APLICAÇÃO DO JOGO DIDÁTICO ‘QUAL É A MOLÉCULA?’ NAS AULAS DE QUÍMICA ORGÂNICA PARA O CONTEXTO DO ENSINO MÉDIO

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Carlos, E. (IFPI) ; Alves, A. (IFPI) ; Lohanne, I. (IFPI) ; Costa, L. (IFPI) ; Silva, L. (IFPI) ; Sabrina, C. (IFPI) ; Santiago, T. (IFPI) ; Nascimento, F. (IFPI)

Resumo

O objetivo deste trabalho consistiu em analisar qualitativamente a aprendizagem dos estudantes referente ao conteúdo de hidrocarbonetos a partir da aplicação do jogo didático ‘Qual é a molécula?’. Esta atividade foi realizada com 35 alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola pública estadual do município de Teresina – PI. O desenvolvimento deste trabalho deu-se mediante a aplicação do jogo didático. Constatou-se que o mesmo desempenhou um papel satisfatório quanto à assimilação e fixação dos conceitos científicos abordados no conteúdo para com os alunos, promovendo uma aprendizagem significativa de caráter lúdico e dinâmico. Portanto, faz- se pertinente a utilização de metodologias diferenciadas no ensino de química, pois tal abordagem de caráter lúdico torna-se uma proposta relevante.

Palavras chaves

Jogo didático; Aprendizagem; Ensino de Química

Introdução

De acordo com Solomons e Fryhle (2005), a química orgânica é a ciência dos compostos de carbono. E dentro deste universo que é essa ciência, está o conteúdo central deste trabalho: os hidrocarbonetos. Segundo Constantino, Silva e Donate (2005), os hidrocarbonetos são os mais simples dos compostos orgânicos, pois são constituídos apenas por carbono e hidrogênio. Sendo assim, o foco de estudo deste trabalho é a química orgânica: disciplina ministrada no 3° ano do ensino médio. De acordo com Brasil (2012), o ensino de Química Orgânica tem sido um dos grandes problemas da educação química em todo o território brasileiro, por três grandes razões: ser desvinculado dos demais conteúdos da Química; ter como foco operações de classificação e nomenclatura de compostos orgânicos; configurar-se de maneira descontextualizado da realidade vivida pelos estudantes. Conforme Soares, Okumura e Cavalheiro (2003), a prática do ensino de química orgânica no ensino médio, em sala de aula, consiste na transmissão-recepção de conhecimentos que, muitas vezes, não são compreendidos. Para estimular e resgatar o interesse dos discentes pelas aulas de química é fundamental que o professor busque metodologias diferenciadas que o auxiliem no processo de ensino-aprendizagem. Partindo das argumentações expostas anteriormente, o objetivo deste trabalho concentrou-se em analisar qualitativamente a aprendizagem dos discentes referente ao conteúdo de hidrocarbonetos a partir da aplicação do jogo didático – ‘Qual é a molécula?’ – como uma proposta metodológica de caráter lúdico e dinâmico, bem como avaliá-lo a partir de uma perspectiva de mecanismo que se configure como facilitador da aprendizagem de maneira significativa nas aulas de química orgânica em turmas do 3° ano do ensino médio.

Material e métodos

Para Minayo (2009), a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Como mecanismo de coleta de dados foi realizado a aplicação de questionários junto aos alunos. O contexto experimental foi o ambiente de educação de nível médio CEEP João Clímaco D’Almeida, na cidade de Teresina - PI, sendo a amostragem constituída por 35 alunos do 3º ano. Com relação aos procedimentos metodológicos, neste trabalho optou-se pela abordagem qualitativa. Foram utilizados os seguintes materiais e métodos para a realização e aplicação deste trabalho: o jogo didático foi confeccionado mediante os seguintes materiais: EVA, cartolina, tesoura, cola, estilete e molde impresso dos compostos orgânicos. Inicialmente, a professora que ministra a disciplina de química orgânica iniciou a exposição dos conceitos científicos concernentes ao conteúdo de hidrocarbonetos, abordando praticamente todas as características dessa classe funcional. A dinâmica do jogo consistiu basicamente da seguinte maneira: as fichas contendo as perguntas e os desenhos impressos das estruturas dos compostos orgânicos, a saber os hidrocarbonetos, foram postas numa sequência de sete fichas vertical e horizontalmente, totalizando 35 fichas. Dividiu-se a turma em 5 grupos contendo exatamente 7 estudantes em cada grupo, sendo que cada grupo sequencialmente (por vez em cada rodada) tirou uma ficha com uma determinada fórmula estrutural ou perguntas afins acerca do conteúdo de hidrocarbonetos, tendo exatamente 3 minutos cronometrados para escrever o nome da molécula ou desenhar a fórmula estrutural do composto na lousa.

Resultado e discussão

Baseando-se a partir da análise da figura 1, percebeu-se mediante as respostas relatadas pelos discentes que praticamente todos compreenderam o conceito de cadeias carbônicas (98%). Além disso, a maioria (95%) respondeu de forma correta alguns exemplos de hidrocarbonetos. Os alunos também desenharam corretamente as estruturas orgânicas contendo 3, 4 e 5 carbonos (88%). Eles conseguiram responder a diferença entre as cadeias carbônicas quanto ao critério de classificação (86%). Por fim, a maioria aprovou a aplicação do jogo didático como proposta metodológica de caráter lúdico, evidenciando a importância e aceitação de novas propostas pedagógicas no ensino de química (98%). Fontana (1997), neste sentido, ressalta e corrobora que a prática pedagógica articulada ao lúdico tem a função primordial no processo cognitivo. Por isso, o caráter lúdico favorece a vontade de aprender e a participação.

Figura 1

Resultados obtidos a partir da aplicação do questionário junto aos alunos referente ao jogo didático.

Conclusões

Fica evidente a importância de se utilizar novas metodologias articuladas ao ensino de química. A prática pedagógica docente vinculada ao lúdico proporciona um ambiente de aprendizagem proveitoso para os alunos, visto que eles desenvolveram habilidades que lhes serão imprescindíveis ao longo se sua formação como indivíduo. Por meio desse tipo de abordagem, os alunos puderam assimilar e compreender os conceitos científicos inerentes ao conteúdo de hidrocarbonetos. Portanto, é sempre válido para o professor buscar e conhecer novas formas de aprendizagem, promovendo a construção do conhecimento.

Agradecimentos

Sou grato a DEUS, pois Ele é o princípio de tudo; ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID); à minha família e amigos pelo apoio.

Referências

BRASIL. MEC - Química Orgânica: Reflexões e Propostas para o seu ensino - Projeto de formação continuada de professores da educação profissional do Programa Brasil Profissionalizado - Centro Paula Souza - Setec/MEC, 2012.
CONSTANTINO, M.G.; SILVA, G.V.J.; DONATE, P.M. Fundamentos de química experimental. São Paulo: editora da USP, 2004.
FONTANA, R. Psicologia e trabalho pedagógico. São Paulo: Atual, 1997.
MINAYO, Maria. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
SOARES, M. H. F. B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, T. G. Proposta de um jogo didático para ensino do conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n. 18, p. 13-17, 2003.
SOLOMONS, Graham; FRYHLE, Craig. Química Orgânica. Tradução da 8ª edição americana, vols 1 e 2. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 2005.

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