significativo, tornando o conteúdo científico expressivo na vida dos alunos. Enquanto professor em formação acredita-se que a utilização de novas metodologias é primordial para obter um maior crescimento do conhecimento por parte dos discentes, gerando assim, um maior interesse pela Química, disciplina esta que abrange fenômenos do dia.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999.

FAZENDA, Ivani. A Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. São Paulo: Loyola, 1993.

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